Minutos depois, Agatha percorre o corredor com passos ágeis, os saltos de seus sapatos ecoando ritmadamente sobre o piso frio. Cada movimento é milimetricamente controlado, como se pudesse conter, na firmeza de sua postura, o caos que fervilhava por dentro. Seu coração martela contra o peito, descompassado, tomado por uma ansiedade que ela tenta, em vão, sufocar.
A mente resiste, teimando em reviver o desastre de instantes atrás, enquanto a voz cortante e carregada de arrogância de Lorena ainda ecoa em seus pensamentos — um veneno sutil, porém persistente.
Ao atravessar as portas duplas do refeitório, Agatha inspira profundamente. O aroma encorpado de café recém-passado invade suas narinas, misturado a notas suaves de baunilha e canela — uma fragrância acolhedora, quase ilusória, contrastando com a agitação interior que ela tanto se esforça para mascarar. O espaço está morno, preenchido por conversas abafadas e o tilintar metálico de talheres.
Atrás do balcão, o cozinheiro a observa