Até Que As Nozes Nos Separem
Na festa do nosso primeiro aniversário de casamento, eu caí no chão — de cara no tapete vermelho, arfando como um peixe fora d’água. Enquanto isso, Carlo Pipino, meu marido, estava com o braço jogado ao redor de Gianna Verde, a paixão de infância dele, bebendo champanhe e rindo.
Gianna sabia que eu era alérgica a nozes. Então, obviamente, ela banhou tudo com molho de avelã. Só bastou uma mordida e boom — minha garganta travou, meus pulmões incendiaram, e urticárias estouraram como confete.
Fui pegar meus remédios de alergia — e puxei um punhado de M&Ms derretidos. Gianna riu quando viu minha cara.
— Surpresa! Carlo trocou seus remédios. Sério, Siena, tudo isso só por causa de uma noz? Dramática demais, não acha não?
Eu escorreguei da cadeira, chiando, enquanto a multidão apostava quanto tempo minha performance ia durar.
— Carlo... meus remédios... Eu vou morrer.
Ele suspirou, irritado.
— Deus, como você é dramática. Por que as mulheres sempre fingem que vão morrer por atenção? Você sabe que eu te amo. Só para com esse showzinho.
Naquele instante, meu coração quebrou mais rápido do que meus pulmões. Parei de implorar. Acionei o sinal de socorro. E liguei para minha família de verdade.