Os dias que antecederam o lançamento do livro foram envoltos numa mistura de expectativa e serenidade. Evelyn surpreendia a si mesma com a calma que sentia. Talvez porque, no fundo, ela soubesse que o mais importante já havia acontecido: ela tinha se encontrado. O livro era consequência — bonita, sim, mas não mais essencial do que a mulher que ela havia se tornado ao escrevê-lo.
Lucas estava mais presente do que nunca. Era quem a lembrava de comer nas tardes mais agitadas, quem filtrava os e-mails urgentes, quem a levava para caminhar ao fim do dia quando percebia que ela estava sobrecarregada. Às vezes, Evelyn o olhava e se perguntava se era mesmo possível alguém ser tão inteiro ao lado de outro. Mas Lucas não era inteiro apesar dela. Era inteiro com ela. E isso fazia toda a diferença.
Na noite anterior ao lançamento, estavam sentados no sofá, cada um com uma taça de vinho. O silêncio entre eles era pontuado por olhares cúmplices e pequenos sorrisos.
— Nervosa? — Lucas perguntou, aje