Mundo ficciónIniciar sesiónBastien, um mafioso envolvido no tráfico de órgãos, sequestra e tira a virgindade de Kate, uma estudante de design de moda, para protegê-la de uma organização de tráfico humano. Sem saber de nada, Kate o odeia com todas as suas forças enquanto ele a mantém em cativeiro em sua mansão — uma mansão que esconde um segredo. Quando ela descobre a verdade, tudo muda entre eles: Bastien era o amigo de infância que ela procurou durante anos. Kate precisa conversar com o namorado para terminar o relacionamento… mas aí tudo se complica. Seu namorado era, na verdade, o responsável pelo plano de entregá-la para ser estuprada ao vivo, em uma transmissão dentro da organização da qual Bastien a salvou. Será que Bastien conseguirá resgatar Kate novamente e reconquistar seu amor?
Leer másLUCIEN MORETTIA casa dormia.Addy, enredada nos lençóis, respirava com calma. Murmurava meu nome até dormindo.Eu não podia fazer o mesmo.O whisky ainda ardia na minha garganta, mas não queimava tanto quanto o que vi naqueles malditos vídeos.Silvano.O olhar dele. As mãos nela. A sua aflição.Nada indecente, nada que se pudesse condenar. Mas o suficiente para acender todos os meus alarmes.A imagem dele com ela não saía da minha cabeça.Eu precisava tirá-lo do lado da Addy.— Lucien — sussurrou Addy entre sonhos, virando-se na cama.Meu peito se suavizou um pouco. Aproximei-me dela, beijei-lhe a testa e a cobri novamente com o cobertor.Ela não merecia que eu roubasse nem um minuto da sua tranquilidade.Foi então que o celular tocou.Paolo…— O quê? — atendi, sem disfarçar o cansaço.— Temos algo.Minha coluna se enrijeceu.Paolo só usava aquela voz quando era realmente importante.— Fala.— Interceptamos uma comunicação criptografada de um dos ex-contatos de Ángelo. Descobrimos um
SILVANO DI SANTISO edifício estava em silêncio.Todos já tinham ido.Até ela.Mas eu ainda estava ali.Diante da minha mesa, na penumbra, com o paletó sobre os ombros e as mãos ainda trêmulas.A imagem de Adeline desmaiando continuava martelando minha cabeça.Sua pele pálida.Seus lábios tremendo.Seu medo.Aquele medo visceral que paralisa. Que não se pode fingir.A apertei contra mim como se pudesse lhe emprestar meu ar.Como se isso bastasse para salvá-la.Como se minha proximidade pudesse apagar sua dor.E então veio ele.Lucien.O dono do seu mundo. Seu homem. Sua sombra.Entendi tudo no instante em que ele abriu a porta com um chute e correu até ela sem hesitar.Aquele homem… daria a vida por Adeline.E eu… também.Mas a diferença entre ele e eu era tão clara quanto abismal.Ele era fogo.Eu, cinzas.Ele era a realidade.Eu, uma ilusão que se desfazia ao amanhecer.Eu era o que servia café.O que respondia e-mails.O que a observava de longe como um idiota.O que soube seu perf
ADELINE DE FILIPPIA manhã no escritório transcorria normalmente.A volta de Barcelona foi tranquila, exceto pelo que vi naquela noite.Mas Lucien, superprotetor como sempre, decidiu que ficássemos em casa por dois dias ao me ver nervosa na empresa.Resolveu tirar alguns dias ao meu lado para que eu relaxasse — e que maneira de relaxar! Ficamos juntos o tempo todo, nadamos na piscina, cozinhamos juntos e fizemos amor tantas vezes que perdi a conta. Só de lembrar, eu sorria.Depois desse mini descanso, voltei ao escritório de mãos dadas com Lucien.Sorríamos, e tudo o que havia acontecido alguns dias antes parecia esquecido.Meu assistente, como todas as manhãs, havia deixado minha água com limão sobre a mesa.— Silvano, por favor, quero esses relatórios na minha mesa em meia hora — pedi, prendendo o cabelo.— Já estão na sua bandeja, Adeline — respondeu com um leve sorriso, sempre pontual, sempre eficiente… sempre por perto.Assenti e entrei na sala.Embora amasse estar com Lucien, ta
ADELINE DE FILIPPIA brisa de Milão estava particularmente fresca naquela manhã, e o céu tinha aquele tom de azul que me fazia pensar que tudo daria certo.Depois do que descobri na noite anterior, meu coração precisava se perder no trabalho.Lucien me deixou na empresa e seguiu para uma reunião com Paolo.Cheguei como todos os dias: bolsa no ombro, cabelo preso num rabo de cavalo elegante e o caderno de anotações na mão — cheio de observações que queria revisar antes da reunião com os investidores.Assim que atravessei a porta principal, os olhares se voltaram para mim. Nada de novo. Desde que Lucien me apresentara como sua noiva e sócia, todos pareciam me tratar com um respeito especial… e algo mais.Talvez medo.Mas eu só queria trabalhar em paz.— Bom dia, Signorina De Filippi — cumprimentou a recepcionista com um sorriso educado.— Bom dia, Giulia — respondi, retribuindo o sorriso e subindo no elevador.No andar executivo, a porta do escritório se abriu antes que eu batesse. Silv
Chefe de NoahAs luzes do escritório estavam apagadas.Apenas o brilho frio das telas iluminava o ambiente — como o clarão de um bisturi dissecando a realidade sem anestesia.As imagens eram nítidas:Drones captando cada movimento.Tiros limpos.Coordenação milimétrica.E crianças.Resgatadas. Vivas.Recostei-me na poltrona de couro preto.O silêncio cheirava a pólvora e vitória.Na tela, dois homens de preto escoltavam uma criança coberta por uma manta térmica.Entregavam-na com mãos firmes, mas suaves, a uma mulher da equipe médica que se ajoelhava para falar com doçura.O menino não chorava.Apenas tremia.— Terminou — a voz de Noah soou atrás de mim, grave, sem ornamentos.Não olhei pra ele.Continuei observando a tela como se meus olhos pudessem absorver cada segundo e tatuá-lo na memória.— E o outro grupo? — perguntei com calma, como quem sabe que cada palavra pesa mais do que uma bala.— Eficientes. Impecáveis — respondeu Noah. — Nenhuma baixa civil. Nenhum erro.Estávamos em
ADELINE DE FILIPPIO vapor do banho ainda flutuava no ar quando saí, enrolada numa toalha.A semana em Barcelona me deixara exausta — o trabalho com os investidores, o jantar com Asher, as longas caminhadas… e Lucien, claro.Lucien, com sua paixão que me envolvia todas as noites, era maravilhoso sentir seu corpo sobre o meu, seus suspiros contidos, seus sorrisos travessos de madrugada e aquele desejo que nunca se saciava.Éramos… felizes.Mais do que eu jamais teria imaginado, anos atrás, quando pensei que ele me odiava.Saí do banheiro deixando uma nuvem de vapor atrás de mim — e o vi sentado, sério, distante, com o olhar perdido, como se carregasse o peso do mundo.— Lucien?Ele ergueu os olhos, o rosto tenso, frio… mas ao me ver, algo nele se suavizou.— Amore — murmurou.— O que houve?Lucien estendeu a mão pra mim. Tomei-a e sentei-me em seu colo, em silêncio.— Está bem? — perguntei.— Agora sim. Não é nada, só um problema que precisei resolver.Acariciei seus cabelos com ternur
Último capítulo