Mundo de ficçãoIniciar sessãoRiley Collins foi arrastada para um casamento arranjado porque precisava salvar a vida da irmã mais nova, internada e inconsciente no hospital. Só que de repente tudo mudou. A cerimônia foi invadida, e ela descobriu que seu noivo tinha um irmão gêmeo, e ele veio atrás da noiva. "Solta ela, agora! Eu, sou o novo chefe e escolho me casar com ela". Um tiro foi disparado e a noiva roubada no altar. “Levem meu irmão até o último banco. Quero ele presente no meu casamento”. Riley negou, mas ninguém nega nada a Luca Black. Ela estava casada com alguém da máfia. Era o mesmo rosto, mas personalidades bem diferentes.
Ler maisCapítulo 1
Riley Collins Doeu para respirar quando o juiz fez a pergunta: — Senhorita Riley Collins, aceita Jackson Black como seu legítimo esposo? Eu não tive escolha. Quando Jackson apareceu com aquela proposta absurda de casamento, aceitei. Não porque queria, mas porque a vida da minha irmã estava nas mãos dele. Ela precisava de uma cirurgia depois do acidente que a deixou numa cama, e ele era o único que poderia pagar por isso. Então vesti o vestido branco que ele mandou. Calcei os sapatos apertados que ele escolheu. Prendi o cabelo como ele exigiu. Eu era uma boneca obediente — por enquanto. Ainda daria um jeito de sair disso. Não importava como. Eu queria ver minha irmã antes de assinar esses papéis de casamento, abraçá-la. Mas não pude, ele não deixou. O coração apertou no peito. Doía demais. A cerimônia acontecia num gramado bonito, com flores bem arrumadas e cadeiras brancas. Mas nada daquilo parecia alegre. Parecia meu próprio enterro. Meus pés tremiam dentro do salto horrível que afundava na terra. As mãos estavam geladas, e suadas usando luvas brancas. Ele é sombrio. Tudo o que diz me humilha. Me faz sentir inferior. — Responde caralho. — Sussurrou com raiva, apertando meus dedos com muita força. — Ai... — resmunguei sem querer e seu olhar foi mortal. — Vou repetir a pergunta senhor Black... — disse o juiz e pensei que não conseguiria respirar. Nunca foi tão difícil dizer "sim". Ainda ontem ele me forçou a me entregar a ele como uma prostituta, quando ainda era minha primeira vez. Me lembro de cada detalhe. Jackson apertou os pequenos nervos das minhas mãos e escureceu mais o rosto pra mim, olhei engolindo o choro e o orgulho. Por um instante não vi a tatuagem que observei ontem no seu pescoço, quando me segurou forte contra o sofá e me penetrou com força. Devo estar enlouquecendo. . O juiz repetiu as palavras que eu mal conseguia ouvir. O cheiro de Jackson estava insuportável, não era o mesmo de ontem. Até que... [POW!] Um tiro alto, seco, me fez tremer e Jackson saltar, me segurando na frente dele como um maldito escudo. — Fica aqui, porra! Depois ouvimos outro, e outro. As pessoas começaram a gritar e correr. — AHHHH! O juiz se jogou no chão. Eu só tive tempo de olhar pro lado quando fui puxada pelos cabelos com força. — Ai! — gemi, me virando rápido. Era Jackson, me agarrando como se eu fosse dele, com seu cheiro de cigarro e alho. Tentei me soltar, olhei rápido pra sua cintura procurando uma arma, alguma chance de defesa ou minha própria morte. Mas não vi nada. Empurrei com as duas mãos, desesperada pra fugir dali. Tentaria outra coisa, qualquer coisa pra escapar desse monstro. Mas não adiantou. Até que de repente... Algo mudou. — Solta ela, agora! — ouvi uma voz grossa e firme, e meu corpo congelou. Virei o rosto devagar. Um homem igualzinho ao que me segurava estava parado ali, bem na minha frente. A diferença? O olhar. Aquele me olhava como se já tivesse me despido