Narrado por Brian
Assim que entrei no hospital, o cheiro de desinfetante e o barulho abafado de passos e máquinas me atingiram como uma onda irritante. Detestava hospitais. Sempre odiei. Mas ali estava eu, andando com calma pelo corredor, com a expressão fria, como se cada passo fosse um movimento calculado num tabuleiro de xadrez. Scarlett tinha me feito sair do sério com aquela ligação. A voz chorosa. O tom frágil.
Ela nunca foi frágil.
Bati duas vezes na porta antes de abrir.
Scarlett estava sentada na cama, a perna enfaixada e o rosto ainda com hematomas. Mesmo machucada, ela estava bonita. Orgulhosa. Altiva. Do jeito que me atraiu desde o começo.
Brian: Você está viva. Isso já é um começo.
Scarlett: Que bom saber que isso ainda é prioridade pra você.
Fechei a porta devagar atrás de mim.
Brian: Tá começando com o veneno cedo hoje, amor.
Scarlett: E você tá chegando tarde. Onde você tava, Brian?
Brian: Trabalhando.
Scarlett: Trabalhando?
Ela bufou, indignada, cruzando os braços com