Bastien, um mafioso envolvido no tráfico de órgãos, sequestra e tira a virgindade de Kate, uma estudante de design de moda, para protegê-la de uma organização de tráfico humano. Sem saber de nada, Kate o odeia com todas as suas forças enquanto ele a mantém em cativeiro em sua mansão — uma mansão que esconde um segredo. Quando ela descobre a verdade, tudo muda entre eles: Bastien era o amigo de infância que ela procurou durante anos. Kate precisa conversar com o namorado para terminar o relacionamento… mas aí tudo se complica. Seu namorado era, na verdade, o responsável pelo plano de entregá-la para ser estuprada ao vivo, em uma transmissão dentro da organização da qual Bastien a salvou. Será que Bastien conseguirá resgatar Kate novamente e reconquistar seu amor?
Leer másADELINELucien e eu ainda estávamos no chão, cercados de migalhas, chocolate e o desastre que tínhamos causado comendo como se não houvesse amanhã.Ainda sentia o rosto dolorido de tanto rir — especialmente depois de ver a cara do meu pai entrando pela porta com a fúria de mil tempestades.Parecia que ele tinha acabado de nos ver nus no meio de uma orgia, e tudo o que estávamos fazendo… era dividir biscoitos.—Você viu a cara dele? —disse entre risadas—. Jurou que nos encontraria fazendo amor no santuário da família.Lucien também riu, aquela risada baixa e rouca que sempre derrete meu coração.—Eu o amo, mas pelo amor de Deus… seu pai está a um passo de instalar uma câmera na minha escova de dentes.—E sensores de movimento na minha roupa íntima —acrescentei, e nós dois explodimos de novo em gargalhadas.Ficamos nos olhando em silêncio por alguns segundos, recuperando o fôlego entre risos.Havia algo quente no ar, algo além do chocolate e do leite morno.Era aquele tipo de silêncio q
BASTIEN DE FILIPPIAquela noite, o escritório cheirava a uísque, couro velho… e problemas iminentes.Lucca estava comigo, revisando alguns contratos.Eu tentava me concentrar, juro.Até que ouvi o carro de Lucien chegando. Olhei pela janela e lá estavam eles — descendo, sorrindo. Lucien sussurrou algo no ouvido de Addy, e ela sorriu travessa. Logo depois, a porta da cozinha rangeu.Meu ouvido nunca falha. Nem quando eu queria que falhasse.Algo ele disse pra minha princesa que a fez sorrir daquele jeito.Virei-me discretamente, só o suficiente para ver…Addy saindo da cozinha.Sorridente. Corada.E atrás dela… Lucien. Com aquele sorriso que herdou do pai — o que grita “estou fazendo algo que gosto… até demais.”—Lucca… —rosnei, cerrando o maxilar—. Você viu isso?—Vi os garotos subindo a escada sorrindo —respondeu sem levantar os olhos dos papéis.—Eles estão indo… pro quarto dela.—É tarde. Talvez queiram conversar… em particular.Olhei pra ele com toda a carga infernal que um pai po
ADELINEO motor ronronava sob meus pés como uma fera domada.Lucien dirigia com aquele ar dele… entre o perigo e a perfeição.Uma mão no volante, a outra segurando a minha, como se me lembrar de que ele estava ali fosse necessário.Eu não dizia nada.Não queria arruinar o momento com palavras que não dariam conta de tudo o que eu sentia.As flores estavam no banco de trás.O sorriso ainda nos meus lábios.E meu coração… dançava no ritmo da respiração dele.—Vai me dizer pra onde estamos indo? —perguntei, quebrando o silêncio.Ele sorriu.Maldito.Lindo.—Encontro secreto, lembra?—Lucien…—Confia em mim, Addy.E eu confiei. Sempre confio.Depois de alguns minutos, o carro parou diante de um prédio antigo, elegante, com colunas de mármore e varandas de ferro.Mas não entramos pela porta principal.Ele me guiou por um corredor lateral.Subimos uma escada estreita.E então…abriu uma porta de madeira entalhada.Atrás dela…Um terraço.Iluminado por luzes quentes.Lanternas penduradas.Um
LUCIEN MORETTIOs dias passaram.Mamãe melhorava a cada manhã, os risos voltaram pra casa e, com eles… a rotina também.Addy voltou pra universidade.E eu… apareci no primeiro dia.Ninguém me pediu. Ninguém soube. Eu simplesmente senti.Ela voltava pro mundo dela, e eu queria que aquele mundo soubesse que ela não estava sozinha.Fiquei parado na entrada da universidade. Camisa preta com as mangas dobradas.Calça do mesmo tom. Relógio de aço no pulso.Óculos escuros.E na mão… uma barrinha de chocolate.A favorita dela.Os estudantes iam e vinham. Muitos paravam pra me olhar.Algumas garotas cochichavam entre si.—Quem é esse?—Novo professor?—Ator?—Mmm… máfia italiana?Mas eu não desviava o olhar do portão.Até que a vi.Addy... cabelo solto, mochila em um ombro, fones nos ouvidos… e aquele jeito de andar de rainha que herdou da mãe.Tirei os óculos.E quando ela me viu… sorriu.O mundo inteiro desapareceu.Dei alguns passos até ela. Estendi a barrinha de chocolate.—Pra começar o d
LUCIEN MORETTIO cheiro de hospital me revirava o estômago.Eu odiava aqueles corredores brancos. As luzes frias.A forma como o silêncio ali sempre parecia anunciar más notícias.Entramos todos juntos no quarto.Minha mãe estava deitada na maca, com aquele sorriso que abrange o mundo inteiro — mesmo quando os olhos estavam cansados. O lenço na cabeça não conseguia esconder sua beleza. Nem a força que emanava dela.—Aí está o meu filho bonito —disse ao me ver, abrindo os braços.Caminhei até ela. Não pensei, não respirei… Apenas a abracei.Forte. Como se pudesse segurá-la para além do corpo.—Mamãe… —sussurrei contra o pescoço dela— Vai dar tudo certo. Eu te prometo.—Eu sei, meu amor —acariciou meu rosto com ternura— Porque estou cercada do que mais amo.Meu pai se aproximou e tomou sua mão. O olhar dele estava úmido, mas firme.—Estamos aqui, Ara. E estaremos aqui quando você acordar.Mamãe assentiu, acariciando a mão dele e a minha ao mesmo tempo.—Estou pronta —disse com uma corag
BASTIEN DE FILIPPIDepois do meu encontro com Lucien e Addy —e de ser descoberto não precisamente por matar alguém— subi para o quarto, vesti o pijama e desci de novo. Kitty não estava, então fui tomar um café; precisava de uma dose de realidade que me devolvesse a dignidade que perdi quando Addy zombou de mim por ter sido pego em plena incursão passional.Ao entrar, minha linda mulher estava lá, com seu robe de seda, mexendo o leite como se não tivéssemos acabado de viver uma noite digna de classificação restrita.Apoiei-me no balcão, de braços cruzados.Silencioso.Ela me olhou de relance.—E essa cara?—Fomos pegos.—A quem você matou desta vez?—Não apenas a mim. Nós. Eu e você.Kate parou. Inclinou a cabeça.—Nós?—Sim.No escritório.Quando estávamos… “discutindo com entusiasmo”.Seus olhos se arregalaram. E depois… sorriu.—Quem?—Addy e Lucien.Kate levou a mão à boca tentando conter o riso. Falhou miseravelmente.—Eles nos ouviram?—Tudo.O prelúdio.O interlúdio.O concerto
Último capítulo