Asheville, Primavera.
O sol da manhã atravessava as folhas verdes com uma suavidade quase irreal, desenhando pontos de luz pelo jardim dos fundos. Evelyn estava sentada na mesa de madeira sob a pérgola florida, com uma caneca de chá entre as mãos e o caderno aberto à sua frente. Rabiscava frases soltas — algumas ideias, trechos de diálogo, observações sobre a vida que acontecia ali, lenta e bonita, diante de seus olhos.
Lucas aparecia pela porta com um copo d’água e o violão pendurado no ombro, os pés descalços e o cabelo desgrenhado pelo vento. Ele se aproximou com aquele sorriso que, mesmo depois de meses e certezas, ainda causava um leve tropeço no coração dela.
— Nova história? — ele perguntou, beijando o topo de sua cabeça.
— Talvez — ela respondeu. — Ou só lembranças que ainda não querem se transformar em passado.
Ele sentou ao lado dela e apoiou o violão no colo.
— Eu gosto disso. De saber que algumas coisas nunca viram passado de verdade. Elas só se tornam parte de quem a gent