Sinopse: Ela aceitou 200 mil dólares para casar com o CEO, sem que ele soubesse. O CEO se apaixonou por ela, a primeira vista. Um amor de aluguel que pode destruir esse sentimento. Você já se viu encurralada, precisando achar uma alternativa para mudar de vida para salvar a sua família? Bem, esse eu sou eu. Eu não queria aceitar todo esse dinheiro para fingir que sou assistente de um homem poderoso. Só para poder fazer com que ele se apaixonasse por mim. Eu não sabia o que me esperava. Eu não sabia que eu já conhecia aquele homem, e que o meu cérebro não esqueceria do beijo que ele me deu. Eu não fazia ideia de que meu príncipe era o seu melhor amigo, e que eu tornaria tudo realidade. Que eu me apaixonasse pelo meu chefe, pelo homem por quem fui paga para me casar. É claro, eu queria acabar com tudo isso. Eu queria devolver cada centavo, só para que eu estivesse livre dessa dívida, e que eu pudesse dizer a ele o quanto eu me arrependo, e o quanto eu amo. Mas não tem como voltar atrás. Eu não tenho todo esse dinheiro, e não posso enganar o homem por quem me apaixonei. Eu não sei o que fazer, porque eu sei que se eu disser a verdade a ele, ele nunca mais vai querer olhar para mim, para o meu rosto.
Ler maisQuando saímos do restaurante, ele me puxou de novo. Mais forte. Mais firme. Colou meu corpo ao dele como se quisesse me fundir àquela presença quente, dominante… e maldita.
O cheiro. Ah, o cheiro. Aquele perfume caro e inconfundível me envolveu inteira, como uma armadilha. Se eu já não estivesse apaixonada pelo príncipe, talvez… talvez eu tivesse me rendido. Caído, sem orgulho, nos braços daquele maldito. Mas ele era um estranho. Um maluco. Um pervertido. — Entra no personagem… — ele sussurrou perto demais. O calor da respiração dele tocou meu pescoço como uma promessa suja. — E eu te recompenso no final. Senti meu corpo estremecer. Raiva? Medo? Excitação? Eu já não sabia. Meu coração batia tão alto que abafava meus pensamentos. Eu o encarei, tentando entender onde tudo tinha dado tão errado. Meus dedos tremiam. Minha boca secava. — Do que você tá falando? — murmurei, tentando me afastar. Mas ele me segurava como se eu fosse propriedade dele. Como se tivesse algum direito. Arrependimento bateu em mim como uma onda gelada. Por que eu vim trabalhar hoje? Mas era tarde demais. O estrago estava feito. Aquilo estava mesmo acontecendo. E estava acontecendo comigo. E então… ele me beijou. Sem aviso. Sem permissão. Sem pudor. E meu coração parou. No início, foi puro instinto: meus braços se moveram, minhas mãos empurraram, minha mente gritou "não!". Eu juro que gritou. Mas aí… algo quebrou dentro de mim. Talvez tenha sido o perfume. Ou o calor. Ou o cansaço da semana inteira em cima das minhas costas. Não sei. Só sei que… cedi. Meus lábios cederam. Meus olhos se fecharam. Meu corpo traiu minha razão e mergulhou naquele beijo como se a vida dependesse disso. E por um instante — um único e maldito instante — eu esqueci que ele era um estranho. Mas o cérebro despertou. E com ele, a fúria. Eu o empurrei com tudo. O ar cortou entre nós. E então minha mão agiu antes da lógica. TAPA. Seco. Preciso. Dolorido. O som ecoou como uma sentença. Ele levou a mão ao rosto, tocou a marca vermelha que eu deixei na pele dele… e sorriu. Sorriu. Aquele sorriso torto, carregado de orgulho e provocação. Um sorriso que fez meu estômago virar. E a raiva me consumiu inteira. Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa… eu vi. Olhei para a entrada do restaurante. E ele estava lá. Meu chefe. Observando. Calado. Com outros olhos ao redor. Julgando. Espiando. Absorvendo cada detalhe. Minha respiração acelerou. Meus lábios ainda trêmulos. O gosto dele ainda preso na minha boca. E a única coisa que eu consegui pensar foi: Acabei de perder o controle da minha vida. *** Ele ficou ali. Colado a mim. Como se o toque dele tivesse alguma autorização. Como se meu corpo fosse dele pra usar, pra segurar… pra beijar. Eu podia ter virado as costas. Podia ter corrido atrás do meu