Laura, uma jovem determinada e batalhadora, assume o cargo de babá em uma mansão isolada para cuidar de duas crianças órfãs de mãe. O que parecia ser a oportunidade perfeita para ajudar sua família logo se transforma em um campo de batalhas emocionais e perigosas. Lucas, o charmoso e reservado viúvo, tenta equilibrar sua vida enquanto é pressionado por sua namorada, Vanessa, uma mulher ambiciosa que não suporta as crianças e enxerga Laura como uma ameaça. Entre laços criados com as crianças e intrigas alimentadas por Vanessa, Laura enfrenta humilhações, manipulações e até ameaças. Quando segredos obscuros do passado de Vanessa vêm à tona, Laura se vê no centro de uma teia de mentiras que pode destruir tudo o que construiu. Com coragem e determinação, Laura luta para proteger as crianças e provar sua inocência, enquanto Lucas descobre que seu coração pode bater novamente, mesmo em meio ao caos. Em um jogo de poder, amor e sacrifícios, A Babá explora a força do amor e da verdade diante de desafios inesperados.
Ler maisO som do motor do ônibus soava como um zumbido interminável enquanto Laura olhava pela janela, apertando a alça de sua bolsa surrada. Seus pensamentos dançavam entre o nervosismo e a esperança.
Era a última chance.
O aluguel estava atrasado, os remédios da mãe, cada vez mais caros. Se não conseguisse esse emprego, talvez não houvesse como pagar o tratamento de Dona Ester por mais uma semana.
A cidade passava em flashes ao seu lado: prédios altos, ruas movimentadas e, finalmente, as áreas mais calmas e arborizadas. Quando o ônibus parou, ela desceu rapidamente, ajeitando o cabelo preso de maneira prática. A mansão era ainda mais imponente do que parecia na foto do anúncio. Portões altos de ferro e um jardim perfeitamente aparado anunciavam o status da família para quem ela esperava trabalhar.
"É agora ou nunca", murmurou para si mesma, endireitando a postura antes de tocar a campainha.
A porta foi aberta por uma mulher de uniforme, de meia-idade, que parecia estar na casa há mais tempo do que qualquer móvel.
— Você é a Laura?
— Sim, sou eu — respondeu, com um sorriso tímido.
— Entre. O Sr. Lucas está esperando na sala.
O coração de Laura acelerou enquanto seguia a empregada por um corredor impecavelmente decorado. Quando entrou na sala, viu um homem alto, de traços marcantes e olhos intensos. Ele estava sentado em uma poltrona de couro, mas se levantou ao vê-la.
— Laura? — Sua voz era grave e educada.
— Sim, prazer em conhecê-lo, Sr. Lucas.
Ele estendeu a mão para cumprimentá-la, e Laura sentiu o calor e a firmeza de seu aperto de mão. Sentando-se no sofá, ela percebeu que ele a analisava com discrição, talvez tentando medir sua confiança ou sinceridade.
— Fiquei impressionado com sua carta de recomendação. Mas, como mencionei no telefone, cuidar de Sofia e Theo é um trabalho que exige muita dedicação. Eles ainda estão processando a perda da mãe.
Laura assentiu, lembrando-se do motivo pelo qual tinha sido tão cuidadosa ao redigir sua candidatura.
— Entendo, Sr. Lucas. Estou disposta a me dedicar inteiramente. Tenho experiência com crianças e... sei o que é passar por tempos difíceis. Minha mãe está muito doente, e esse emprego é nossa única esperança.
Lucas pareceu hesitar por um momento, mas então seus olhos a percorreram com mais atenção. Seus traços suavizaram levemente.
— Sabe... você se parece muito com minha esposa. A maneira como fala, até seu jeito com as mãos. Quando vi sua foto no currículo, quase não acreditei.
Laura engoliu em seco. Aquilo a pegara de surpresa.
Antes que pudesse responder, uma pequena figura entrou correndo na sala. Era Shofia, a menina de cinco anos. Seus cachos dourados balançavam enquanto ela se aproximava de Laura com curiosidade.
— Você é a nova babá? — perguntou Sofia diretamente, sem cerimônia.
Laura sorriu, inclinando-se para ficar na altura da menina.
— Talvez. O que você acha?
Sofia a analisou com olhos grandes e curiosos antes de dar de ombros.
— Você parece legal.
— Bem, acho que temos a aprovação de Sofia — disse Lucas, com um raro sorriso.
Mais tarde naquele dia...
Laura deixou a mansão sentindo que tinha feito sua melhor apresentação. Quando o telefone tocou, horas depois, ela quase derrubou a tigela de sopa que segurava.