com os olhos. Era o mesmo corpo, o mesmo rosto do que me arrastava…, mas não o mesmo homem. Exceto por... Nossa! Ele tem a tatuagem! E o cheiro de perfume chegou antes que ele. Me perdi por um segundo tentando sentir mais. Era ele ontem! Jackson tinha um irmão. Um gêmeo. Meu Deus! Pra qual deles eu me entreguei ontem para salvar minha irmã? Com certeza não é Jackson. Reconheço o cheiro e a tatuagem. — SE AFASTA! É O MEU CASAMENTO. PROBLEMA SEU SE PERDEU ESSA PRA MIM! — Jackson gritou, me puxando mais forte, apertando meus dedos de novo. O outro, que parecia ainda mais assustador, respondeu: — Eu sou Luca Black, o primogênito e o novo chefe da máfia Amercana. E vou me casar com essa mulher, aqui e agora. Você traiu minha confiança Jackson. Mentiu sobre tudo. Agora vai conhecer como trabalha um verdadeiro líder — O olhar desse Luca pra mim foi diferente. Por alguns segundos eu não vi a frieza de Jackson. Ele parecia irritado ao ver meus cabelos serem puxados. Porque encarou meu noivo com um semblante aterrorizante. — Solta ela, seu animal! — Luca me puxou de Jackson de repente. Antes que eu pudesse entender qualquer coisa, um tiro foi disparado. Jackson gritou, me soltou e caiu no chão, com a perna sangrando. — Não! — eu gritei, assustada. Ele ainda era o único que salvaria minha irmã. Mas, o cheiro amadeirado de Luca me atraiu pra ele. Caí em seus braços e nossos olhares se encontraram. Senti quando, mesmo com meu corpo pendendo nele, cuidou pra meus cabelos não serem puxados por ele. — Você ficou linda de branco. Fiz uma excelente escolha... — sussurrou e me ergueu de repente. Os homens que estavam com Luca — invadiram o espaço, todos armados. Todos frios. As pessoas que ainda estavam ali se calaram, imóveis. Algumas correram. Minha mente ficou bagunçada. Eles eram bandidos... Aproveitei um segundo de descuido e corri também para o lado oposto. Eu só queria sumir dali. Mas antes que pudesse escapar, um segurança enorme me pegou no ar, como se eu fosse uma criança e me carregou de cabeça pra baixo. — Me solta! Me solta! — chutei, bati, mas ele não se mexeu. Me levaram de volta pro altar. — Gosta de adrenalina docinho? — Luca zombou, me puxando pra ele. Eu tremia, o coração parecia sair pela boca. Luca me encarava, os olhos escuros cravados nos meus. — Levem meu irmão até o último banco. Quero ele presente no meu casamento. — ordenou, e os homens obedeceram, arrastando. — AHHH! Seu maldito traidor! — Jackson gritava, se debatendo. Os seguranças entregaram as alianças. Meus dedos tremiam tanto que mal consegui olhar pra elas. Luca pegou a minha mão à força e enfiou o anel no meu dedo. — Porque está fazendo isso? Eu nem te conheço. O que eu te fiz? — questionei cuidando com as lágrimas para não caírem. Ele apontou a arma para o juiz. — Vai continuar esse casamento ou quer visitar o inferno pra saber como é? — o juiz balançou a cabeça, com os olhos esbugalhados. — Mas... O noivo era outro. — Luca moveu a mão. — Não… — sussurrei, tentando segurar a mão dele pra não matar o homem. Luca se inclinou e sussurrou no meu ouvido, frio como gelo: — Se ousar fazer isso de novo, morre docinho. Pego qualquer vadia aqui presente e coloco no seu lugar. Está querendo visitar o diabo? Engoli seco. — Me deixa ir… escolhe outra, por favor. Eu não posso me casar com você. Preciso casar com Jackson... Ele apontou a arma no meio da minha testa. — Então escolheu morrer? Porque é isso que vai acontecer se não assinar ou se repetir essa merda. — Neguei com um movimento — Ótimo. A noiva gosta mesmo da adrenalina. Terminem logo essa porra, odeio blá blá