Christine vive uma vida simples e calma na pitoresca cidade turística de Sutter Creek com seus dois filhos e trabalha como garçonete em um restaurante da cidade, mas seu maior sonho era ser uma chef de cozinha reconhecida em todo o país. As coisas não saíram como ela idealizou ao engravidar aos 17 anos de idade a dez anos atrás. Simon vive uma vida agitada e regrada a luxo na grande cidade de Nova Iorque como um solteiro convicto depois que seu coração foi quebrado por aquela que ele considerava sua melhor amiga. Agora sendo um homem rico, com posses e poder seu maior objetivo é mostrar pra Christine o quanto as coisas mudaram de posição. E a partir daí começa uma intensa guerra de sentimentos e emoções entre esse casal que não se via a dez anos. Segredos não revelados e feridas do passado que precisam ser curadas. Serão eles capazes de superar tudo isso?
Leer másChristina Conway
Sutter, California
Dez anos antes
— Pai, mãe estou indo — grito descendo as escadas correndo. Que, merda, estou atrasada outra vez, é hoje que a Scarlett me mata.
— Come alguma coisa Christine, não é certo sair sem comer, principalmente quando fará muito esforço físico — mamãe me repreende de algum lugar da casa.
— Estou muito atrasada mãe sem contar que a qualquer momento a minha carona vai chegar — falo pegando uma fruta na mesa. Meu pai está concentrado lendo alguma coisa no jornal ou simplesmente está verificando se a edição de hoje está boa enquanto toma seu café.
— Mas isso não é motivo pra você sair sem se alimentar Christine, você fica pulando naquelas acrobacias de líder de torcida precisa comer direito. — Pego minha mochila e meu casaco pra sair, sem dar muita atenção para o que minha mãe diz. Ela é muito chata às vezes.
Saio de casa praticamente correndo indo em direção ao carro do Simon, meu melhor amigo de toda a vida. A gente se conhece desde criança. Ele vivia na casa ao lado da nossa, mas os pais dele se deram bem no negócio deles e mudaram de bairro para um melhor, eles não estão em nenhum bairro de milionários, mas com certeza estão num lugar melhor que o meu bairro. Principalmente por essa ser uma cidade pequena é impossível não notar as diferenças sociais. A elite da cidade mora numa área mais afastada, num lugar bem arborizado e próximo a praia.
— Vamos logo fofinho. Estou muito atrasada e a Scarlett vai me matar — Scarlett é a líder do nosso grupo de líderes de torcida. Ela é filha do prefeito da cidade, então ela tem todos os privilégios que qualquer pessoa ia querer, ela tem muitos contatos, amigos ricos e entende de moda. Não tive outra escolha a não ser me tornar amiga dela, mas com o tempo eu aprendi a gostar dela, apesar de tudo ela é muito legal, e apesar dos pais dela não gostarem muito de mim. Eu vejo isso na forma como eles me olham quando ela me convida pra passar a noite do pijama na casa dela ou quando me leva pra um desses almoços chiques da elite.
Encostada no banco do carro novo do meu melhor amigo eu olho para ele que dirigi pela cidade também imerso em seus próprios pensamentos, de pensar que em alguns meses cada um vai seguir um rumo na vida, vai todo mundo pra faculdade. Eu ainda não sei em qual fui aprovada, mas o Simon jurou que aonde eu for ele também irá. Ele é muito inteligente e sei que pode ser aceito em qualquer lugar, sem contar que os pais podem pagar por qualquer lugar onde ele for aceito.
Muito diferente de mim.
Minha mãe trabalha como enfermeira no hospital público da cidade e meu pai é editor do único jornal existente na cidade, então por mais que eu seja aceita por uma boa universidade jamais teria dinheiro pra pagar, então tive que optar por me inscrever em instituições que sei que poderia pagar ou conseguir uma bolsa.
Já a Scarlett e o Simon podem até ser aprovados em qualquer uma das universidades que fazem parte da Eavy League, como Yale ou Harvard, porque não será problema para os pais pagar lugares assim.
Como eu disse os pais do Simon cresceram no negócio deles, o que era apenas uma loja de ferramentas de construção entre outros agora virou uma rede de lojas constituídas por quatro lojas distribuídas por algumas cidades da Califórnia, mas sei que ainda vão muito longe. O Simon adora ajudar os pais no negócio, e sei o quanto os pais dele sentem orgulho do filho que tem.
