Narrado por Brian
Saí do hospital com os ombros tensionados e os passos pesados, cada músculo do meu corpo gritando pela violência que eu ainda não causei.
A imagem da Scarlett naquele leito, com os olhos roxos, o rosto inchado, o corpo coberto de hematomas… ficou cravada na minha cabeça como se fosse uma maldição. Uma lembrança pulsante, insistente, latejando atrás dos meus olhos cada vez que eu piscava.
Ela tentou esconder. Tentou fingir que estava tudo bem. Mas eu conheço aquela mulher. Conheço cada microexpressão, cada mudança sutil no tom de voz, cada silêncio mais longo do que o normal. E ela estava com medo. Um medo que ela não quis dizer em voz alta, mas que me entregou com o olhar.
Anastácia.
Ela falou o nome como quem sussurra o de um demônio. E naquele momento, eu soube. Eu soube exatamente quem tinha feito aquilo com ela. Não importava se havia provas. Eu não precisava de evidência. Eu precisava de sangue.
Marcelo não a procurou. Claro que não. Porque o fraco nunca encara