blá. Um dos homens dele entregou novos papéis. Luca jogou os antigos longe e atirou neles, depois duas vezes no chão. As pessoas gritaram. O juiz, com a voz trêmula, continuou. Eu assinei tremendo tanto que mal consegui manter a caneta em pé. Sabia que morta não salvaria minha irmã. Quando terminou, Luca nem piscou. Apenas esticou o braço e atirou na cabeça do juiz. — Odeio que me questionem. Alguém mais quer tentar? — ele girou a arma e o corpo devagar. Ninguém respondeu. — Ótimo. Levem Jackson pra mamãe. Ele vai precisar. Fiquei ali, sem me mover. Sentindo minha vida desabar. Dois demônios. Já não importava quem, cada um era, eu estava acabada. Do nada, Luca me agarrou pelas pernas e me jogou no ombro como se eu fosse um saco de batatas. — O que está fazendo?! Me solta! Eu não quero ir com você! — bati nas costas dele, mas era como bater em uma parede. — Ontem você não se importou em ir se oferecer no meu apartamento… — arregalei os olhos. Era mesmo ele? — Eu não me ofereci! Foi você que entendeu errado! Não é o que parece! — gritei, enquanto ele me levava até um carro preto. Antes da porta fechar, ouvi Jackson gritar: — Sua vadia! Eu não te devo mais nada! Sua irmã vai morrer! Meu corpo inteiro gelou. Meus olhos encheram de lágrimas. Será que… ele desligaria os aparelhos dela?Capítulo 197 — Epílogo Um mês e meio depois O sol da tarde banhava os jardins da mansão Black com aquele brilho calmo de dias que não têm pressa. O gramado estava coberto por balões azuis e brancos, as mesas repletas de flores e o cheiro doce de bolo se misturava ao perfume do jasmim que vinha da cerca viva. Era o primeiro aniversário de Andrew. Rúbia circulava entre os convidados, ajudando a servir doces, o vestido leve se movendo ao sabor do vento. Perto da mesa principal, Derrick segurava o filho no colo — o menino ria alto, encantado com o brilho das velas — enquanto Mia, com dois anos e meio e uma desenvoltura que deixava todos sorrindo, dava ordens como se fosse a verdadeira anfitriã. — Papai! — ela chamou, correndo de pés descalços pelo gramado. — O bolo é azul de céu! Eu escolhi! — Azul de céu? — Derrick perguntou, fingindo surpresa. — É! Porque o Andrew é meu irmão de céu. — respondeu, convencida, com os olhos brilhando. Rúbia se aproximou rindo,
Capítulo 196 Derrick Rúbia ergueu os olhos pelo espelho — e eu soube que ela entendeu o que viria antes mesmo de eu dar um passo. — Trancou a porta, Derrick? — provocou, a voz mansa, mas os olhos... cheios de faísca. — Tranquei. — respondi, encostando o corpo no dela. — Pra ninguém interromper o que vai acontecer. Ela ainda segurava a escova de dentes, fingindo normalidade. — E o que vai acontecer? — perguntou, sem desviar o olhar. Encostei a boca no pescoço dela. — Quero você. — murmurei contra a pele. — Daquele tipo que só a gente entende. O riso escapou dela, suave. — Você não sabe ficar um minuto sem transformar a paz em bagunça. — Eu sei, sim. — respondi, a voz rouca. — Só não quero. A escova caiu na pia. Ela virou devagar, e os olhos encontraram os meus com aquele brilho que sempre me desmonta. — Você devia me deixar terminar. Talvez pentear o cabelo... — Eu devia fazer muita coisa. — retruquei. — Mas, no momento, só quero sentir você res