chefe, desmentido aquela farsa absurda e voltado à minha vida medíocre em paz. Mas não. Fiquei parada. Congelada. Como se meus pés estivessem presos ao chão e meus pensamentos, presos ao rosto dele — lindo. Inacreditavelmente lindo. Do tipo que faz você esquecer seu próprio nome por um segundo. Mas nem mesmo aquela beleza quase indecente era suficiente. Não depois do que ele fez. Ele me agarrou. E me beijou. À força. Meu corpo travou. Meu estômago virou. Meu cérebro deu um nó. — Desculpa — ele arfou, como se tivesse corrido uma maratona emocional. — Eu… eu tive que improvisar. Estava encurralado. Tive vontade de rir. De chorar. De socar aquele rosto perfeito até ele perder um pouco do charme. Cruzei os braços, tentando conter o tremor. Meus olhos cravaram nos dele como lâminas. — Então isso te dá o direito de roubar um beijo de uma desconhecida? — Não! Eu sei… Eu errei. Só… não me olha assim. Ah, como eu queria gritar. Mas antes que eu pudesse abrir a boca, vi. Meus olhos foram direto para a porta do restaurante. E lá estava ela. Alta. Impecável. Um salto agulha que parecia ter sido afiado com ódio. E claro, o salto veio direto no meu pé. Sem um pedido de desculpas. Sem nem fingir que foi acidente. Já não gostei dela. E nem era por ciúmes. Era por instinto. — Ela está voltando — ele sussurrou, os olhos arregalados. — Meu Deus… Ele parecia em pânico. Um pânico real. E talvez por isso tenha me agarrado de novo, como se eu fosse um escudo humano. Um amuleto. Um disfarce. Tentei me soltar. Minhas mãos no peito dele. Empurrando. Forçando uma distância que ele se recusava a aceitar. — Você vai continuar com isso? — rosnei. — Porque, olha… eu juro que chamo a polícia. — Só finge… — ele implorou. — Por favor. Só finge que é minha noiva. Noiva. A palavra caiu entre nós como uma bomba. Pisquei. A boca entreaberta. O cérebro tentando entender se aquilo era uma piada muito mal contada ou um surto coletivo. — Você só pode estar brincando — sussurrei. Mas ele não estava. E o pior? Uma parte de mim… queria saber o porquê.Eu estava realmente preocupada. Era a primeira vez que o via doente — e não era um resfriado qualquer. A febre dele estava alta, o rosto pálido, os olhos pesados. Havia algo em sua expressão que me deixava ainda mais inquieta.Tentei lembrar dos chás que minha avó fazia quando alguém adoecia lá em casa. Eram praticamente milagrosos — e, para nós, quase sempre bastavam. Mas com ele… eu sabia que aquilo não seria o suficiente. Ele precisava de algo mais forte. De um remédio de verdade.Enquanto a chaleira esquentava no fogão, me pus a vasculhar os armários, meio às cegas.Derrubei algumas coisas. Como sempre, minha velha amiga desastrosa decidiu aparecer justo agora. Tentei, pelo menos, não quebrar nada de vidro — os copos ali pareciam de cristal. Finíssimos, caros. Provavelmente custavam mais do que meu salário inteiro.Revirei mais um compartimento e, finalmente, encontrei uma cartela de remédio. Antitérmico. Perfeito. Peguei um copo, enchi com água, e voltei apressada para a sala.Qu
Depois daquele sumiço repentino, algo no ar mudou. O mar — como eu costumava chamá-lo — ficou estranho, distante, como se de repente quisesse manter quilômetros de silêncio entre nós. Mesmo sendo sua assistente, mesmo estando ao lado dele quase 24 horas por dia, a presença dele se tornou fria. Quase impessoal. O clima entre nós se transformou num território desconhecido, desconfortável, como se qualquer palavra pudesse ser um passo em falso.Ele passou a me ignorar. Só falava comigo quando era estritamente necessário. E, mesmo assim, evitava me encarar. Fingir que isso não me afetava seria mentira. Eu fiquei chateada. Profundamente chateada.Ainda pior era ver Penélope cada vez mais próxima dele. As conversas, os risos, a forma como ela o olhava… aquilo acendia algo dentro de mim que eu mal sabia nomear. Ciúme? Raiva? Uma mistura perigosa dos dois. Eu não sei controlar esse sentimento. Não aprendi a fazer isso. E o mais louco de tudo é que nem sei quando isso começou.Mas eu sei que e