— Laura? É o Sr. Lucas. Gostaríamos que você começasse amanhã.
Ela mal conseguiu conter a alegria, desligando e olhando para sua mãe, que descansava no sofá.
— Consegui, mãe! Vou começar amanhã.
— Que bom, filha. Fico muito feliz por você.
— Fique feliz por nós; de hoje em diante, tenho certeza de que tudo dará certo.
No dia seguinte, Laura chegou pontualmente, trajando sua melhor roupa simples, mas limpa. As crianças pareciam animadas, especialmente Sofia, que já começava a fazer perguntas sem parar. Theo, mais tímido, a observava de longe.
Enquanto Laura ajustava a rotina, conheceu Maria, a empregada, que a ajudou a entender as peculiaridades da casa. Mas foi no final do dia que ela teve sua primeira interação com Vanessa.
A mulher entrou na sala com passos decididos, segurando uma bolsa de grife e um olhar avaliador. Ela era deslumbrante, mas havia algo no tom de sua voz que fazia Laura se sentir como um objeto sendo pesado.
— Então, você é a nova babá? — Perguntou Vanessa, com um sorriso que não chegou aos olhos.
— Sim, sou Laura. É um prazer.
Vanessa não respondeu, apenas deu uma olhada rápida nas crianças antes de voltar sua atenção para Lucas.
— Podemos conversar em particular? — Ela pediu, ignorando completamente Laura.
Lucas hesitou, olhando para Laura, mas acabou seguindo Vanessa para o escritório. Enquanto as portas se fechavam, Laura sentiu o primeiro frio na espinha. Algo naquela mulher dizia que os dias tranquilos que imaginou estavam longe de acontecer.
Já era noite quando Laura terminou de organizar o quarto das crianças. Enquanto dobrava algumas roupas, ouviu um som estranho vindo do andar de baixo. Curiosa, desceu devagar, percebendo que a voz de Vanessa ecoava no corredor.
— Você não pode confiar cegamente nessa garota! Quem sabe o que ela realmente quer? Você verificou os antecedentes dessa garota antes de contratá-la?
— Vanessa, é claro que eu verifiquei tudo antes de contratá-la. Você acha mesmo que eu iria colocar qualquer uma para cuidar dos meus filhos?
Laura congelou ao ouvir seu nome. Ela encostou na parede, tentando decidir se deveria confrontar Vanessa ou fingir que não ouviu. Mas antes que pudesse reagir, uma porta se abriu abruptamente, e Vanessa apareceu na sua frente com um sorriso venenoso.
— Ah, estava escutando?
Laura engoliu em seco, percebendo que seu trabalho na casa já começava a se complicar.
Ao final da tarde, o sol começava a se esconder atrás das montanhas, tingindo o céu de tons alaranjados e rosados. Lucas, Laura e as crianças estavam sentados na varanda da casa de campo, admirando o espetáculo natural enquanto descansavam do dia cheio de atividades. Sofia estava deitada com a cabeça no colo de Laura, já quase dormindo, enquanto Theo brincava com um dos caminhõezinhos que tinha trazido na mala.— Esse lugar é incrível, papai! Podemos voltar mais vezes? — Perguntou Theo, com os olhos brilhando.— Claro, campeão. Agora que vocês adoraram, vamos tornar isso uma tradição. — Respondeu Lucas, sorrindo.Laura observava a interação com carinho. Ver Lucas tão próximo das crianças e tão à vontade a fazia sentir que estava no lugar certo. A leveza do momento era algo que ela não queria esquecer.— Você sabe que está me mimando demais, Lucas. Eles não vão querer voltar para casa nunca mais. — Brincou Laura, com um sorriso suave.— Talvez a gente não precise voltar... — Disse Luca
O sol já brilhava no horizonte quando Lucas e Laura desceram para a cozinha, ainda abraçados e com sorrisos serenos estampados no rosto. A casa estava silenciosa, apenas os sons suaves dos pássaros lá fora preenchiam o ambiente. Lucas, ainda envolvido pela noite que compartilharam, não resistia a roubar beijos de Laura enquanto ela procurava os ingredientes para preparar o café da manhã.— Lucas, se você continuar assim, nunca vamos terminar isso. — Laura disse com um sorriso divertido, tentando se desvencilhar dele enquanto segurava uma tigela.— E se eu não quiser terminar? — Ele respondeu com um olhar provocador, envolvendo-a pela cintura e plantando um beijo suave em sua testa.Ela riu, fingindo empurrá-lo, mas era óbvio que gostava da atenção. Juntos, começaram a preparar uma mesa caprichada. Laura fez panquecas enquanto Lucas cortava frutas e esquentava o leite. Entre um preparo e outro, os dois trocavam olhares cúmplices, sussurros e toques cheios de carinho.Quando terminaram,