Capítulo 195 Derrick O ar da noite tinha aquele gosto de trégua que a gente quase não acredita de primeira. O jardim estava calmo, o vento batia de leve nas folhas e o som da risada da Mia cortava o fim de tarde como uma benção. Eu estava sentado no banco de madeira, Andrew dormindo pesado no meu colo, o pequeno peito subindo e descendo num ritmo que lembrava o mar. Rúbia vinha vindo devagar, com aquele jeito sereno que só ela tem quando o mundo finalmente para de gritar. — Dormiu? — perguntou, baixinho. — Tá num sono que nem granada acorda. — respondi, e ela riu. Por um instante, o som da risada dela bastou pra me lembrar o porquê de tudo. Toda a guerra, toda a poeira, toda a merda que a gente teve que engolir. Olhei pra ela. — Agora vai voltar tudo ao normal, Rúbia. — disse, firme. — Os Mendez acabaram. A Amercana tá limpa. Ninguém mais encosta em você, nas crianças, em nada do que é nosso. Ela assentiu, os olhos marejando sem precisar de palavra. — Eu só que
Capítulo 194 Luca Black (Dois dias depois) O vento soprava do mar, carregando o cheiro de ferrugem e óleo do porto, e lá embaixo, entre os contêineres empilhados, a base dos Mendez se escondia como um tumor esperando ser extirpado. Dois dias de rastreio. Dois dias de preparação. E agora era hora de fechar a conta. — Conferiu se Francesco Mendez está aí dentro agora? — perguntei, a voz baixa, mas cortante. Derrick ajeitou o fone no ouvido e respondeu sem hesitar: — Com toda a certeza. Ele chegou há vinte minutos. Não sai mais vivo daqui. O mapa da operação estava projetado sobre o capô do carro. Os pontos vermelhos indicavam nossas posições — atiradores nos telhados, franco-atiradores nas gruas, e uma linha principal de ataque pela lateral leste. A equipe de Francis cobriria a retaguarda; a de Rubens, os contêineres do corredor dois. — Posição de entrada? — perguntei, passando os olhos pelo perímetro. — Portão dos fundos. Blindado, mas já sabotado. — responde
Capítulo 193 Derrick Corri para dentro da casa assim que fui liberado. Rúbia estava no sofá com a Mia enroscada no colo, o mordomo empurrando o carrinho de Andrew aos poucos pelo corredor, como quem insiste em deixar tudo igual. A visão delas me desmontou um pouco: a menina com os adesivos multicoloridos no braço, a mãe com o rosto pálido mas firme, e aquele bebê que, mesmo acordado, tinha a calma de quem acabou de chegar num mundo que ainda precisa aprender a ser justo. — Como estão? O médico já examinou? Rúbia levantou o olhar devagar, tentou sorrir. — Sim, ele veio. Está tudo bem com essa moça. — fez um gesto com a cabeça para Mia. — Disse que ela é muito corajosa. — Claro que é. Eu concordo com ele. Mia me mostrou o braço com orgulho infantil, como se tivesse conquistado uma medalha. — Papai! Eu ganhei adesivos. — falou, e a vozinha quebrou minha armadura. Peguei o braço dela na minha mão e senti o roxo começando a surgir, um mapa de contusões que me que
Capítulo 192 Luca Black Foram perguntas e respostas arrancadas pelos ossos. Falou desse Frederico que até imagino quem seja. Um depósito no porto. Um homem de olhos frios que pagava por afazeres sujos. Cada palavra acendeu um ponto da investigação que eu já começava a montar na cabeça — lista de nomes, endereços, vínculos. Mas antes de ir à caça, tínhamos que esvaziar a raiva. Mostrar o preço do que ele fez. — Não me matem! Por favor! — A morte é pouco, filho da puta! — Derrick gritou e o chutou. Chutou muito. Percorremos as lições que aquele mundo entende: humilhação, medo, dor. Eu forcei-o a rastejar — queria que sentisse o chão sob as mãos, que aprendesse o cheiro da derrota. Rastejou, gemendo, e nós o empurramos até o portão, para que a humilhação ficasse cravada na pele. — Rasteja! Quero ver você rastejar! — berrei, e o som foi aceito pela terra como promessa. Ele tentou levantar, mas as pernas não obedeciam pelos tiros que levou. — Vai Porra! Rasteja





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