Kiara Dubois sempre acreditou que sua vida fosse simples. Estudante universitária de 21 anos e garçonete em um bar de bairro, ela levava seus dias entre livros e turnos longos, sonhando com um futuro melhor. Mas em uma noite chuvosa, tudo muda quando ela testemunha algo que jamais deveria ter visto: um grupo de homens perigosos, liderados pelo enigmático Sergey Novikov, se livrando de um corpo. Sergey, um bilionário russo de 26 anos, com uma reputação tão letal quanto seus olhos âmbar, é o líder de uma poderosa organização criminosa. Ao perceber que Kiara viu demais, ele a coloca diante de uma escolha impossível: confiar nele ou enfrentar as consequências. O que começa como uma tentativa de manter Kiara em silêncio rapidamente se transforma em um jogo de atração proibida, onde o perigo e o desejo caminham lado a lado. Sergey é um homem de segredos sombrios, mas a inocência e a determinação de Kiara despertam nele algo que ele nunca esperou sentir. No entanto, viver no mundo de Sergey significa mais do que paixão ardente; significa enfrentar inimigos mortais, desafios inesperados e decisões que podem mudar tudo. Em meio ao caos, Kiara precisará decidir se está disposta a arriscar tudo por um amor que é tão perigoso quanto irresistível.
Ler maisA chuva caía em uma melodia constante, ecoando pela cidade quase vazia. Kiara Dubois apertava o casaco contra o corpo magro enquanto caminhava para casa. O frio da noite não era novidade para ela; tampouco a sensação de exaustão após mais um turno no bar onde trabalhava. Seus pés doíam, e ela desejava apenas uma cama quente e um pouco de paz.
O céu estava enegrecido, e os trovões ocasionalmente iluminavam as ruas molhadas. Ela havia aprendido cedo a ser cuidadosa à noite, mas o bairro geralmente era tranquilo. Hoje seria apenas mais uma noite comum, pensou. Mas ao dobrar uma esquina estreita, algo quebrou sua rotina com a força de uma rajada de vento.
À sua frente, cinco homens formavam um círculo em torno de algo que parecia inerte. Não é da minha conta, ela tentou dizer a si mesma. Seus passos hesitaram. Era tarde demais. Uma rajada de vento levantou a aba do casaco de um deles, revelando um brilho metálico de algo que ela não queria identificar. Um dos homens se afastou por um momento, e foi quando Kiara viu: um corpo.
O pânico tomou conta. Seu instinto gritava para correr, mas seus pés estavam congelados no chão. Ela sentiu o sangue drenar de seu rosto. Então, quando finalmente conseguiu se mover, girou para fugir, apenas para colidir com algo – não, alguém.
Era como se tivesse batido em uma parede de concreto. O impacto a desequilibrou, mas antes que pudesse cair, mãos grandes e firmes a seguraram pelos braços. Ela ergueu os olhos, e sua respiração ficou presa na garganta.
O homem à sua frente era enorme, facilmente ultrapassando dois metros de altura, com ombros largos e músculos esculpidos que pareciam ameaçadoramente visíveis mesmo sob as roupas escuras. Mas o que realmente a paralisou foram os olhos âmbar. Eles brilhavam sob a luz fraca do poste, predatórios, avaliando-a como um lobo faria com uma presa vulnerável.
— Parece que uma preciosa ovelhinha viu algo que não devia... — a voz dele era grave, profunda, com um sotaque russo que rolava como trovões distantes.
Kiara tentou se soltar, mas ele a segurou firme, sem machucá-la. Seu toque era quente, em contraste com a frieza da noite.
— Eu... eu não vi nada, eu juro! — ela disse, sua voz tremendo tanto quanto seu corpo.
Os lábios dele curvaram-se em um sorriso frio, um que não alcançou os olhos. Ele inclinou a cabeça, como se analisasse cada palavra.
— Não minta, devotchka. Seus olhos dizem a verdade mesmo quando sua boca tenta escondê-la.
A palavra em russo era desconhecida, mas ela não precisava de uma tradução para entender o significado. Ele a chamou de algo doce, algo que parecia contradizer o perigo que ele exalava.
— Por favor... eu não vou contar nada, eu prometo... — ela implorou, seu tom quase um sussurro.
Ele soltou um riso baixo, que parecia vibrar em seu peito.
— Você acredita mesmo que é tão simples? — Ele aproximou o rosto do dela, seus olhos fixando-se nos dela, como se pudesse ver direto em sua alma. — Você tem duas opções: fingir que nada aconteceu e confiar que eu a deixarei ir em segurança... ou vir comigo, para garantir que sua pequena boca nunca traia ninguém.
Os homens atrás dele começaram a murmurar em russo, mas ela não entendia nada. Tudo o que podia sentir era a tensão no ar, o peso da escolha que ele acabara de colocar sobre ela.
— Eu não quero problemas, — ela murmurou, sem saber se estava pedindo clemência ou tentando acalmar a si mesma.
