Mundo ficciónIniciar sesiónAgatha sempre viveu sob o controle rígido do pai, seguindo regras severas ao lado da irmã mais velha. Em busca de liberdade, cede ao convite da irmã para sair e, após beber demais, acaba ao lado de um desconhecido na mesma condição. Ao acordar, foge apavorada. Pouco tempo depois, descobre que está grávida. Ao contar ao pai, é expulsa de casa e deixada à própria sorte, enquanto sua irmã sorri cruelmente, sussurrando em seu ouvido uma despedida amarga: — "Boa sorte com sua nova vida... espero que encontre o pai do seu bebê... um pobre e miserável assim como você." Determinada a criar o filho sozinha, Agatha enfrenta tempos difíceis, trabalhando em empregos simples, mas mantendo-se firme por amor à filha, Flor Bela. Durante anos ela luta para sobreviver, encontrando empregos modestos, depois, ao perder o emprego, vê sua estabilidade ruim mais uma vez. Em meio à busca por trabalho, conhece Alexander, um empresário rígido que lhe oferece uma vaga como secretária. Ela aceita a oportunidade sem imaginar que seu novo chefe é Vitor, o filho de Alexander — um homem temido por sua frieza e fama de dispensar secretárias. Depois de um tempo, o impacto é avassalador quando ela reconhece Vitor como o homem daquela noite do passado, sem que ele tenha ideia da conexão entre eles. A partir desse reencontro inesperado, Agatha precisa encarar os fantasmas que tentou enterrar: o segredo da paternidade de Flor Bela, o risco de perder o emprego e a ameaça constante do passado se repetir. O destino os une novamente, agora em circunstâncias ainda mais complexas, forçando-a a lidar com verdades dolorosas, sentimentos confusos e a possibilidade de um futuro que ela nunca imaginou — tudo isso enquanto tenta proteger o que mais ama: sua filha.
Leer másCom o céu tingido de tons dourados e rosados, o grande dia finalmente chegou. A praia estava deslumbrante, como se tivesse sido cuidadosamente pintada para aquela ocasião. A brisa suave do mar acariciava os rostos dos convidados, e o som das ondas quebrando na areia criava uma trilha sonora natural e serena. Tudo parecia conspirar para que aquele momento fosse eterno. A cerimônia começa:Os convidados começaram a se acomodar em cadeiras de madeira clara, decoradas com laços de linho e pequenos arranjos de flores tropicais. Lanternas pendiam dos coqueiros, prontas para acender ao cair da noite. O altar, simples e elegante, estava posicionado de frente para o mar, com tecidos esvoaçantes em tons de areia e marfim dançando com o vento.Vitor aguardava no altar, vestindo um terno azul-marinho perfeitamente ajustado ao corpo, com uma camisa branca de linho e uma flor de hibisco presa à lapela. A calça social, de tecido leve, contrastava com seus pés descalços que tocavam a areia com rever
Raquel hesitou por um instante, sentindo o peso das palavras de Alexander. Havia algo nele — uma mistura de vulnerabilidade e força — que a tocava de forma inesperada. Ela respirou fundo, tentando organizar os sentimentos que começavam a se agitar dentro de si como folhas ao vento.— Eu... — começou, com a voz ainda baixa. — Eu também gostaria de conhecer melhor o senhor. Parece ser uma boa pessoa. Mas... — fez uma pausa, olhando discretamente para a porta por onde Vitor havia saído — não quero causar nenhum mal-entendido.Alexander franziu levemente a testa, como quem percebe uma tensão invisível. Ele se aproximou um pouco mais, respeitando o espaço dela, e falou com suavidade:— Não se preocupe, Raquel. O que quer que esteja sentindo... é seu. E ninguém pode julgá-la por isso. — disse ele, com a voz baixa e firme, como quem oferece abrigo em meio à tempestade.Raquel permaneceu imóvel por um instante, absorvendo o peso gentil daquelas palavras. O coração batia acelerado, não por med