O restante do dia na casa de campo foi repleto de risadas e diversão. Assim que as crianças acordaram do cochilo, pareciam cheias de energia novamente, prontas para explorar cada cantinho daquele lugar mágico. Lucas e Laura, contagiados pela animação delas, se dedicaram completamente ao momento.No início da tarde, Lucas levou todos para o pequeno celeiro nos fundos da propriedade, onde ele guardava algumas ferramentas antigas e objetos que remontavam à história da casa. Ele começou a contar histórias sobre sua infância ali, de como ele e seus irmãos costumavam brincar no celeiro e até se metiam em encrencas ao subir nas pilhas de feno.— Cuidado aí, aventureiros! Esse feno não é tão firme quanto parece! — Lucas alertava com um sorriso, enquanto as crianças se maravilhavam com tudo à sua volta.— Papai, você também era travesso, né? Aposto que fazia o vovô ficar bravo o tempo todo! — brincou uma das crianças, arrancando risadas de Laura.Depois do celeiro, o grupo seguiu para o riacho
Na casa de campo, o dia amanheceu radiante. Os raios do sol atravessavam as cortinas do quarto de Laura, que no meio da noite subiu para o quarto bem quietinha para não acordar ninguém, enquanto o cheiro de café fresco e pão quente subia da cozinha. Lucas já estava acordado, ajudando as crianças a escolher roupas para um passeio que haviam planejado. O objetivo do dia era explorar a pequena trilha que atravessava os arredores da casa e levava até um riacho cristalino.Laura desceu as escadas com o cabelo preso em um coque despretensioso, vestindo uma roupa confortável para o dia. Ao chegar à cozinha, encontrou Lucas tentando fazer panquecas, enquanto as crianças o cercavam com risadas e sugestões exageradas de ingredientes.— Bom dia! Parece que temos um chef aqui, hein? — Laura comentou, rindo da cena.Lucas virou-se, segurando uma espátula com uma expressão falsa de indignação.— Bom dia, senhorita crítica! Vamos ver se você faz melhor!— Desafio aceito. Saia daí, chef improvisado.
Enquanto a noite caía sobre a mansão, Vanessa caminhava de um lado para o outro em seu quarto, com o celular na mão e um olhar inquieto. A ligação de Gabriela ecoava em sua mente como um lembrete constante do perigo que estava por vir. Gabriela ameaçá-la não era algo que Vanessa iria tolerar, mas ela sabia que precisava ser cuidadosa.— Preciso dar um jeito nessa situação antes que ela destrua tudo. — murmurou para si mesma, passando a mão pela barriga, como se tentasse se lembrar do papel que estava interpretando.Ela abriu sua agenda e começou a anotar possíveis estratégias. O primeiro passo era visitar Gabriela, mas a questão era como sair da mansão sem levantar suspeitas. Lucas estava fora com Laura e as crianças, mas os funcionários, principalmente Maria, eram atentos e poderiam comentar qualquer movimentação.Vanessa então pegou o celular e ligou para uma de suas cúmplices, uma antiga conhecida que não tinha medo de se envolver em situações perigosas.— Priscila, preciso de um f
O SUV avançava pela estrada iluminada. A brisa suave entrava pelas janelas entreabertas, trazendo consigo o cheiro de natureza e liberdade. As crianças estavam empolgadas no banco de trás, rindo e contando histórias enquanto Laura e Lucas se olhavam com cumplicidade.— Papai, estamos quase chegando? — perguntou Sofia, com os olhinhos brilhando de animação.Lucas riu, olhando pelo retrovisor.— Ainda não, princesa. Mas estamos perto de uma parada. Vamos esticar as pernas, comer alguma coisa e depois continuamos, combinado?Sofia e Theo comemoraram no banco de trás com gritos de entusiasmo. Laura, que estava sentada ao lado de Lucas, sorriu ao ver a felicidade estampada no rosto das crianças.— Eles estão adorando a ideia dessa viagem. Acho que não param de falar desde que saímos de casa. — comentou Laura.Lucas riu e respondeu:— É isso que eu queria. Que eles se sentissem livres, felizes... Como se estivéssemos começando algo novo.Laura sentiu o coração aquecer com aquelas palavras.
Último capítulo