Emily e GraceNunca pensei que a vida me traria de volta a um berço, a uma criança que eu não tinha gerado, mas que veio a ser minha filha de coração. O orfanato, ao longo dos anos, tinha sido meu espaço de trabalho, mas também meu campo de dor. Eu via tantas crianças chegarem com os olhos assustados, umas marcadas pelo abandono, outras pela tragédia. Todas carregavam uma história que as cicatrizava cedo demais.Mas, naquele dia em que segurei Emily nos braços pela primeira vez, eu soube que não seria apenas uma assistente social cumprindo protocolos. Ela se agarrou a mim como quem se agarra à vida. Os soluços dela tremeram no meu ombro, e eu senti que o meu coração tinha encontrado um pedaço que estava faltando.Eu trabalhava, sim, incansavelmente, visitando famílias, escrevendo relatórios, lutando em audiências. O salário não era alto, mas nunca faltou comida em casa, nunca deixei que a pobreza fosse maior do que a dignidade. E, além disso, havia a pensã
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