Mundo ficciónIniciar sesiónFelipe Demirkan, 29 anos, herdeiro frio e implacável da máfia turca Demirkan, controla boates luxuosas e um império oculto de joias em Istambul. Braço direito do pai, o temido George Demirkan, ele não permite ninguém se aproximar — até uma noite de paixão avassaladora com uma desconhecida que desaparece ao amanhecer. Ayla Sanli, 24 anos na época, era uma paramédica recém-formada, doce e reservada, que vivia apenas para o trabalho e para a mãe. Órfã de pai, raramente se permitia viver — até se entregar completamente a um estranho irresistível numa boate. Quatro anos depois, Ayla, agora quebrada financeiramente e carregando um segredo doloroso, é forçada a ser babá na fortaleza dos Demirkan. O menino rebelde de quatro anos que ela deve cuidar é Caio — seu próprio filho com Felipe, entregue ao nascer por ordem do avô da criança. Quando olhares se cruzam novamente, a química explosiva reacende, mas segredos, desconfianças e ameaças da máfia colocam tudo em risco. Ayla lutará para recuperar o filho que nunca criou, enquanto Felipe descobre uma verdade que pode destruir ou salvar a família que nunca soube que tinha. Uma paixão proibida, segredos devastadores e redenção no coração sombrio da máfia turca.
Leer másO médico virara mais uma folha do exame que acabara de sair do laboratório direto para suas mãos.
Ayla na cadeira à sua frente estava apreensiva.
— Você não está doente... — O médico fez uma pausa longa demais para o gosto dela. — Parabéns, você está grávida de quatro semanas!
O choque foi imediato.
— Grávida? Na-não... eu não posso estar grávida — ela disse surpresa.
— Mas está.
Ayla pegou das mãos do médico os papéis, correu os olhos por eles até acha a palavra que mudara tudo: POSITIVO.
Flashes da noite com o homem mais charmoso que conheceu, passaram por sua mente. Naquela noite, não pensou em proteção.
Ela chorou no banheiro da clínica, as mãos tremendo sobre a barriga ainda plana. Um bebê. Dele. O pânico a tomou de início, depois uma onda de amor inesperado. Mas e agora? Felipe... Nem tinha seu número.
Ayla tinha que confessar que aquilo foi uma loucura, conheceu um homem lindo em uma boate e aceitou ir para casa dele, nunca agiu assim antes, no que ela estava pensando?
Naquela noite assim que chegou, sua mãe já dormia. Olhou-a com ternura e pensou se seria tão boa mãe quanto a que teve. Passou para o próprio quarto e discou no celular o número de sua melhor amiga.
Precisava do conselho de alguém, e ninguém mais a entenderia ou sabia da noite louca que teve.
— Ayla, quem está morrendo para você me ligar tão tarde? — Luna perguntou e bocejou na ligação.
— Eu estou grávida, Luna. Daquela noite. Do cara da boate. —Sussurrou com vontade de chorar.
Silêncio do outro lado, depois um gritinho. A amiga havia despertado por completo.
— Meu Deus, Ayla! Você tem que contar pra ele! Você sabe onde ele mora, né? Aquele apartamento chique que ele te levou. Vai lá. Conta. Ele pareceu se importar, não deixaria você sozinha.
— E se ele não quiser? E se for só uma noite pra ele?
— E se for mais? Você não pode criar esse bebê sozinha, amiga. Vai. Eu te levo se quiser.
Ayla passou dias indecisa, o medo corroendo seu peito. Mas o bebê merecia um pai. Merecia uma chance. Incentivada por Luna, que praticamente a arrastou até o táxi, ela foi.
O prédio era ainda mais imponente à luz do dia. O porteiro a olhou com desconfiança quando ela se aproximou da recepção.
— Eu preciso falar com Felipe Demirkan. É importante. Pode dizer que é Ayla. — A voz vacilou naquele momento.
O homem pegou o interfone, mas antes que discasse, uma voz grave e autoritária cortou o ar.
— Quem está procurando meu filho?
Ayla virou-se e congelou. O homem era alto, imponente, com cabelos grisalhos e olhos frios como aço. George Demirkan, o patriarca da família. Ela não sabia quem era, mas tremeu com o som de sua voz e mais ainda com a sua figura.