— Você está muito quieta hoje — Simon comenta quando ultrapassamos os portões do colégio.
— Apenas pensando em qual universidade serei aceita. — Não é segredo para ninguém que gastronomia não é um curso fácil. E segundo meus pais não terei futuro nisso, mas é meu sonho estudar gastronomia, por mais que não pareça eu gosto de cozinhar e fazer experiências na cozinha. Sem contar que quero ser muito famosa.
— Não pense nisso, ainda temos tempo até lá. Apenas curta os últimos momentos na escola, se preocupe apenas com o baile de formatura — sim, ele tem razão, preciso me concentrar no agora.
— Você é o melhor amigo que alguém poderia querer fofinho — afaguei seus cabelos loiros dei um beijo na bochecha dele e saí correndo indo em direção ao campo de futebol.
Simon Donavon
Assim que ela sai correndo do meu carro eu continuo com a mão na minha bochecha ainda sentindo a maciez dos lábios rosa em minha pele, ela para de correr olha para trás me encarando uma última vez acena e de novo sai correndo após sorrir uma última vez para mim..
Céus.
Encosto no banco do carro ainda revivendo o momento que ela deu um beijo em minha bochecha.
Eu devo mesmo ser um bobo, á quatro anos eu comecei a ter sentimentos pela minha melhor amiga, foi inevitável, ela é muito linda e divertida e principalmente uma das poucas meninas na cidade que fala comigo. Mas este sentimento sempre esteve aqui, apenas floresceu mais nos últimos tempos devido a testosterona. Palavras do James.
E eu prometi que faríamos tudo juntos durante toda a vida, eu até reprovei de propósito uma vez só pra poder ir pra faculdade com ela, o que não agradou meus pais. Ela sonha em ser uma grande chef, e eu um engenheiro, eu gosto de tudo relacionado a construção de grandes edifícios e casas. Talvez a loja dos meus pais tenha me influenciado. Formaríamos um casal lindo. Eu sei que sim.
Saio do carro e olho em volta vendo todo o pátio do colégio agitado com o final próximo do ano lectivo. Onde cada um irá tomar um rumo na própria vida.
Sutter sendo uma cidade pequena se comparada com a tão grandiosa cidade dos anjos, Los Angeles, fica praticamente impossível não conhecer todo mundo, principalmente no colégio, nos conhecemos todos desde a pré escola. Essa é a consequência de viver numa cidade tão pequena.
Saio do meu carro e me preparo para entrar no edifício mas sou barrado por um grupo de rapazes.
O maldito team de futebol da nossa escola, o que significa, Mark e seus amigos idiotas. Eles são como os reis desse lugar, mandam e desmandam, só quero acabar esse maldito ano e ir embora desse lugar pra viver em paz.
— Fala aí fofinho — ele me chama pelo apelido que a Christine costuma me chamar. Segundo ela, a junção dos meus óculos e esse corte igual o do Harry Potter me deixa igual o personagem do filme, que para ela é muito fofo. E desde os meus seis anos escuto ela me chamando de fofinho.
Só ela, ninguém mais.
— Me deixa em paz Mark — falo tentando passar, mas eles barram a minha passagem com seus corpos cheios de músculos.
— Olhem só, o fofinho é corajoso — eles riem todos juntos e me sinto constrangido. Eu só queria passar as últimas semanas do ensino médio sendo invisível. Não sei o que a Christine viu nessa gente, e nem entendo essa vontade de querer fazer parte do grupo popular. — Vamos nessa galera acho que ele quer chorar. A gente se vê por aí boboca.
Eles gargalham e se afastam quando um professor passou por nós. Vejo o garoto mais disputado pelas meninas na escola indo embora com seu grupo de amigos.
— Como eu odeio aquele cara — escuto James comentando atrás de mim. Ele é meu amigo também.
— Deixa ele para lá. Vamos entrar que aula já vai começar — caminhamos até nossa primeira aula do dia. Diferente de mim, o James tem objetivo de ingrenar no mundo da advocacia. — Já sabe quem vai chamar pra ser seu par no baile?
