Ele ergueu o braço lentamente, como se cada movimento fosse calculado, e roçou o punho da camisa branca encharcada contra a pele do rosto dela. A água fria escorreu como um arrepio, provocando um contraste entre o calor da raiva e o gelo da chuva. Naquele momento, Vitor não queria apenas chamar atenção — ele queria provocá-la, testar seus limites, fazê-la sentir o mesmo turbilhão que o dominava por dentro.
— Sente como a água da chuva está fria, Lorena — murmurou, com um sorriso torto nos lábios, os olhos fixos nos dela, intensos e desafiadores.
Lorena recuou dois passos rápidos, quase instintivos, como se o toque tivesse despertado algo que ela não queria encarar. Seus saltos bateram no chão com um som seco, ecoando pelo ambiente silencioso, quebrado apenas pelo tamborilar da tempestade contra as janelas.
Ela levou a mão ao rosto, limpando a umidade com um gesto brusco, como se quisesse apagar o rastro daquele contato. Seus olhos, antes apenas irritados, agora cintilavam com uma mist