— Eu... preciso falar com Felipe. É pessoal.
George a mediu de cima a baixo: o vestido simples, o rosto pálido, o nervosismo evidente. Seus olhos pararam na mão dela, que instintivamente protegia a barriga ainda discreta.
— Você está grávida — disse ele, sem rodeios. Não era uma pergunta.
Ayla engoliu em seco, o coração acelerado. Seu movimento havia sido tão acusatório assim?
— Eu só quero falar com o Felipe. Vamos... resolver. — O que? Como? Ela não sabia.
O rosto de George endureceu. Ele se aproximou, a voz baixa e ameaçadora.
— Acha que fisgou meu filho? Isso se essa criança for mesmo dele.
— Escute aqui. — Ela ergueu o dedo. — Felipe foi o primeiro, o único... não há chances de esse filho ser de outro. E... não preciso me explicar para o senhor. Eu e o Felipe...
— Escute bem — a cortou. — Você é uma ninguém. Uma garota comum que passou uma noite com meu filho. Não serve para esposa dele. Não serve para a família Demirkan. Vá embora! Esqueça que ele existe. Ou vai se arrepender.
As palavras foram como facadas. Ayla sentiu as lágrimas subirem, mas manteve a cabeça erguida.
— Eu não quero nada dele. Só queria contar. O bebê é sangue do seu sangue também.
George riu friamente, sem humor.
— Sangue? Talvez... Mas você não é nada. Saia daqui antes que eu perca a paciência.
Ele fez sinal para os seguranças, que se aproximaram. Ayla recuou, as mãos tremendo, o coração partido. Sem dizer mais nada, virou-se e saiu correndo, as lágrimas escorrendo pelo rosto.
George Demirkan observou-a ir embora, os olhos semicerrados. Pegou o celular e discou um número.
— Sigam ela. Descubram tudo: onde mora, com quem vive, o que faz. E preparem tudo. O neto é meu. Ela... vamos resolver isso do jeito certo. O sangue Demirkan é mais importante do que qualquer coisa.
Felipe não podia acreditar, desfalecida, sangrando em seus braços, estava a mulher que virou sua cabeça, que estivera em seus sonhos durante quatro anos.— O que houve com ela? O que ela faz aqui? — perguntou para Omar colocando-se de pé. Os soldados a sua volta fizeram menção de pegá-la, ele não deixou, não queria soltá-la e não soltaria nunca mais.— Felipe, essa é a babá. A paramédica que o Caio escolheu para cuidar dele. Ela tem vivido aqui desde o dia de sua partida.O coração de Felipe falhou. Pensaram que o destino era muito curioso, ou que tinha um senso de humor terrível, para colocar em seu caminho, justamente aquela mulher.Felipe caminhou com ela para dentro da casa. Deitara o corpo frágil e pálido em seu quarto.— Pegue o kit de primeiros socorros e chame o médico da família. — Suas ordens eram precisas, e seus homens correram para atender tudo que precisava. — Vou cuidar de você... Não vai morrer, Caio me mataria de eu permitisse algo assim.Mentira para si mesmo.