— Você sabe muito bem quem eu quero que seja meu par cara — ele fala olhando para fora do corredor no exato momento em que as meninas do grupo de líderes de torcida passam. Meu amigo tem uma queda do tamanho do mundo pela filha do prefeito, Scarlett, se eu não fosse tão apaixonado pela Christine com certeza eu também estaria babando por aquela garota. — Pena que ela só tem olhos para o Mark, quer dizer todas elas nem. Ninguém nesse colégio vai aceitar dois nerds como nós para seus pares. Por isso prefiro ficar em casa jogando video game e comendo pizza.
— Isso não é verdade.
— Está falando isso porque acha que a Christine vai aceitar seu pedido, mas cara, ela tem uma queda pelo Mark, e isso não é segredo para ninguém.
É isso que vamos ver.
Christine Conway
Um mês depois
Me olho mais uma vez no espelho e fico chocada com o quanto esse vestido ficou lindo em mim e assentou muito bem as minhas curvas que vão se destacando a cada dia. Quando fico pronta eu desço para me despedir dos meus pais e sigo pra fora onde a Scarlett e outras meninas me esperam. Ficou decidido que todas as meninas iriam sem acompanhante pra não rolar confusão, porque sabemos muito bem quem cada menina gostaria de levar como par.
Infelizmente o Simon decidiu não ir, aposto que preferiu ficar em casa jogando vídeo game com o James, eu entendo que ele não goste de festas e tal, mas poxa, é a nossa festa de formatura e isso só se vive uma vez, em algumas semanas não estaremos mais vindo para escola e queria que ele estivesse aqui comigo curtindo esse momento mágico.
Quando chegamos na escola a festa já está acontecendo com tudo no interior da quadra de basquete, alunos e alunas dançando e cantando.
Num dado momento o Mark não para de olhar para mim, ele está ficando com a Scarlett agora, não entendo o motivo de estar fazendo isso, ele é lindo, alto e musculoso e é de uma boa família. O pacote completo pra quem procura o melhor pretendente. Faríamos um casal de matar na faculdade.
— Oi Scarlett — me arrepio toda assim que ouço meu nome sendo pronunciado por sua voz roca no meu ouvido — está muito linda.
— Muito obrigada — falo sentindo minhas bochechas esquentando. Tomo mais um gole da bebida oferecida por Stella pra acalmar os ânimos.
— Que tal irmos para um lugar mais reservado pra conversarmos?
— Não posso fazer isso, você está saindo com a Scarlett e ela é minha amiga — falo com sentindo uma sensação estranha. Será que é a bebida?
— Nada haver. A gente não tem nada sério, sem contar que ela não é a garota que eu quero. Estou esperando a festa acabar pra poder falar pra ela que não está dando mais. Que agora meu interesse é outro – ele passa o dedo gelado na minha bochecha e eu me arrepio toda — vem comigo vai, te juro que não vai se arrepender.
Duas horas depois
Não sei que horas são, perdi totalmente a noção de tempo e espaço. Estou me vendo parada na janela do quarto do Simon, preciso dele agora.
— Christine o que faz aqui? — eu sorrio quando vejo seu rosto fofo me encarando confuso com a cara amassada pelo sono. Se eu não fosse tão impulsiva e tão sem noção nada daquilo teria acontecido, eu estaria aqui com meu melhor amigo o único que jamais me faria tanto mal.
— Posso dormir com você hoje?— Pergunto com a voz embargada — eu preciso esquecer Simon — entro no quarto pela janela e o abraço — por favor me faça esquecer de tudo.
Sem esperar por uma resposta dele, eu o beijo com tudo de mim, e percebo que é o beijo mais fantástico que alguma vez eu dei na minha vida, meu corpo chega a vibrar devido a imensidão dessas sensações todas.
E foi assim que eu me entreguei para o garoto que eu jurei que seria meu melhor amigo para sempre, mas na verdade é muito mais que isso, agora eu percebo que nunca foi só amizade, foi muito mais do que isso.
No dia seguinte
Caminho cabisbaixa pelo pátio da escola e sinto como se todo mundo estivesse olhando para mim, hoje eu tive que vir com a minha mãe porque não estava com vontade nenhuma de vir para a escola.
Ontem cometi dois grandes erros e hoje eu sinto a culpa me corroendo, mesmo que um dos erros não tenha me marcado tanto quanto o outro e que o outro não tenha sido literalmente culpa minha.
