Laerte sentiu o telefone vibrar no bolso. Desarmou o punhal, enfiando-o de volta na bota com precisão ensaiada. Com preguiça quase teatral, tirou o aparelho do bolso.
Nesse exato instante, o telefone de Damiano também começou a tocar.
Laerte olhou para ele. Damiano despertou de sua dormência temporária, resultado do desmaio ao ter as pontas dos dedos decepadas. Entre gritos e confissões, revelara o que fizera com Natália, Amália e tantas outras garotas. Seus olhos se arregalaram, cheios de pavor.
Com um gesto, Laerte chamou um de seus homens. Entregou-lhe o telefone de Damiano e sinalizou para que atendesse no viva-voz. Ele mesmo atendeu Glauco, posicionando seu telefone próximo ao outro.
A voz firme e autoritária de Danilo ecoou na sala, clara para todos, inclusive Glauco, que escutava do outro lado da linha.
— Onde você está? O que está acontecendo no porto? Perguntou Danilo.
Damiano, com o olho inchado e tremendo de medo, hesitou. Morrer já não era o pior de seus problemas.
— Respo