A tarde caiu com uma delicadeza quase cinematográfica. A luz dourada do fim do dia invadia a varanda da casa em Asheville, desenhando sombras nas páginas do caderno de Evelyn, que permanecia aberto, mas esquecido ao seu lado.
Ela e Lucas estavam sentados ali há algum tempo, em silêncio. Não aquele silêncio desconfortável de quem não sabe o que dizer, mas o silêncio bom, cheio de significado, onde as presenças falam por si.
Lucas tocava violão baixinho, os dedos deslizando pelas cordas com familiaridade. De vez em quando, experimentava uma melodia, murmurava alguma letra, e depois soltava um riso leve quando algo saía errado. Evelyn observava tudo com um sorriso discreto, abraçando os joelhos contra o peito, os olhos tranquilos, mas atentos.
— Você já percebeu que nossos dias juntos são quase sempre assim? — ela perguntou, num tom quase preguiçoso, como quem não queria quebrar a magia do momento.
— Como? — ele ergueu o olhar.
— Simples. Leves. Sem grandes acontecimentos, mas ainda assi