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4. Lucas Sinclair é a Prova Final

Por um segundo, nenhum de nós se move.

As mãos dele continuam firmes na minha cintura, quentes demais através do tecido fino da minha camiseta.

Meu coração b**e tão forte que tenho quase certeza de que ele consegue ouvir.

Os olhos verdes dele descem do meu rosto até onde suas mãos me seguram, depois voltam para mim com uma intensidade que faz minhas pernas quase cederem.

— Srta. Collins, imagino que tenha lido as regras, certo? — ele pergunta, mais baixo desta vez, quase rouco.

Engulo em seco, tentando ignorar o calor subindo pelo meu pescoço.

— Eu… li — murmuro, sentindo minha voz saindo mais fraca do que eu gostaria. — Só vim pegar um copo de leite.

— Interessante — diz, com um tom perigosamente calmo. — Aparentemente, invadir é a sua especialidade.

— Como assim? — Franzo a testa.

— Você invadiu minha sala ontem. Agora invade minha cozinha. No meio da madrugada. Vestindo isso — ele aponta com o queixo, inclinando a cabeça. — Qual vai ser o próximo passo? Invadir meu quarto?

O calor no meu rosto se intensifica. E só então percebo realmente minha roupa: shortinho de pijama, camiseta larga… Parabéns para mim.

A roupa perfeita para passar vergonha na frente do chefe.

E piora quando meus olhos traidores percorrem o corpo dele. O cabelo bagunçado, a barriga definida, a calça de moletom preta que destaca um “V” que devia ser ilegal…

Desvio o olhar antes que ele perceba que eu estava fazendo um tour não autorizado com o olhar.

— Olha, Sr. Sinclair — digo, respirando fundo para tentar recuperar alguma dignidade. — Meu estômago ainda não aprendeu a ler regras. Então, se puder me soltar, posso pegar meu leite e voltar para o meu quarto.

O canto da boca dele sobe num quase sorriso. E isso não ajuda em nada.

— Atrevida demais — ele murmura, mais para si do que para mim.

E finalmente me solta.

Dou um passo para trás, ajeitando a camiseta e fingindo que meu coração não está prestes a fugir pela janela.

Lucas cruza os braços, se encosta no balcão e continua me observando, como se estivesse tentando montar um quebra-cabeça.

— Por que aceitou morar aqui, de verdade? — ele pergunta de repente, me pegando completamente desprevenida.

Pisco, confusa.

— O senhor… me ofereceu o emprego. E… eu aceitei.

— Não foi isso que perguntei — ele rebate, estreitando os olhos. — Você não tem as qualificações, invadiu minha empresa para implorar por essa vaga, não conhece meu filho… E mesmo assim aceitou morar na casa de um estranho e cuidar de uma criança que… morde.

Lucas inclina levemente a cabeça, desconfiado.

— Então vou perguntar de novo, Srta. Collins: por que realmente está aqui?

O tom dele não é agressivo. É… curioso. Como se realmente estivesse tentando entender por que alguém tão jovem aceitou passar por tudo isso.

Mordo o lábio, decidindo quanto devo contar sem parecer… dramática demais.

— Eu preciso muito desse dinheiro — admito, finalmente. — Muito. E essa é a minha melhor chance de conseguir. Legalmente falando.

Ele não desvia o olhar. Só me observa, em silêncio, como se estivesse decidindo se acredita ou não.

— Para quê? — pergunta depois de alguns segundos. — Está devendo a agiotas, fugindo de alguém ou algo do tipo?

— Isso… não faz parte das regras — respondo, tentando soar firme. — O senhor contratou uma babá, não comprou minha biografia.

Dessa vez, ele sorri.

Um sorriso de canto de boca que revela uma covinha e umas ruguinhas nos olhos que a expressão séria esconde.

Perfeito. Óbvio que ele tinha que ter covinha.

Lucas parece ter uns 35, 36 anos… e cada ano claramente foi usado para aprender a desmontar uma pessoa com um único olhar.

Ficamos em silêncio e nenhum de nós se mexe.

Eu deveria pegar logo meu leite e correr para o meu quarto antes que faça mais besteira.

Mas meus pés se recusam a sair do lugar. E meus olhos voltam para a barriga definida dele, para os braços que parecem ainda maiores sem camisa, para o jeito que ele me olha como se…

O celular vibra no balcão, cortando o momento como um balde de água fria.

Desviamos o olhar para o aparelho ao mesmo tempo, e é aí que vejo a foto de uma mulher loira acima da notificação.

Lucas pega o celular num movimento rápido e franze a testa ao ler a mensagem.

— Porra… — murmura, passando a mão pelo cabelo. — Claro que tinha que ser agora.

— Algum problema? — pergunto sem pensar, enquanto coloco o leite no copo.

Ele ergue os olhos para mim, como se despertasse do pequeno transe de irritação que o dominou um segundo atrás.

— Nada que te diga respeito, Srta. Collins — responde, voltando à frieza habitual. — Volte para o seu quarto. E, da próxima vez, tente respeitar as regras. Ou pelo menos vista algo melhor que… isso.

Uau. Simpático como sempre.

Assinto, pego o copo e tento manter a dignidade intacta.

— Boa noite, Sr. Sinclair.

Lucas não responde, só continua digitando com o maxilar tenso e os olhos grudados na tela que ilumina seu rosto tenso.

Viro as costas e saio da cozinha o mais rápido possível sem parecer que estou fugindo… embora eu esteja, totalmente.

Quando chego no corredor, encosto as costas na parede fria e fecho os olhos, tentando fazer o coração desacelerar.

— Meu Deus… — sussurro, levando a mão ao peito enquanto minhas pernas ainda tremem. — O que foi isso?

Sinceramente, achei que Oliver seria o desafio. Que o chefe mal-humorado seria só o obstáculo gelado entre mim e o dinheiro que preciso juntar.

Que ingenuidade a minha.

Porque acabei de perceber que Oliver é só o aquecimento. Que Lucas Sinclair é a prova final.

Meus pensamentos são interrompidos pela voz dele, baixa, irritada, vindo da cozinha.

— Sim, Blair, estou sozinho — ele fala, num tom que eu nunca ouvi antes. Cansado. — Você disse que ficaria mais uma semana, por que decidiu voltar amanhã?

Franzo as sobrancelhas, me esquecendo completamente da cena há pouco.

Blair? Quem é Blair?

Será a loira da foto?

E, o mais importante… ela volta amanhã, pra onde?

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