Carlos esbravejava:
— Sua vagabunda!
— Vai bancar o moralista agora? Retrucou Marta, com desprezo nos olhos.
— Você roubou aquela garota! A vendia para aqueles velhos nojentos. Nem sei onde anda aquela morta de fome... conseguiu vendê-la, enfim, não foi? Onde você enfiou o dinheiro, hein?
— Cale a boca! Você não sabe do que está falando!
— Não sei? Você vivia enfiado naqueles cassinos. Ouvi você conversando com aquele homem... ele tinha visto Amália. Você a vendeu pra ele? Quanto ganhou? Gastou tudo, né?
— Você não sabe o que está dizendo!
— Sei sim. Você roubou aquela garota a mando de alguém. Depois tentou se livrar dela, vendendo-a. Ela era uma bomba-relógio nas suas mãos, e você sabia disso.
— Mesmo? Perguntou Paolo, aproximando-se, a voz mais baixa e o olhar curioso.
— Sim. Disse Marta, virando-se para ele. — Ele a vendia, mas ela fugia. E ele a usava pra extorquir quem a comprasse. Mas um dia... um homem, até jovem, apareceu na porta de casa. Ofereceu muito dinheiro por ela. Mas