Enquanto caminhava até ela, seu olhar não se desviava. Intenso, direto, como se Amália fosse a única coisa que fazia sentido naquela noite.
Ela o observava em silêncio, os olhos atentos a cada detalhe: o tique nervoso nos dedos, o cansaço escondido nas expressões, a brisa discreta da noite soprando as folhas das arvores do lado de fora.
Glauco parou diante dela, mais próximo do que o habitual, e por um instante pareceu querer dizer algo. Mas não disse. Apenas a envolveu num abraço calmo, como se tentasse se reconectar com a parte dele que só emergia quando estavam juntos.
— Vai mesmo me levar para Milão? Perguntou ela, num sussurro quase tímido.
— Vou te levar para onde eu for. Ele respondeu, encostando a testa na dela com um sorriso contido.
Naquele espaço entre palavras e promessas, havia um novo silêncio. Um que já não parecia pesar e sim aquecer.
Amália ficou um pouco sem jeito, não estava acostumada. Começou a sentir o coração bater acelerado.
— Vamos, vá tomar seu banho. Deve es