Mundo de ficçãoIniciar sessãoAngeline Conti sempre foi a “ovelha negra” da alta sociedade de Verona. Alegre, ousada e incapaz de se calar quando deveria, é tudo o que a madrasta Veronica despreza e, ironicamente, tudo o que seu pai, Rubens Conti, precisa para se aproximar da máfia: uma filha para vender em casamento. O pretendente? Marco Mancini, herdeiro do império mais temido de Verona. Cruel, arrogante e acostumado a ter tudo o que quer, inclusive Angeline. Forçada pelo pai e sufocada pelas investidas do noivo, ela nunca correspondeu aos sentimentos de Marco. E quando o vê aos beijos com sua prima Judite, entende que o destino acaba de lhe abrir a porta perfeita para escapar. Fugindo dos homens de seu pai e de Marco, Angeline embarca em um trem rumo a Milão. É lá que cruza o caminho de Dante Laporte, um forasteiro de passado sombrio, olhar frio e sorriso atrevido, que carrega nas mãos o peso da própria vingança. Cercado por homens armados e agentes, após ajustar contas com um inimigo antigo, Dante invade a cabine onde Angeline se esconde e, sem pensar, a beija, simulando um encontro romântico para despistar os agentes. A encenação funciona. Mas o que começa como um disfarce se transforma em uma perigosa atração. Um criminoso com feridas no passado. Uma mulher cansada de ser manipulada. Entre perseguições, alianças improváveis e beijos que queimam mais do que balas, Angeline vai descobrir que estar nas mãos do inimigo pode ser o mais provocante e irresistível risco de sua vida.
Ler maisDante saiu. Angeline permaneceu olhando para a porta fechada, o coração apertado. Não muito tempo depois, ela se abriu novamente, dessa vez com um estrondo a assustando.— Quem é esse Dante? Marco entrou como uma tempestade, os olhos vidrados, quase alucinados.Angeline recuou um passo.— Marco… deveríamos deixar o casamento para outro momento.— Jamais. Ele respirou fundo, tentando se controlar, mas a tensão latejava em suas têmporas.Dentro do carro, do lado de fora da empresa, Dante falava ao telefone.— Pagamento imediato, claro. Basta assinarem o contrato. Fez uma pausa. — Ele pode cobrir a oferta? Acho que não.Falava com um dos últimos acionistas. Depois do que viu na reunião, sabia que não podia mais manter as ações. Ficar significaria perder mais do que já havia perdido e nenhum deles tinha força suficiente para enfrentar os Mancini.Quando desligou, Dante viu ao longe o carro de Marco arrancando com Angeline. Ele os seguiu, mantendo-se a distância.Viu quando eles estacion
Marco desceu os últimos degraus e encontrou toda a família reunida ao pé da escada.Rubens estava pálido. Verônica, rígida como uma estátua. Margaret observava com uma expectativa quase voraz, pronta para saborear qualquer escândalo que pudesse usar depois.Mas nada veio.Marco passou por eles com a expressão controlada, mas os olhos frios, calculando cada palavra.— Não toque nela. Disse a Rubens, o dedo em riste, autoridade indiscutível. — Nós vamos nos casar em quinze dias. Vou marcar a data e preparar tudo pessoalmente.Sem dar chance a qualquer resposta, virou as costas e saiu.Verônica soltou o ar que segurava. Rubens engoliu seco. Margaret piscou, frustrada, nada acontecera como esperavam, e isso os deixava inquietos.Dante, na casa nova, não conseguia se concentrar.A casa era silenciosa, grande e vazia demais, faltava algo...ou alguém.Ele respirou fundo e forçou sua mente de volta aos documentos espalhados na mesa.Planilhas, extratos, relatórios, uma trilha de erros e roubo