O sorriso dele se aprofundou, dessa vez com um toque de algo mais quente, quase apreciativo.
— Isso é bom, devotchka. Então venha comigo.
Antes que ela pudesse protestar, ele puxou um casaco pesado de suas costas e o envolveu ao redor dela, protegendo-a da chuva. Seus movimentos eram firmes, mas não brutais. Ele segurou seu braço e a conduziu para uma SUV preta estacionada a poucos metros dali.
— O que você está fazendo? — ela perguntou, a voz mais alta desta vez, a adrenalina finalmente começando a aflorar.
— Garantindo sua segurança, — ele respondeu, sua voz calma como se estivesse discutindo o tempo.
Kiara tentou resistir, mas a força dele era sobre-humana. Não havia escapatória. Quando ele abriu a porta do veículo, ela tentou dar um passo para trás, mas ele foi mais rápido, guiando-a para dentro com uma facilidade irritante.
Ela se viu sentada ao lado dele, enquanto os outros homens entravam na frente e o motorista ligava o motor.
— Quem é você? — ela perguntou, sua voz carregada de medo, mas também de uma curiosidade que não conseguia suprimir.
Ele virou a cabeça em sua direção, os olhos âmbar brilhando com algo que parecia perigoso e encantador ao mesmo tempo.
— Meu nome é Sergey Novikov, devotchka. E você acabou de entrar no meu mundo.
O veículo avançava pela estrada escura, cortando a chuva com o ronco do motor. O cheiro de couro do interior do carro misturava-se com o do frio, criando uma atmosfera tensa e desconfortável. Kiara não sabia se se sentia mais assustada com a situação ou com a presença avassaladora de Sergey ao seu lado. Sua mente estava atordoada, tentando processar o que acabara de acontecer, mas o silêncio no carro parecia denso demais para qualquer tentativa de fuga ou explicação.
Sergey, por outro lado, parecia completamente à vontade. Seus olhos, ainda fixos nela, observavam-na com um interesse distante, como se estivesse decidindo o que fazer com aquela peça no jogo. Kiara sentiu-se pequena, vulnerável, e isso a irritava de uma maneira que não podia controlar. Ela queria gritar, fazer algo para mudar aquele cenário, mas uma parte de si sabia que isso seria inútil.
De repente, o som do movimento de Sergey interrompeu seus pensamentos. Ele se inclinou para a frente, puxando a alça de uma bolsa de couro que estava no banco de trás, ao alcance de sua mão. Era uma bolsa pequena, mas bem trabalhada, com detalhes sutis que a tornavam distinta. Ele a abriu sem pressa, seus dedos ágeis vasculhando o conteúdo como se soubesse exatamente o que procurava. Kiara olhou para ele, confusa, mas antes que pudesse perguntar o que estava fazendo, seus olhos se fixaram na sua bolsa, e ela sentiu um frio correr pela espinha.
Sergey retirou alguns papéis e documentos de dentro da bolsa. Kiara sentiu seu coração bater mais rápido, o pânico se misturando com a ansiedade. Ele estava examinando os papéis com uma calma inquietante, enquanto ela tentava entender o que ele estava procurando.
— O que você está fazendo? — ela perguntou, sua voz carregada de uma ansiedade crescente.
Ele não respondeu de imediato, seus olhos ainda fixos nos documentos que segurava entre os dedos. Quando finalmente ergueu os olhos para ela, seu olhar estava mais afiado, como se tivesse encontrado algo importante.
— Estou tentando descobrir seu nome, — ele disse, sua voz suave, mas com um toque de ameaça. — Porque, devotchka, você já viu demais para continuar com essa ignorância.
