O relógio do escritório marcava exatamente 10h da manhã. A luz natural atravessava as amplas janelas de vidro, iluminando o ambiente com um brilho suave e revelando cada detalhe da decoração sofisticada. O ar estava carregado de silêncio, quebrado apenas pelo som dos saltos de Verônica tocando o piso de madeira com precisão.
Ela caminhava lentamente pelo escritório, como se estivesse explorando um território familiar, mas agora com olhos mais atentos. Seu vestido justo, de tecido acetinado, moldava cada curva com elegância provocante. As mãos, ágeis e delicadas, deslizavam sobre os objetos da sala, livros, porta-retratos, papéis organizados com perfeição. Cada toque parecia calculado, como se quisesse deixar uma marca invisível.
Alerrandro, sentado em sua cadeira de couro, passava a mão pelos cabelos com impaciência. O gesto era rápido, quase nervoso. Seus olhos estavam fixos no chão, tentando ignorar a presença que se movia ao redor como uma sombra sedutora.
Verônica se aproximou da