Conforme o carro avançava pela estrada, Dante percebeu Angeline inquieta. Ela mudava o peso do corpo, ajeitava o cinto, mexia nos dedos, como se algo dentro dela estivesse começando a apertar.Ele lançou um olhar de soslaio.— O que há? Perguntou, sem alterar o tom, mas atento.Angeline demorou um segundo para responder. Olhou para a janela, onde as paisagens passavam rápido demais, quase borradas, como se o mundo inteiro estivesse indo para um lugar ao qual ela não queria voltar.— Estamos indo a Verona? A voz saiu baixa, hesitante.— Sim. Por quê?— Por nada… Respondeu rápido demais, quase engolindo as palavras.Dante franziu o cenho. Esperava que ela dissesse que não queria voltar, mas ela não disse. Voltou os olhos para a estrada, o maxilar travado, como se estivesse tentando conter algo dentro de si.Quando chegaram a Verona, Dante olhou para ela.— Onde quer que eu a deixe?Angeline abriu a boca, mas hesitou.— Agnes… Não. Pensando bem… me deixe perto da minha casa.Ela sabia qu
Dante alcançou a estrada sem diminuir o ritmo, abriu a porta do carro com um puxão brusco e a colocou no banco. Angeline caiu de lado, ofegante, molhada, indignada… até levantar o rosto.Ele deu a volta no carro. Entrou. E ao se acomodar no banco, a luz rápida de um relâmpago iluminou a mancha vermelha.— Você… você se machucou. Ela disse, a voz embargada pela preocupação inesperada. A raiva evaporou como se nunca tivesse existido.Ele não olhou para ela.— Não é nada. Murmurou, ligando o carro e fazendo a manobra para voltar à mansão.Mas a mão dele no volante tremia levemente.Angeline percebeu. E isso apertou algo profundo dentro dela.O silêncio entre eles ficou denso, pesado, espesso. Só se ouvia a respiração rápida de Angeline, a respiração controlada e tensa de Dante… e a chuva castigando o carro, como um tambor atordoante do lado de fora.Ela o encarava de perfil, o maxilar tenso, a camiseta colada ao corpo, o sangue escorrendo misturado à água. Algo dentro dela se quebrou. Um
Angeline ficou olhando Dante passar por ela. Ele parecia incomodado.Ela sorriu, descrente. Deveria estar brava… mas ele estava com ciúmes?Divertida, Angeline correu atrás dele no corredor e o alcançou.— Dante, espere!— O que você quer? A voz dele saiu fria.— Espere! Ela pediu, segurando o braço dele.Dante a encarou. Ela ainda trazia um sorriso nos lábios enquanto o olhava, o que só aumentou a irritação dele.— Você ficou com ciúmes? Ela perguntou, encarando-o diretamente.— Você está com febre? Ele tocou a testa dela, com ironia.— Estou?— Você está, sim.De repente, Dante segurou os ombros dela e a encostou na parede.— Garota insolente… por que acha que eu teria ciúmes? A voz dele desceu, afiada. — Acha que eu não estou à altura de Joshua? Ou daquele seu noivo?— Eu… não disse isso…Dante passou o polegar pelos lábios dela, devagar. Inclinou-se, e o corpo de Angeline estremeceu. Seus lábios roçaram o ouvido dela.— Não me provoque… Murmurou, deslizando a boca pelo rosto dela
Dante estava no escritório, olhando pela janela. Lá fora, Angeline estava no quintal, sentada em uma espreguiçadeira, o celular na mão. O telefone de Dante começou a tocar. Ele o pegou e, ainda observando a cena do lado de fora, atendeu.— Sim.— O pai da garota apareceu aqui. Saiu há pouco. Disse o gerente do hotel, onde Angeline estava trabalhando, Dante havia falado com ele, sobre o ocorrido e pedido, na verdade, negociado seu silêncio e colaboração.— O que ele queria?— Saber se Angeline havia saído com um tal de Joshua… um belga. E exigiu que eu lhe desse o contato desse homem.— E?— Disse a verdade: nunca tivemos um hóspede com esse nome. E, mesmo que tivéssemos, eu não poderia entregar o contato.— Fez bem.— O senhor está com a garota? Ela está bem?— Sim, ela está bem. Não se preocupe. Você fez a coisa certa.— Esse tal de Joshua… o senhor o conhece?— Sim. Deixe comigo. Não se preocupe. Me mantenha informado.— Sim, senhor.Angeline sentou-se no quintal, deixando o sol toc





Último capítulo