A virgem e o CEO: casamento de aluguel
A virgem e o CEO: casamento de aluguel
Por: Danny Veloso
Prólogo

Quando saímos do restaurante, ele me puxou de novo. Mais forte. Mais firme. Colou meu corpo ao dele como se quisesse me fundir àquela presença quente, dominante… e maldita.

O cheiro. Ah, o cheiro.

Aquele perfume caro e inconfundível me envolveu inteira, como uma armadilha. Se eu já não estivesse apaixonada pelo príncipe, talvez… talvez eu tivesse me rendido. Caído, sem orgulho, nos braços daquele maldito.

Mas ele era um estranho.

Um maluco.

Um pervertido.

— Entra no personagem… — ele sussurrou perto demais. O calor da respiração dele tocou meu pescoço como uma promessa suja. — E eu te recompenso no final.

Senti meu corpo estremecer.

Raiva? Medo? Excitação? Eu já não sabia.

Meu coração batia tão alto que abafava meus pensamentos. Eu o encarei, tentando entender onde tudo tinha dado tão errado. Meus dedos tremiam. Minha boca secava.

— Do que você tá falando? — murmurei, tentando me afastar. Mas ele me segurava como se eu fosse propriedade dele. Como se tivesse algum direito.

Arrependimento bateu em mim como uma onda gelada.

Por que eu vim trabalhar hoje?

Mas era tarde demais. O estrago estava feito. Aquilo estava mesmo acontecendo. E estava acontecendo comigo.

E então… ele me beijou.

Sem aviso. Sem permissão. Sem pudor.

E meu coração parou.

No início, foi puro instinto: meus braços se moveram, minhas mãos empurraram, minha mente gritou "não!". Eu juro que gritou.

Mas aí… algo quebrou dentro de mim.

Talvez tenha sido o perfume.

Ou o calor.

Ou o cansaço da semana inteira em cima das minhas costas.

Não sei. Só sei que… cedi.

Meus lábios cederam. Meus olhos se fecharam. Meu corpo traiu minha razão e mergulhou naquele beijo como se a vida dependesse disso.

E por um instante — um único e maldito instante — eu esqueci que ele era um estranho.

Mas o cérebro despertou.

E com ele, a fúria.

Eu o empurrei com tudo. O ar cortou entre nós. E então minha mão agiu antes da lógica.

TAPA.

Seco. Preciso. Dolorido.

O som ecoou como uma sentença.

Ele levou a mão ao rosto, tocou a marca vermelha que eu deixei na pele dele… e sorriu.

Sorriu.

Aquele sorriso torto, carregado de orgulho e provocação. Um sorriso que fez meu estômago virar.

E a raiva me consumiu inteira.

Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa… eu vi.

Olhei para a entrada do restaurante.

E ele estava lá.

Meu chefe.

Observando. Calado. Com outros olhos ao redor. Julgando. Espiando. Absorvendo cada detalhe.

Minha respiração acelerou. Meus lábios ainda trêmulos. O gosto dele ainda preso na minha boca.

E a única coisa que eu consegui pensar foi:

Acabei de perder o controle da minha vida.

***

Ele ficou ali.

Colado a mim.

Como se o toque dele tivesse alguma autorização.

Como se meu corpo fosse dele pra usar, pra segurar… pra beijar.

Eu podia ter virado as costas. Podia ter corrido atrás do meu chefe, desmentido aquela farsa absurda e voltado à minha vida medíocre em paz.

Mas não.

Fiquei parada.

Congelada.

Como se meus pés estivessem presos ao chão e meus pensamentos, presos ao rosto dele — lindo. Inacreditavelmente lindo. Do tipo que faz você esquecer seu próprio nome por um segundo.

Mas nem mesmo aquela beleza quase indecente era suficiente.

Não depois do que ele fez.

Ele me agarrou.

E me beijou.

À força.

Meu corpo travou. Meu estômago virou. Meu cérebro deu um nó.

— Desculpa — ele arfou, como se tivesse corrido uma maratona emocional. — Eu… eu tive que improvisar. Estava encurralado.

Tive vontade de rir. De chorar. De socar aquele rosto perfeito até ele perder um pouco do charme.

Cruzei os braços, tentando conter o tremor. Meus olhos cravaram nos dele como lâminas.

— Então isso te dá o direito de roubar um beijo de uma desconhecida?

— Não! Eu sei… Eu errei. Só… não me olha assim.

Ah, como eu queria gritar.

Mas antes que eu pudesse abrir a boca, vi.

Meus olhos foram direto para a porta do restaurante.

E lá estava ela.

Alta. Impecável. Um salto agulha que parecia ter sido afiado com ódio. E claro, o salto veio direto no meu pé. Sem um pedido de desculpas. Sem nem fingir que foi acidente.

Já não gostei dela.

E nem era por ciúmes.

Era por instinto.

— Ela está voltando — ele sussurrou, os olhos arregalados. — Meu Deus…

Ele parecia em pânico. Um pânico real. E talvez por isso tenha me agarrado de novo, como se eu fosse um escudo humano. Um amuleto. Um disfarce.

Tentei me soltar. Minhas mãos no peito dele. Empurrando. Forçando uma distância que ele se recusava a aceitar.

— Você vai continuar com isso? — rosnei. — Porque, olha… eu juro que chamo a polícia.

— Só finge… — ele implorou. — Por favor. Só finge que é minha noiva.

Noiva.

A palavra caiu entre nós como uma bomba.

Pisquei. A boca entreaberta. O cérebro tentando entender se aquilo era uma piada muito mal contada ou um surto coletivo.

— Você só pode estar brincando — sussurrei.

Mas ele não estava.

E o pior?

Uma parte de mim… queria saber o porquê.

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