Ao chegar à porta do restaurante, o maître apressou-se em recebê-lo com um sorriso respeitoso.
— Não sabia que o senhor tinha uma reserva...
— Não tenho mesmo. A voz dele saiu firme, quase impaciente.
— Mas posso arrumar sua mesa em um instante.
— Ótimo, faça isso. Respondeu, já distraído, os olhos percorrendo cada canto do salão.
O olhar dele não se deteve nas mesas cheias nem nos clientes curiosos; buscava apenas uma silhueta, uma presença. Até que sua atenção foi atraída pela janela que dava para a cozinha. A qualquer momento, Amália poderia aparecer ali.
Glauco acompanhou o maître até a mesa reservada, o lugar afastado tinha uma vista privilegiada para o mar. Sentou-se com a naturalidade de quem parecia ter todo o tempo do mundo, mas por dentro a espera lhe queimava a pele. Aos olhos dos outros era apenas mais um cliente elegante, degustando sem pressa o vinho tinto, mas a ansiedade martelava em seu peito.
O maître lhe entregou o cardápio com um gesto cerimonioso.
— Só me chamar