Evelyn não abriu o envelope naquela noite.
Ela o guardou na bolsa como quem protege uma relíquia, algo que carrega um pedaço de outra vida — ou talvez uma chave para o que ainda viria. Mas não era a hora. Ainda não. A presença de Lucas, a densidade daquela conversa, o peso do que começava a se revelar... tudo parecia demais para um único dia.
Ele a acompanhou até a porta da galeria, onde o céu da Carolina do Norte já escurecia em tons de azul profundo. A rua estava quase vazia. O frio cortava sutil, mas constante, como um lembrete de que o tempo não esperava por ninguém.
— Tem onde ficar? — Lucas perguntou, encostando-se ao batente da porta, os braços cruzados.
Ela assentiu.
— Reservei um hotel perto daqui. Só por alguns dias.
Ele hesitou, como se quisesse dizer algo, mas recuasse no último segundo.
— Se precisar de alguma coisa...
— Eu aviso — ela completou.
Por um momento, ficaram apenas se olhando. Não havia mais nada a dizer — não agora. A despedida era silenciosa, mas carregada d