Levanto a cabeça e vejo o Simon vindo na minha direção com um sorriso fraco, e eu também sorrio, depois do que aconteceu ontem nós não conversamos direito, eu fui direto pra casa depois que transamos na cama dele, foi mágico e especial aquele momento. Mas não posso esquecer que usei ele para esquecer algo doloroso, quanto mais eu lembro mais eu sinto nojo de mim e a vontade de chorar só aumenta.
— Sua vadia — eu estava tão distraída que não me dei conta do momento em que a Scarlett se aproximou e deu um tapa bem forte no meu rosto — sua puta traidora.
— O que você está fazendo? — Simon pergunta me ajudando a levantar, aquele lado do meu rosto está latejante.
— Você é bom demais para ser amigo dessa puta Simon, essa maldita invejosa. Sua cobra — ela tenta pular em cima de mim mas James a segura — eu vou acabar com você. Como você teve coragem de transar com o Mark sabendo que eu estava ficando com ele? Ainda mais no meio da festa de formatura. Não negue, porque viram vocês saindo juntos da festa, sem contar que o próprio Mark está adorando contar pra todo mundo que comeu você.
As pessoas param pra olhar a briga e sinto o momento em que Simon fica tenso do meu lado.
— Christine isso é verdade? — Simon pergunta olhando nos meus olhos. — Você esteve com ele?
Eu me calo porque ninguém entenderia, ninguém sabe o que aconteceu, e eu queria que ninguém soubesse por que é algo só meu.
— Fala logo sua puta. Assume logo que transou com ele nos fundos do colégio, em cima de uma mesa enquanto a burra festejava seu último ano do ensino médio — ela despeja o veneno sem dó.
— Não foi bem assim — falo num fio de voz chorando. Simon me larga e me olha incrédulo — Simon por favor espere, vamos conversar, aí eu te conto o que aconteceu por favor.
Ele nega com a cabeça e dá um passo para trás me olhando com nojo, ele acha que transei com ele depois do Mark.
— Por favor me escuta. Espere que eu te conto tudo — imploro disposta a contar toda a verdade.
— Não Christine. Estou cansado de esperar por você, está na hora de eu seguir minha vida sem você ao redor pra me atrasar. Adeus. Não procure mais por mim. Essa nossa suposta amizade acabou.
E então eu vejo meu melhor amigo indo embora, eu sei que tive a oportunidade de dizer pra ele que estava começando a nutrir sentimentos por ele, que graças a noite de ontem eu me dei conta de que eu o amo.
E eu o machuquei da pior forma possível.
Christine Conway No dia seguinte Bato a porta e espero a autorização para entrar. — Pode entrar — giro a maçaneta abrindo a porta e entro no escritório moderno do Dylan. — Oi Dylan! Podemos conversar? — Sim claro, entre — entro e fecho a porta — sente-se por favor. — Obrigada! — Está tudo bem? Precisa de algo? — Pergunta me dando total atenção. — Eu recebi uma proposta de trabalho muito boa e eu não podia recusar. Eu te gradeço por tudo, mas vim pedir demissão — falo tudo de uma vez antes que perca coragem. Afinal de contas o Dylan me ajudou quando mais precisei bem lá no início quando o restaurante acabava de abrir. — Não se preocupe eu te entendo. E vindo de você sei o quanto essa oportunidade deve ser boa para sua vida — continuamos conversando e ele aceita a minha uma semana de aviso prévio e diz que terei direito a um valor simbólico pelos anos que trabalhei aqui e contribui com o meu trabalho. — Muito obrigada chef. Por me entender — agradeço me levantando e ele faz o
Christine ConwayEnfim a paz — falo para mim mesma assim que entro emcasa sendo recebida pelo silêncio mais gostoso do mundo. São sete e pouco da manhã e eu acabo de ir deixar as crianças naescola. O que isso significa? Que terei paz para colocar meu sono em dia até pelo menos aomeio-dia que é a hora que voltam para casa. Tranco a porta e penduro as chaves do carro e da casa e tiro ossapatos de uma vez. Já estou vestida a rigor para me deitar, porque graças ao meu surto de energia na madrugada, eu sófui dormir às quatro da manhã, depois de terminar todas as encomendas que tinha, dobrar a roupa que tanto procrastineiem dobrar e até arrumei a casa, já que ela estava limpa. Quando fui me jogar na cama, foi só fechar os olhos que me despertador tocou me lembrando que eu ainda tinha maisalguns deveres antes de me entregar ao sono. Eu praticamentearrumei meus filhos dormindo de tão difícil que estava ficarcom os olhos abertos. Fui deixar eles na escola e nem um banho tomei e saí com o