Ela passou o dia imersa em seu plano, não prestou atenção nas brincadeiras, ou nas risada de Caio. Em certos momentos fechava os olhos tentando gravar aquele som dentro de si.Ayla esperou a mansão mergulhar no silêncio da madrugada. Olhou o relógio na parede da sala e o mesmo marcara duas horas. Caio dormia profundamente na cama, abraçado ao ursinho que ela mesma dera para ele no hospital.Nos últimos dias, apesar do sequestro, apesar do medo, algo inexplicável aconteceu. O contato com Caio preenchera um vazio que ela carregava há quatro anos.Com cuidado, inclinou-se e depositou um beijo leve na testa dele.— Durma bem, meu amor... — sussurrou, a voz embargada, o coração pesado por ter que partir. — Desculpe por ir embora assim.Uma lágrima rolou por seu rosto. Ela enxugou rápido e respirou fundo. Saiu do quarto sem olhar para trás.Aquelas pessoas eram perigosas. Ela sabia disso. Ficar era colocar sua vida em risco e como ouviu antes. O pai de Caio cuidaria dela.Desceu as escadas
Naquela noite, Ayla saiu do hospital exausta após um turno de 12 horas. Salvara um idoso de uma parada cardíaca, intubou uma criança com asma grave. E após tudo isso, era hora de voltar para sua casa.Caminhara a passos lentos, sem pressa de chegar, não tinha mais a mãe, nunca teve o filho, voltar para a solidão era sufocante demais.Olhou para trás e viu carro preto. Os faróis altos. A velocidade cada vez menor. Apertou um pouco o passo. Um mal presságio subiu por sua espinha em forma de calafrio.Notou o veículo acelerar, como se quisesse acompanhar seus passos. Por fim um deslize que em sua mente mudou tudo. Um pequeno buraco no chão de tijolos a fez ir ao chão. Suas mãos bateram com força o concreto. E antes que pensasse em levantar, braços fortes a envolveram.Ela tentou gritar, tentou lutar, mas... era inútil.— Fique calma, não vamos te fazer mal. — A voz do homem cortou seus pensamentos em pânico. Confiara nele? Não. Mas o que podia?Um tecido cobriu sua boca, o cheiro forte a
Felipe acordou cedo, como sempre, mas pela primeira vez em semanas não vestiu o terno preto nem pegou a arma. Vestiu apenas uma camiseta cinza e um short de academia. Hoje o mundo podia esperar.Caio já pulava na cama ao lado quando ele abriu os olhos.— Papai, acho que perdeu o horário, não me chamou para ir para a escola — o fato o divertia.— Que escola Caio? A sua escola pegou fogo, terá que ficar em casa até acabarem de reformar.O menino deu um último pulo sentando-se na cama.— O senhor chamou a moça bonita para ser minha babá? — Os olhos do menino brilhavam em expectativa, mas Felipe negou e o rostinho alegre perdeu o brilho.— Não consegui, ainda... mas hoje vai ficar com o seu pai! Seremos apenas eu e você.— Ebaaaaaaa — Caio comemorou fazia tempo que não passava o dia com seu pai, sempre eram beijos antes de dormir ou abraças e conversas curtas antes da escola. Hoje, o papai era só dele.Felipe sorriu, bagunçou os cabelos do filho e carregou-o nos ombros até o jardim. O sol
Felipe saiu do galpão com o paletó manchado de sangue. Passou horas ali até conseguir as informações que queria, seu pai estava satisfeito com o resultado e ele também. Sua alma podia estar um pouco mais perto do inferno, mas o poder estava em suas mãos.O celular, agora nas mãos dele, mostrava 23 chamadas perdidas da escola. O estômago revirou. Aquilo não era um capricho, não podia ser... Ninguém liga tantas vezes assim por algo pequeno.Omar ligou antes que ele pudesse retornar. Já que o pai estava indisponível, o tio, foi contactado.— Por Deus, finalmente atendeu! — Omar disse.— O que foi? O que aconteceu com o meu filho? — Felipe olhava para o pai que engoliu seco. Sua insistência em priorizar os negócios causara um grande desastre.— Houve um incêndio na escolaO coração de Felipe parou. Ele precisou ser amparado pelo pai para não cair.— Meu filho... como está meu filho — perguntou com medo.— Caio está no hospital. Ele inalou muita fumaça, mas já está acordado.Respirou alivi
Felipe limpou o sangue dos nós dos dedos com um pano velho. O homem amarrado à cadeira já não gritava; apenas gemia, a cabeça pendendo para o lado, o rosto inchado. O galpão cheirava a ferrugem, gasolina e medo.Felipe aproximou-se de novo.— Última chance, rapaz. — disse entre os dentes. — Onde estão os diamantes que sumiram do carregamento do porto?O homem cuspiu sangue no chão.— Eu já disse… não sei de nada… — gritou, mas a voz saiu baixa, não tinha mais forças.Felipe ergueu o punho. O soco acertou a costela com um estalo seco. O corpo do traidor arqueou, preso pelas cordas. Ele pensou que o homem morreria antes de falar, precisava controlar sua força.George Demirkan observava tudo de braços cruzados, encostado na parede. O patriarca, aos 62 anos, ainda assustava mais com o olhar do que qualquer arma.O celular de Felipe vibrou no bolso. Ele fez menção de pegar, mas George levantou a mão.— Continua. Não há nada mais importante agora.Felipe hesitou meio segundo, depois obedece





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