Dez anos se passaram desde o dia em que Sergey e Kiara seguraram seu primeiro filho nos braços. O tempo, que tantas vezes parecia um inimigo, agora era um aliado, trazendo maturidade, realizações e, acima de tudo, uma felicidade que ambos pensaram ser inalcançável no passado.Moscou era agora o lar definitivo da família Novikov. Após a aposentadoria de Nikolai, Sergey assumiu o comando da máfia russa, consolidando sua posição como um dos homens mais poderosos e temidos do submundo. Apesar da natureza sombria de seu trabalho, Sergey transformou seu papel, buscando estratégias para modernizar os negócios da organização, tornando-a menos violenta e mais baseada em inteligência estratégica. Isso permitiu que ele passasse mais tempo com sua família, uma prioridade inegociável.A mansão onde viviam era um símbolo de poder e sofisticação, mas, acima de tudo, era um lar. Localizada em uma propriedade isolada nos arredores de Moscou, cercada por florestas cobertas de neve no inverno e exuberan
Os meses que se seguiram ao casamento de Sergey e Kiara foram marcados por momentos de paz, expectativa e uma felicidade genuína que parecia tão surreal quanto merecida. Em meio à rotina atribulada, com a sombra do passado ainda rondando discretamente, o casal encontrava conforto e força um no outro, preparando-se para o que viria a ser o capítulo mais desafiador e recompensador de suas vidas: a chegada de seu filho.Logo após o casamento, a gravidez de Kiara se tornou o foco principal em suas vidas. Sergey, que sempre fora meticuloso e protetor, levou essa faceta ao extremo. Ele contratou os melhores médicos, fez questão de equipar o apartamento com tudo o que Kiara pudesse precisar e até delegou mais responsabilidades no trabalho para ter mais tempo ao lado dela.— Sergey, você não acha que está exagerando? — Kiara perguntou uma manhã, enquanto ele insistia em medir sua pressão arterial pela terceira vez naquela semana.Ele olhou para ela com seriedade, mas com um leve sorriso.— Eu
O grande dia finalmente chegou. O sol brilhava intensamente sobre Nova York, como se até mesmo o céu quisesse celebrar a união de Sergey e Kiara. A igreja, uma catedral gótica no coração da cidade, estava deslumbrante. Os vitrais lançavam reflexos coloridos pelo chão, e cada banco estava decorado com arranjos de flores brancas e verdes. Era uma mistura perfeita de sofisticação e simplicidade, refletindo a essência do casal.Convidados vindos de todas as partes do mundo ocupavam os bancos da igreja. Homens de ternos bem cortados, mulheres com vestidos elegantes e crianças que olhavam tudo com curiosidade compunham o cenário. A presença da família Novikov, com sua aura de poder e mistério, chamava atenção, mas o clima era de celebração, não de intimidação.Nos bastidores, Kiara estava cercada por suas damas de honra e a mãe, que ajustava o véu em seus cabelos perfeitamente arrumados. O vestido de Kiara era um sonho: uma criação de seda e renda com um corte elegante, que caía em ondas su
O final da tarde em Nova York trazia uma brisa fria, mas a mansão Novikov estava aquecida com a movimentação de familiares que chegavam para o casamento de Sergey e Kiara. As folhas alaranjadas do outono flutuavam pelo extenso jardim, onde uma equipe ajustava os últimos detalhes da cerimônia. Os corredores da mansão ecoavam vozes em russo, risadas e os passos apressados dos funcionários que se certificavam de que tudo estivesse perfeito. A atmosfera, embora elegante, tinha um tom de tensão quase palpável, reflexo da importância daquele momento.Sergey, sempre atento, fazia questão de supervisionar cada detalhe, desde a disposição das flores até a posição das mesas. Seus olhos verdes refletiam a determinação de alguém que estava acostumado a liderar, mas havia um brilho diferente naquele dia, um que só surgia ao pensar em Kiara. Ela, por outro lado, lidava com um misto de ansiedade e nervosismo. Era um grande momento, mas a presença da família dele, com suas tradições e expectativas, a
O salão da mansão Novikov estava iluminado como nunca antes. Preparativos para o casamento estavam em pleno andamento, e a energia vibrante preenchia cada canto do espaço. Flores brancas decoravam os arcos e mesas, enquanto o aroma sutil de orquídeas flutuava no ar. O casamento de Sergey e Kiara não seria apenas um evento de celebração de amor, mas também uma declaração ao mundo de sua união poderosa.Kiara caminhava pelo salão, observando os detalhes e corrigindo pequenas imperfeições. Mesmo com a alegria evidente, seu olhar frequentemente caía em sua barriga, ainda sem sinais visíveis de gravidez, mas já abrigando a nova vida que os aguardava. Sergey, por sua vez, não tirava os olhos dela, mesmo enquanto discutia questões de segurança com Viktor em um canto da sala.— Você está distraído, Sergey — comentou Viktor, segurando um sorriso. — E não me diga que é apenas pelos planos do casamento.Sergey deu de ombros, mas o leve sorriso que surgiu em seus lábios traía sua compostura habit
Os dias que se seguiram à estabilização do império de Sergey trouxeram um tipo de calmaria que Kiara nunca tinha experimentado. A adrenalina do perigo constante foi substituída por uma sensação de propósito e construção. Sergey, sempre meticuloso, começou a desenhar um plano para o futuro que incluía não apenas o fortalecimento do legado que haviam construído, mas também algo mais pessoal: o casamento.Kiara, por outro lado, sentia-se inundada por uma mistura de felicidade e inquietação. Apesar do amor crescente entre eles e da confiança que ganhara ao assumir um papel mais ativo nos negócios, havia algo novo no ar. Um instinto sutil e inexplicável sussurrava que algo dentro dela havia mudado. Mas antes que pudesse aprofundar essa sensação, Sergey apareceu com uma proposta que tirou todas as outras preocupações de sua mente.— Quero que nosso casamento seja especial — disse Sergey uma noite, enquanto estavam na varanda da mansão, sob o céu iluminado pelas luzes da cidade. Ele segurava
Último capítulo