Amélia
O sítio era silencioso, quase como um lugar fora do tempo. Cercado por colinas verdes, trilhas de terra e o cheiro forte de mato molhado. O único som constante era o canto dos pássaros e o barulho das galinhas no galinheiro nos fundos.
Um lugar tranquilo era tudo que ela precisava para relaxar.
Amélia estava sentada sob a sombra de uma árvore centenária, os pés descalços tocando a grama úmida. Usava um vestido largo emprestado pela tia de Laís e uma trança frouxa no cabelo. Pela primeira vez em semanas, ela não se sentia em fuga. Não totalmente.
Se sentia segura, em precisava se esconder.
As mãos repousavam sobre a barriga. Ainda não havia sinais visíveis da gravidez, mas ela sabia que algo dentro dela crescia. Uma vida. Uma parte de si — e de Maxin.
As lágrimas vieram sem aviso. Silenciosas. Profundas.
Ela tentou segurar, mas era impossível. Tudo vinha à tona de uma vez: a ausência, o medo, o desejo, a culpa, o amor. O nome de Maxin ecoava em sua mente como uma saudade in