— Pois bem. — começou Lorena, a voz cruel, cortante e fria como uma lâmina de gelo recém-afiada. Seus olhos, agora estavam como duas pedras duras e opacas, imóveis, sem qualquer vestígio de emoção. O silêncio entre os três era quase palpável, como se o ar tivesse se tornado denso demais para respirar. — Já que eu não significo mais nada para você, Alexander... — continuou, pausadamente, cada palavra carregada de dor e desprezo.Ela deu um passo à frente, os saltos de couro fino ecoando no piso como marteladas secas, cada som marcando a sentença que ela estava prestes a impor. Lorena parou a dois passos de Alexander, erguendo o queixo com firmeza. Seus ombros estavam tensos, o maxilar travado, e as mãos cerradas ao lado do corpo, como se contivessem uma tempestade prestes a explodir. Ela o encarou com uma intensidade cortante, como se quisesse atravessá-lo com o olhar.— Saia da minha casa agora mesmo. — disse ela, com a voz firme, mas trêmula nas bordas, como se cada palavra fosse um
Lorena engoliu em seco. O tempo parecia ter parado. E naquele instante, ela soube que não havia mais como fugir.Com passos hesitantes, como se cada movimento exigisse coragem, ela caminhou até Alexander. Os olhos agora marejados refletiam a luz trêmula dos relâmpagos que cruzavam o céu lá fora. As lágrimas escorriam silenciosas, não mais como disfarce, mas como confissão. Quando finalmente chegou perto, se jogou nos braços de Alexander, como alguém que busca abrigo no meio de um furacão.— Alexander, por favor, eu... — começou, mas a voz falhou, engasgada pela emoção. — Eu não queria. Me perdoa, meu amor?Alexander permaneceu imóvel por um segundo, como se o toque dela o congelasse. Então, com um gesto contido, retirou os braços dela de seus ombros. O toque não foi violento — foi firme, decidido, como quem fecha uma porta que não pode mais ser aberta. Ele deu dois passos para trás, rápidos e precisos, e Lorena, desequilibrada pela rejeição, caiu de joelhos no chão. O impacto foi suav
Ele ergueu o braço lentamente, como se cada movimento fosse calculado, e roçou o punho da camisa branca encharcada contra a pele do rosto dela. A água fria escorreu como um arrepio, provocando um contraste entre o calor da raiva e o gelo da chuva. Naquele momento, Vitor não queria apenas chamar atenção — ele queria provocá-la, testar seus limites, fazê-la sentir o mesmo turbilhão que o dominava por dentro.— Sente como a água da chuva está fria, Lorena — murmurou, com um sorriso torto nos lábios, os olhos fixos nos dela, intensos e desafiadores.Lorena recuou dois passos rápidos, quase instintivos, como se o toque tivesse despertado algo que ela não queria encarar. Seus saltos bateram no chão com um som seco, ecoando pelo ambiente silencioso, quebrado apenas pelo tamborilar da tempestade contra as janelas.Ela levou a mão ao rosto, limpando a umidade com um gesto brusco, como se quisesse apagar o rastro daquele contato. Seus olhos, antes apenas irritados, agora cintilavam com uma mist
Três dias depois, Lorena estava em sua imponente casa de arquitetura clássica, cercada por jardins silenciosos e muros altos que pareciam guardar segredos. Diante da ampla janela da sala, ela observava a chuva cair lentamente sobre a cidade, como se o céu chorasse por algo que ela mesma não conseguia nomear. As gotas escorriam pelo vidro em trilhas tortuosas, refletindo as luzes distantes e os relâmpagos ocasionais.Em suas mãos, ela segurava uma taça de cristal finíssimo, preenchida com vinho tinto profundo — quase negro sob a luz difusa do entardecer. O líquido parecia pulsar, como se compartilhasse da raiva que fervia em seu peito. Seus olhos, fixos no horizonte enevoado, carregavam uma expressão dura, onde se misturavam ódio, mágoa e uma fúria contida que ameaçava transbordar.O motivo era sempre o mesmo: Agatha.Lorena apertava a taça com uma força calculada, os dedos pálidos pressionando o cristal como se quisessem esmagar o passado.— Ah, Agatha... — murmurou, com um veneno doc





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