Felipe acordou cedo, como sempre, mas pela primeira vez em semanas não vestiu o terno preto nem pegou a arma. Vestiu apenas uma camiseta cinza e um short de academia. Hoje o mundo podia esperar.
Caio já pulava na cama ao lado quando ele abriu os olhos.
— Papai, acho que perdeu o horário, não me chamou para ir para a escola — o fato o divertia.
— Que escola Caio? A sua escola pegou fogo, terá que ficar em casa até acabarem de reformar.
O menino deu um último pulo sentando-se na cama.
— O senhor chamou a moça bonita para ser minha babá? — Os olhos do menino brilhavam em expectativa, mas Felipe negou e o rostinho alegre perdeu o brilho.
— Não consegui, ainda... mas hoje vai ficar com o seu pai! Seremos apenas eu e você.
— Ebaaaaaaa — Caio comemorou fazia tempo que não passava o dia com seu pai, sempre eram beijos antes de dormir ou abraças e conversas curtas antes da escola. Hoje, o papai era só dele.
Felipe sorriu, bagunçou os cabelos do filho e carregou-o nos ombros até o jardim. O sol