Daphne não conseguiu dormir. Virou-se na cama a noite inteira, revivendo cada detalhe do que tinha acontecido no elevador. Era como se Omar tivesse invadido seus pensamentos e se instalado ali sem pedir licença. Ele era extraordinário de um jeito quase cruel—tão misterioso que suas palavras pareciam enigmas. E, apesar de tudo, bastava lembrar daqueles olhos escuros para que um desejo proibido a consumisse: ela queria beijá-lo de novo. Queria se perder nele.Ficou um bom tempo olhando o teto, como se as respostas estivessem escritas lá. Mas nada vinha. No fim, o cansaço venceu por um instante, apenas para ser interrompido pelo despertador impiedoso. Ela acordou sobressaltada, o coração acelerado de ansiedade e medo. Então lembrou: ele havia pedido para que ela não fosse para a casa dele naquela manhã, mas direto para o escritório.Essa simples lembrança foi como outro estilhaço em sua mente já confusa. Por quê? O que ele pretendia com isso? Daphne era a assistente pessoal dele, cuidava
Eu ainda não fazia ideia do que tinha acontecido comigo. Tudo foi tão repentino que parece até mentira. Ele mudou de humor como quem apaga e acende uma luz. Primeiro me deu aquela missão quase impossível, me jogando no meio do fogo, esperando que eu sorrisse enquanto queimava. Eu tive que fazer do limão uma limonada – sendo bem honesta, nem suco aquele limão tinha. Eu espremei o que pude, mas o azedo ficou.E aí, sem aviso, ele muda de novo. Suave. Gentil. Ou fingindo ser. Me manda pra casa. Mas não satisfeito, me prende no elevador. E foi ali que tudo aconteceu.Eu lembro perfeitamente. Aquele espaço minúsculo parecia encolher ainda mais cada vez que ele chegava mais perto. A luz branca tremeluzia, como se fosse cúmplice de algo sujo. Ele falava, mas não era só o que ele dizia. Era o jeito. Era o tom. As palavras carregadas de algo proibido. Eu senti. Deus, eu senti mesmo. Aquele desejo queimando na pele, arrepiando cada canto do meu corpo.Os olhos dele... pretos, profundos, como se
Daphne estava com os cotovelos apoiados na mesa, o rosto quase colado na tela do computador. Tentava ler, se concentrar, mas o sono era traiçoeiro, insistente, quase cruel. Ele não apenas chamava — ele gritava dentro dela.De vez em quando, as pálpebras simplesmente se fechavam. Lentamente, pesadas demais para continuar abertas. Ela piscava forte, passava as mãos nos olhos, tentando espantar a exaustão. Mas nada funcionava de verdade.Era entediante. Ela precisava admitir. As planilhas, os documentos, as anotações — tudo parecia girar, misturar-se numa névoa de números e letras sem sentido.Na sala ao lado, Omar estava sentado à própria mesa, imóvel. Mas não fazia nada. Só estava ali, presente. E ela sabia. Sabia que ele continuava no escritório só para ter certeza de que ela também estava.Omar, por sua vez, também não trabalhava. Passava o tempo pensando. Pensando demais.Ele se perguntava por que, diabos, se importava tanto. Por que estava remoendo aquilo, repetindo cada detalhe em
Depois do ocorrido com o telefone, o clima no escritório tinha mudado completamente. Daphne percebia o ar denso, carregado de tudo o que não se dizia. Ela evitava os olhos dele quando se encontravam no corredor, o coração batendo mais rápido sem saber se era medo, vergonha ou aquele desejo teimoso de entender o que acontecia entre eles.Omar parecia calmo por fora. Formal, contido. Ele tinha dito que estava tudo bem, que a perdoava. Mas Daphne não acreditava. Ela mesma não conseguia se perdoar. Sabia que tinha dado dois passos para trás, que tinha escancarado sua fragilidade e, junto com ela, uma parte do que sentia. Era isso que mais a incomodava: ele tinha visto seu medo, sua ansiedade, seu lado humano demais — e ela não sabia se ele queria aquilo.E tinha o abraço. Deus, por que ela fez aquilo? Até hoje se perguntava. Omar não gostava de contato físico — ela já sabia disso, era óbvio, quase gritante na forma como ele se retraía quando alguém chegava perto demais. Mas Daphne era o o
Último capítulo