Sergei
O silêncio no bunker era absoluto, exceto pelo som suave das ondas quebrando ao longe em uma gravação que Sergei mantinha tocando repetidamente. O barulho do mar o acalmava. Era o som da sua fortaleza. Da sua ilha. Do futuro que ele havia começado a construir anos atrás.
Ele construiu um lugar para que possa ficar longe de tudo, mas depois que ele viu Amélia, Sergei teve certeza que a garota iria fazer companhia a ele naquele lugar.
Sergei estava sentado, como sempre, na penumbra. Os olhos cinzentos fixos nas telas à sua frente. Imagens congeladas de segurança. Vídeos. Fotos. Amélia.
— Ela é igual — murmurou para si mesmo. — A mesma boca, o mesmo olhar… os mesmos olhos que me negaram o amor.
Sua voz soava rouca, quase quebrada de tanto silêncio. Havia muito tempo que Sergei não falava com alguém além de seus soldados. A solidão o havia moldado, endurecido. Mas não tinha sido o abandono ou o exílio que o transformara em um monstro. Tinha sido o amor.
O amor que Sofia lhe n