Inicio / Romance / A gêmea errada do CEO / Capítulo 7 — Um assunto que incomoda
Capítulo 7 — Um assunto que incomoda

Depois de uma noite confusa, marcada por silêncios e olhares que diziam mais do que palavras, o dia finalmente amanheceu. A luz do sol invadia o apartamento com força, atravessando as cortinas e desenhando formas douradas sobre o chão. Lá fora, os pássaros cantavam com entusiasmo, e o som distante das buzinas anunciava que a cidade já estava desperta.

Mas dentro do quarto, o tempo parecia correr em outro ritmo.

Milena ainda dormia profundamente, envolta pelo lençol branco que se moldava ao seu corpo. Seu rosto estava sereno, os traços relaxados, e um leve sorriso repousava em seus lábios, como se sonhasse com algo bom, algo leve. Aquele sorriso, tão espontâneo, chamou a atenção de Alerrandro.

Ele já estava de pé. Bocejou discretamente enquanto abria as cortinas das grandes janelas, revelando o céu limpo e azul. A luz iluminou seu rosto, destacando os traços marcantes e a elegância natural que ele carregava mesmo recém-acordado. Havia algo nele que irradiava mais do que beleza, uma presença firme, silenciosa, quase magnética.

Ao olhar para a cama, seus olhos se fixaram em Milena. E por um instante, ele parou. Observou-a com atenção, como se tentasse decifrar aquele sorriso adormecido. Seus olhos brilharam, não de surpresa, mas de encantamento. Aquela mulher, que ele acreditava ser sua esposa, parecia diferente. Mais suave. Mais humana.

Ele se aproximou devagar, pegou o copo de água sobre a mesa e bebeu um gole, sentindo o frescor aliviar a garganta. Depois, continuou caminhando até a cama, os passos silenciosos, quase reverentes.

Sentou-se na beirada, com cuidado para não acordá-la bruscamente. Estendeu a mão e acariciou seu rosto com delicadeza, os dedos deslizando pela pele como se quisessem memorizar cada detalhe. Milena começou a despertar lentamente, os olhos se abrindo aos poucos, ainda turvos de sono. Sentiu o toque e, por um instante, se permitiu sentir o carinho.

Mas junto com o despertar veio a culpa. Ela estava mentindo. Estava vivendo uma mentira diante de um homem que, mesmo sem saber quem ela era, a tratava com respeito, com cuidado. E isso a fazia se perguntar: Até quando poderia sustentar aquilo? ela pensou: tenho que contar a verdade hoje mesmo.

Alerrandro se levantou, ajeitou a camisa e olhou para ela com um sorriso leve.

— Vou me arrumar para ir trabalhar — disse, com a voz calma. — Hoje tenho uma conversa com o Sr. Marcos.

Milena apenas assentiu com a cabeça, sem dizer nada. Observou-o se afastar, sentindo o peso da verdade crescer dentro de si. Talvez aquele dia trouxesse respostas. Ou talvez trouxesse a coragem que ela ainda não tinha encontrado.

Alerrandro se arrumou para mais um dia de trabalho e depois saiu do quarto e deixando para trás o perfume amadeirado que parecia se misturar ao ar como uma assinatura silenciosa. Desceu as escadas com passos firmes, mas apressados, ajustando os punhos da camisa enquanto o sol da manhã atravessava os vitrais da escada, desenhando reflexos dourados sobre o chão de mármore.

Na sala, avistou sua mala preta repousando sobre o sofá de couro. Pegou-a com uma das mãos, sem parar, e seguiu para a cozinha. O aroma de café fresco e frutas maduras preenchia o ambiente. A mesa estava impecável, pães artesanais, fatias de queijo, sucos naturais e uma cesta de frutas vibrantes. Lídia, a empregada, estava junto ao fogão, finalizando o café com precisão e cuidado.

Alerrandro pegou uma uva da cesta, levou à boca e mastigou com rapidez, saboreando o frescor por um breve instante. Antes de sair, olhou para Lídia e disse com um sorriso gentil:

— Obrigado pelo lindo café da manhã, Lídia. Mas não vou poder ficar para degustar mais. Lorena daqui a pouco desce. Até mais tarde.

Lídia assentiu com um sorriso discreto, os olhos brilhando com respeito e afeto.

— Não precisa agradecer, Sr. Alerrandro. Tenha um ótimo dia de trabalho.

Ele saiu da cozinha, atravessou o corredor e chegou à garagem. O ambiente era silencioso, revestido de concreto polido e iluminado por luzes embutidas. Seu carro, um modelo de alto padrão, preto reluzente, aguardava como uma extensão de sua presença. Pegou as chaves no bolso, destravou o veículo com um clique sutil, entrou e ligou o motor. O ronco suave do carro ecoou pela garagem. Engatou a ré e partiu.

A cidade já pulsava lá fora. O trânsito começava a se formar, mas Alerrandro seguia com tranquilidade, os olhos atentos e a mente já focada no dia que o aguardava. Ao chegar à empresa, estacionou na garagem privativa, onde apenas os diretores tinham acesso. O prédio era imponente, fachada de vidro espelhado, colunas metálicas e um jardim vertical que subia pela lateral.

Entrou pela recepção principal, onde funcionários bem vestidos circulavam com pastas e tablets em mãos. O ambiente era moderno, com tons neutros e detalhes em madeira clara. O som dos saltos no piso, os cumprimentos formais e o aroma de café corporativo criavam uma atmosfera de produtividade e elegância.

Alerrandro subiu no elevador panorâmico, observando a cidade através do vidro enquanto ajustava o relógio no pulso. No caminho até seu escritório, foi saudado por diversos funcionários:

— Bom dia, Sr. Alerrandro.

— Bom dia — respondia com um leve aceno de cabeça, mantendo o olhar firme e o semblante sereno.

Ao chegar à sua sala, empurrou a porta de vidro fosco e entrou. O espaço era amplo, com uma mesa de madeira escura, estantes com livros e troféus empresariais, e uma parede inteira de janelas que deixava a luz natural invadir o ambiente. A cadeira de couro giratória aguardava atrás da mesa, e sobre ela repousavam documentos organizados com precisão.

Não demorou muito até ouvir uma batida na porta.

— Entre — disse, sem levantar os olhos.

Sr. Marcos entrou com passos contidos, vestindo um terno cinza claro, os óculos pendendo na ponta do nariz. Antes mesmo de se sentar, Sr. Marcos ergueu o olhar e falou com firmeza:

— Eu quero conversar sobre o contrato seu e de minha filha.

Alerrandro parou por um instante, surpreso com a abordagem direta. Ele apertou os olhos levemente, cruzando os dedos sobre a mesa. Ele não gostava de tocar nesse assunto, havia algo nele que o incomodava profundamente. Talvez fosse a sensação de que tudo aquilo estava prestes a desmoronar.

Sr. Marcos ajeitou os óculos, pigarreou e se sentou lentamente. O ar entre os dois parecia mais denso, como se cada palavra a ser dita carregasse um peso maior do que o habitual.

E naquele instante, o escritório se transformou em um campo de tensão silenciosa.

— Sobre o que exatamente?... — Murmurou ele.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP