Inicio / Romance / A secretária do chefe / Cap. 2 Sobre as luzes da sedução
Cap. 2 Sobre as luzes da sedução

O luar prateado mal conseguia competir com o brilho intenso das luzes vermelhas piscantes que decoravam o lado de fora da tão esperada festa. Elas lançavam clarões sobre os rostos dos convidados, criando sombras dançantes e alimentando o mistério da noite. No ar, pairava uma mistura de fragrâncias. Operfume amadeirado de algumas pessoas se misturava ao cheiro doce e forte das bebidas destiladas.

Do lado de dentro, a energia pulsava como um organismo vivo. Músicas explosivas preenchiam o espaço, criando ondas de vibrações que percorriam os corpos das pessoas que dançavam freneticamente. Risadas ecoavam, acompanhadas por gritos de entusiasmo e pelo tilintar dos copos de vidro que se encontravam em brindes animados. Algumas áreas VIP, cercadas por cordões de veludo negro, exibiam sofás de couro macio e mesas de vidro onde coquetéis sofisticados eram servidos em taças reluzentes. O cheiro adocicado de vodca misturada a frutas pairava sobre essas seções exclusivas, onde grupos seletos bebiam e conversavam de maneira descontraída.

Raquel e Agatha cruzaram a entrada, e o impacto do cenário arrebatador as fez parar por um instante. Raquel, de olhos brilhantes e sorriso satisfeito, lançou um olhar para a irmã antes de ajeitar seus longos cabelos negros com um gesto elegante. Seu batom vermelho vibrante refletia a luz multicolorida do ambiente. Ela suspirou e murmurou com admiração:

— Nossa... Olha só para isso! — Sua voz carregava um tom de encantamento enquanto ela abria a bolsa e retocava o batom diante do pequeno espelho. Depois, sem esperar resposta, agarrou o braço de Agatha e puxou-a suavemente para dentro. — Vamos entrar.

Dentro do salão, grupos e duplas dançavam sem reservas, seus movimentos sendo guiados pela batida intensa da música eletrônica. A iluminação piscava ritmicamente, como se o próprio espaço estivesse em sincronia com a celebração. Balcões repletos de garrafas translúcidas se espalhavam por diversas áreas, cada uma contendo uma seleção específica de bebidas — algumas coloridas e frutadas, outras escuras e amadeiradas, exalando um aroma forte e inebriante.

Agatha, de olhos arregalados e coração acelerado, olhava ao redor com pura admiração.

— Mas que lugar incrível e fantástico... Nunca vi algo assim! — Sua voz saiu em um tom ofegante, carregado de emoção. Com mãos hesitantes, tocou delicadamente algumas garrafas sobre o balcão, observando a forma como o vidro gelado e úmido parecia brilhar sob a luz ambiente.

Raquel acompanhou o gesto da irmã e, com um sorriso malicioso, respondeu:

— Está vendo, irmã? Isso sim é que é vida de verdade! Venha, vamos beber algo. — Seus olhos tinham um brilho de mistério enquanto ela se aproximava ainda mais do balcão.

Empolgada, mas ainda incerta, Agatha ajeitou a bolsa sobre o ombro e inclinou a cabeça levemente.

— O que será que eles têm aqui? — Sua voz saiu curiosa, mas um pouco hesitante.

Raquel estreitou os olhos e sussurrou com um sorriso travesso:

— Vamos descobrir agora mesmo... Mas eu acredito que você vai gostar.

Ela se virou para o atendente e inclinou-se sobre o balcão com uma postura confiante. Seus dedos deslizaram suavemente pela superfície fria de mármore enquanto ela encarava o rapaz de cima a baixo, avaliando sua expressão sonolenta e despreocupada.

— Por favor, queremos uma bebida bem forte... Daquelas que deixam a gente completamente fora de si, que só acordamos no dia seguinte! — Sua voz saiu baixa, quase como um segredo compartilhado entre os dois.

O atendente ergueu uma sobrancelha, mas assentiu, anotando o pedido em um pequeno bloco.

Agatha, ao perceber o rumo da conversa, piscou algumas vezes e sentiu um aperto no peito. Seu olhar encontrou o de Raquel, e seu semblante expressava surpresa misturada com preocupação.

— Raquel... Você prometeu que não iríamos beber! Fizemos um acordo! — Sua voz soou firme, mas a emoção dentro dela fez suas palavras tremerem levemente. — Isso pode trazer problemas para a nossa saúde.

Raquel deu uma risada curta, jogando os cabelos para trás.

— Mas essa pode ser a nossa única noite de liberdade e felicidade, irmãzinha... — disse em tom persuasivo. Seus olhos tinham um brilho indecifrável, como se ela estivesse guardando um segredo. — Pense bem na sua decisão.

Agatha respirou fundo. Sua mente girava entre a vontade de aproveitar a festa e o temor de ultrapassar um limite desconhecido. Seus dedos se entrelaçaram nervosamente sobre a alça da bolsa.

— Tudo bem... Se essa é a nossa única oportunidade, que assim seja. Mas nada de exagero! — exclamou, tentando se convencer.

Raquel sorriu de forma enigmática e acenou para o atendente.

— Pode deixar, irmãzinha... Apenas o necessário.

O tempo passou e, sem perceber, Agatha perdeu a conta dos copos que lhe foram oferecidos. Cada gole a tornava mais solta, mais leve, mais desinibida — até que já não conseguia distinguir seus pensamentos com clareza. A embriaguez a envolveu como um véu, deixando-a rindo alto e dançando sem reservas, enquanto amigos de Raquel se aproximavam para lhe entregar mais bebida.