Simon DonavonChego em casa quase meia noite ainda sem acreditar que fuiaté a casa da Christine. Me livro do paletó caminhando até a sala de estar e me sento no sofá suspirando. Que merda. Caminho até o bar do meu pai e sirvo um copo com um dos seus uísques. — Filho está tudo bem? — me viro e vejo minha mãeentrando na sala. — Porquê a senhora não está dormindo? — Já é muito tardepara estar perambulando pela casa — não me diga que ficouacordada até essa hora esperando eu voltar como fazia naminha adolescência?— Claro que não seu bobo. Mas e se estivesse qual o problema? Você é meu filho e é meu dever me preocupar com você ou com o que você faz — ela senta ao meu lado e começa a afagar meus cabelos. — Onde você estava? — Eu estava por aí dando umas voltas para esfriar a cabeça — quando vi já tinha falado. — E porquê precisaria esfriar a cabeça? Está com algumproblema? — sabia que não devia ter dito aquela frase. — Só não queria voltar para casa tão cedo mãe. Por isso saípra ver
Christine Conway— Não acredito que ele fez isso. Maldito Simon. E a Scarlett, céus, sinto cada vez mais desprezo por aquela mulher. Agora já sei a quem ela puxou aquele comportamento. — Minha melhor amiga diz consternada enquanto toma mais um goledo nosso vinho barato. — Vamos esquece isso Emma. Não quero mais pensar no que aconteceu entre mim e o Simon, nem do passado e muitomenos sobre ontem — falo muito exausta pra continuarpensando num assunto que não irá mudar em nada a precáriasituação da minha vida. — Você só faz bem amiga. É isso mesmo, esquece aquelagente. Foca apenas naqueles dois diabinhos que a gente tanto ama — ela começa a falar da noite maravilhosa que teveontem com um cara que ela conheceu na festa. E como Emma não é nenhuma santa ela conta todos os detalhes possíveis que até sinto como se tivesse participado da transa deles. Meus filhos já estão dormindo então temos liberdade de falarsem problemas. E com esse vinho vou dormir como umapedra a noite inteira, já até
Simon Donavon— Não sabia que o Dylan tem filhos — comento vendo ele de costas caminhando com duas crianças que pela altura e pelasroupas chuto que devem ter uns oito ou nove anos. O meninocom cachos loiros que praticamente cobrem sua cabeça inteirae a menina também com cabelo loiro, mas liso. — Porque ele realmente não tem filhos querido — Stella responde sorrindo. Todos nós estamos atentos nas crianças. Dylan está colocando eles numa das mesas mais ao fundo do restaurante, e até agora não consegui ver os rostos de ambos — aposto que ele deve estar fazendo alguma boa ação com aquelas duas pequenas criaturas. Ele gosta de ajudar as pessoas, até mesmo as que não merecem. — Eles são filhos da Christine Conway — Riley fala como se não fosse nada e volta sua atenção a taça de vinho — a semanas atrás eu e a mamãe cruzamos com ela no shopping. Ela estava com as crianças e logo deduzi que fossem filhosdela. Ela não me viu, mas nos cruzamos novamente esses diasnum pub. — Como ela se atreve
Christine ConwayRespiro fundo pensado exaustivamente nos pós e contras de deixar duas crianças de nove anos na cozinha de um restaurante chique cuja gerente me odeia com todas suasforças e não vê a hora de se livrar de mim.— Certo crianças — falo tentando pensar em alguma saída. Eu nunca tinha trazido eles para o trabalho e não sei o que fazer — vocês almoçaram certo? — Pelo amor de Deus digamque sim. — Sim. Hoje era dia de lasanha na casa da vovó. — Christian responde sorrindo — mas não comemos sobremesa porque a vovó e o vovô tinham que sair. Mas a gente trouxe o bolo de chocolate com agente. Está na mochila. Graças a Deus. Qualquer criança sossega com um doce na mão. — Muito bem — levo eles até a sala de descanso dos funcionários — fiquem aqui sentadinhos enquanto a mamãevai lá falar com o chef pra ver se vocês podem ficar aqui ou se posso sair mais cedo hoje. Ambos assentem, mas eu posso esperar qualquer coisa dos meus filhos. — Por favor se comportem, só desta vez — fech
Último capítulo