Raquel, sentada em uma cadeira ao canto, observava sua irmã com um olhar pensativo, quase calculista. Esperou o momento certo antes de se levantar, ajeitar seu vestido e caminhar com passos seguros até um rapaz embriagado que bebia solitariamente.

Ela sorriu ao vê-lo virar o último copo e, com um gesto sedutor, tocou seu braço, inclinou-se próximo ao seu ouvido e sussurrou:

— Vem comigo… Vamos nos divertir um pouco… O que você acha?

O jovem, visivelmente embriagado, ergueu-se da cadeira com esforço, suas pernas vacilantes denunciando o estado de torpor. Raquel tocou levemente seu braço e, sem hesitar, conduziu-o por entre os corredores iluminados por luzes âmbar até um quarto discreto no andar superior.

A porta rangeu ao abrir, revelando um espaço com cortinas pesadas, móveis de madeira escura e uma cama imponente de lençóis bem arrumados. O ar tinha um leve perfume de lavanda, misturado ao odor sutil do álcool impregnado nas roupas do rapaz. Ele piscou algumas vezes, tentando focar sua visão turva na mulher ao seu lado.

— Você é maluca! — exclamou, sua voz arrastada pelo efeito do álcool. Sua testa se franzia em confusão, e ele passou as mãos pelo rosto, pressionando as têmporas como se isso pudesse aliviar a dor que latejava em sua cabeça. — O que você realmente quer? Dinheiro?

Raquel, de olhos brilhantes e expressão serena, soltou uma risada curta e cruzou os braços, inclinando levemente a cabeça.

— Não, idiota — respondeu, sua voz soando firme, mas provocativa. — Como se você tivesse dinheiro... Apenas quero que espere aqui.

Ele caiu pesadamente na beirada da cama, soltando um suspiro cansado. As pontas dos dedos massagearam, enquanto um grunhido de frustração escapava de seus lábios.

— Hum… Você é maluca… — murmurou.

Raquel apenas sorriu e, em um gesto inesperado, aproximou-se dele e roçou seus lábios contra os dele, um beijo curto, quase como um selo. Então, sem mais explicações, virou-se rapidamente e saiu do quarto, deixando-o sozinho e confuso.

De volta à festa, onde as vozes se misturavam com o ritmo agitado da música, Raquel localizou sua irmã. Agatha estava radiante, os olhos brilhantes e o sorriso solto, girando um copo dourado entre os dedos, enquanto ria de algo que um grupo de amigos havia acabado de dizer.

Raquel se aproximou e tocou delicadamente seu ombro.

— Minha querida irmã… Chega de se divertir esta noite — murmurou, olhando o horário em seu celular.

Agatha franziu a testa, sua expressão desconcertada.

— Mas agora que está ficando bom… Me deixa ficar só mais um pouco? — pediu com um sorriso ingênuo, balançando o copo quase vazio em um gesto despreocupado.

Raquel inclinou-se levemente, sua voz baixa e persuasiva.

— Eu tenho algo melhor para você. Uma grande surpresa… Vem comigo.

A jovem, com a mente confusa e o corpo relaxado pelo efeito da bebida, seguiu sua irmã sem pensar duas vezes. Raquel conduziu-a pelo salão, passando pelos sofás elegantes e taças semiderramadas sobre as mesas de vidro, até o quarto onde o rapaz ainda estava — um vulto abatido sobre a cama, os cotovelos apoiados nos joelhos e os olhos semicerrados em desalento.

Agatha parou repentinamente à entrada, seu coração disparado.

— Quem é esse rapaz? — questionou, seu olhar se movendo hesitante entre o homem e a irmã. — E o que estamos fazendo aqui?

Raquel sorriu, sua voz envolta em uma doçura calculada.

— Esse é um velho amigo meu… Estuda medicina — mentiu com facilidade. — Ele vai passar a noite com você. Divirta-se.

Agatha sentiu um frio percorrer sua espinha, suas mãos apertaram o tecido de seu vestido como se buscassem alguma sensação de segurança.

— Mas eu não quero… — murmurou com um arrepio na voz. — Eu nem conheço ele. Olha para mim… Estou completamente bêbada… E ele também.

Raquel fingiu um riso descontraído.

— Ele é um ótimo rapaz. Confie em mim.

O rapaz, que até então observava tudo em silêncio, soltou uma risada rouca e murmurou:

— Essa mulher é maluca… Não confie nela.

Ele tentou se erguer, mas suas pernas vacilaram e ele precisou se apoiar na beirada da cama para não cair.

Raquel, sem perder tempo, segurou a irmã pelos ombros e a conduziu até a cama. Antes que Agatha pudesse protestar, a porta se fechou.

Ela se virou rapidamente para sair dali, mas uma mão quente e trêmula segurou seu braço. O toque fez seu corpo inteiro estremecer, e quando seus olhos encontraram os dele, algo inexplicável aconteceu. A conexão entre seus olhares era intensa, profunda, como se um fio invisível os unisse naquele instante.

— Não vá… — disse ele, sua voz baixa, rouca, quase desesperada.

Agatha permaneceu ali, imóvel. Seu coração martelava em seu peito, e pela primeira vez, algo dentro dela se retorcia com uma sensação nova e indomável.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP