Quando Sofia, uma jovem de dezoito anos, é vendida pela irmã de sua mãe a um temido mafioso, sua vida muda drasticamente. Luca Moretti, um homem poderoso e acostumado a controlar tudo e todos, tenta arduamente resistir aos encantos da jovem. Mas conforme os dias passam, ele se vê incapaz de manter distância. Entre jogos de poder e perigos, Luca descobre que não pode mais imaginar sua vida sem Sofia. Em um mundo onde lealdade e traição se confundem, o amor improvável entre eles floresce de maneira inesperada, desafiando todos os limites.
Leer másHelena estava no trabalho desde às seis da manhã. Sua filha, Sofia, também trabalhava com ela na limpeza. No entanto, enquanto Sofia saía às onze, Helena só terminava o expediente às três da tarde.
— Mãe, vou limpar os banheiros do lado esquerdo, e a senhora limpa os do lado direito, tudo bem? — disse Sofia. — Claro, filha. Pegue seu carrinho de limpeza. Eu já completei com o que estava faltando. — Obrigada, mãe. Te amo muito. — Também te amo, minha filha. De repente, Helena sentiu uma dor no peito e, ao mesmo tempo, um frio congelante no coração. Segurou-se no carrinho de limpeza e pensou em chamar Sofia, mas ela já estava um pouco distante. Pegou sua garrafinha de água, tomou um gole e seguiu em direção aos banheiros que precisava limpar. Pouco tempo depois, Sofia retornou. — Mãe, vou para o segundo piso. Já terminou ou precisa de ajuda? — Ao olhar para Helena, percebeu seu semblante pálido. — Mãe, está se sentindo bem? — Claro, minha filha. É só um mal-estar. Vamos para o segundo piso, sim — tentou disfarçar, mas a verdade era que não estava bem. Sentia-se angustiada e com vontade de chorar. — "Fique firme, sua filha vai ficar triste se te ver assim" — pensou. Deu algumas palmadinhas no rosto e seguiu para o segundo andar. — Mãe, seu celular está vibrando. — Como você sabe? — Está iluminado no seu bolso. — Vou atender... Ao atender, ouviu uma voz desconhecida do outro lado da linha: — Esse telefone pertence a um senhor que coleta recicláveis. Pelo contato salvo como "Amor", imagino que você seja a esposa dele... A menos que seja a amante. — Por favor, por que está com o celular do meu marido? — Senhora, ele foi atropelado aqui próximo ao cruzamento. Levaram-no para o hospital no Centro e esqueceram o celular dele aqui. Onde posso deixá-lo para a senhora pegar? — Vou te passar o endereço por mensagem. Deixe lá, por favor, e obrigada. O desespero tomou conta de Helena. Precisava ir para o hospital imediatamente. Chamou Sofia e, juntas, saíram às pressas. Ao chegarem, foram recebidas por uma senhora simpática na recepção. Ao perceber a aflição de Heloísa, a atendente logo perguntou: — O nome do paciente, por favor? — Isaac Lennon. Por favor, me diga que ele está bem! A expressão da recepcionista mudou instantaneamente. Sofia apertou a mão da mãe, sentindo o nervosismo dela crescer. — Senhora, por favor, diga algo... — implorou Helena. A recepcionista pegou o telefone e falou rapidamente com alguém. Alguns minutos depois, uma enfermeira apareceu. — Familiares de Isaac Lennon? — Aqui! Sou a esposa dele, e esta é a filha. — Por favor, me acompanhem. A enfermeira as guiou por um corredor do hospital que Helena não conhecia. Quando chegaram a uma sala, ela apontou para uma janela. Do outro lado, era possível ver um corpo deitado, coberto por um lençol branco. Com um gesto discreto, indicou que elas deveriam entrar. O coração de Helena acelerou. — Espera... O que significa isso? — Mamãe, não... Por favor, não... — suplicou Sofia, segurando a mãe pelo braço. O corpo de Helena agiu no automático. Caminhou até a maca e, com as mãos trêmulas, puxou o lençol que cobria o rosto do homem deitado ali. Seu coração parou. — Deus, não... Meu Isaac, não! Eu o amo tanto... Por que ele, Deus? Por quê?! — gritou, desesperada. Caindo de joelhos, chorava sem controle, enquanto Sofia fazia o mesmo ao seu lado. Ambas entraram em choque, ficaram histéricas e, ao mesmo tempo, catatônicas. O mundo de Helena desabou, como se estivesse sendo empurrada para um precipício sem fim. — Alguém me salva, por favor? Uma enfermeira se aproximou com um copo de água e um comprimido. — O médico já está vindo. Tome isto, vai ajudá-las. Por favor, tomem. Heloísa pegou o celular e, com os dedos trêmulos, ligou para sua irmã, Ellen. Logo depois, entregou o aparelho para a enfermeira. — Alô? A senhora é parente do senhor Isaac ou da esposa dele? — Sou cunhada dele e irmã da Helena. Por quê? — Senhora, venha até o hospital do Centro, por favor. É urgente! — Estarei aí em cinco minutos. Sofia ainda não conseguia acreditar que estava se arrumando para enterrar seu amado pai. As lágrimas a afogavam sem pedir licença, mas ela precisava ser forte por sua mãe. — Minha filha, este mês vai ser bem apertado, mas quero dar ao seu pai o funeral que ele merece — disse Helena, tentando conter a emoção. — Tudo bem, mãe, vai ser do jeito que a senhora quiser, tá bom — respondeu Sofia, deitando-se ao lado dela e envolvendo-a em um abraço. Foi então que percebeu que sua mãe estava mais magra do que o normal. — Mãe, o que está acontecendo? A senhora não está se alimentando direito... E quando chego da escola, percebo que está mais cansada do que o normal. — Não, amor, é impressão sua. Estou bem... — tentou disfarçar Helena. — É melhor irmos. Sua tia vai nos buscar, já que não temos carro. Agora, eu só tenho vocês duas, minha filha. Minha vida sem seu pai vai ser tão... — Calma, mãe, estou aqui. Vai ficar tudo bem — disse Sofia, tentando tranquilizá-la. Mas, por dentro, sentia-se impotente. — "Papai, cadê você para aliviar o coração da mamãe?" — pensou, enquanto a abraçava mais forte. Já fazia um mês que o grande amor da vida de Helena, seu primeiro amor, havia se tornado uma estrela no céu. Ela sonhava com ele todas as noites, sentia sua falta a cada instante. Mas a vida não lhe dava tempo para luto — precisava trabalhar, seguir em frente, mesmo carregando um peso que ninguém podia ver. Chegando ao hospital para mais uma consulta, sentou-se à espera da médica, sentindo o coração acelerar. Quando a doutora Lisa entrou, a expressão em seu rosto já dizia tudo. — Senhora Lennon, as notícias não são boas... Infelizmente, sua quimioterapia não está surtindo efeito. Com a última ressonância, pudemos ver que seus órgãos estão todos comprometidos. Eu sinto muito, mas a realidade é que a senhora tem poucos dias de vida. Fizemos tudo que podíamos nesses dois anos de tratamento, mas seu corpo rejeitou todos os procedimentos. Helena sentiu o chão desaparecer sob seus pés. — O que vou dizer para minha filha? Ela só tem dezessete anos, acabou de perder o pai... E agora vai perder a mãe? O que eu faço, doutora Lisa? A médica respirou fundo antes de responder: — Você tem algum parente de confiança para ficar com a guarda dela? — Tenho, sim. Minha irmã caçula... Ela nunca teve filhos porque diz que ainda não encontrou o amor certo. Vou pedir para ela cuidar da Sofia para mim. Seu coração apertou. Como poderia deixar sua filha assim, tão jovem, sem ninguém? Quando chegou em casa, Sofia encontrou um bilhete da mãe dizendo que suas coisas haviam sido enviadas para a casa da tia. — Mas por que ela fez isso? —pensou, sentindo um aperto no peito. Antes que pudesse refletir mais sobre a situação, ouviu batidas na porta. Ao abrir, encontrou a tia Ellen parada à sua frente. — Tia Ellen? O que está fazendo aqui? Ellen abriu um sorriso, analisando a sobrinha com atenção. — Amor da titia... Nossa, eu não tinha percebido o quanto você é linda. Você lembra muito seu pai e sua avó, a mãe dele. Enfim, estou aqui para levar você para minha casa. Já vendi essa casa imunda e você não vai precisar mais dela. Sofia franziu a testa, confusa. — Como assim vendeu essa casa? Ela é minha e da minha mãe! Onde está minha mãe, tia? Ellen suspirou, ajeitando os cabelos antes de responder: — Sua mãe está em um SPA. Eu a mandei para lá por minha conta. Ela disse que não aguentava mais ficar aqui, porque tudo a fazia lembrar do seu pai. Então, vocês vão morar comigo... Mas é só até sua mãe comprar outra casa para vocês. Agora, vamos logo, porque tenho trabalho mais tarde. Sofia sentiu uma sensação estranha no peito. Algo estava errado. Depois de muito refletir, Helena tomou a decisão de se internar no hospital. A doutora Lisa havia explicado que, com os medicamentos, seu fim seria menos doloroso fisicamente. Mas a dor que sentia em sua alma era algo que nenhum remédio poderia amenizar. Não gostava de mentir para sua filha, mas sabia que Sofia não aguentaria a verdade naquele momento. Já havia pedido para Ellen trazê-la ao hospital no dia de sua partida. Queria se despedir, pedir perdão por esconder tudo... Seu coração doía. A saudade de Isaac a consumia, e a ideia de deixar sua bebê sozinha no mundo a rasgava por dentro. — Meu amor, me espere. Minha bebê... Me perdoe. — foram as últimas palavras de Helena.A casa estava em plena atividade enquanto Sofia, Emilly, Irina, Tony e Nora se dedicavam à decoração de Natal. Enquanto isso, Luca, Draco e Dwayne haviam saído para o Walmart com uma extensa lista de compras. Com nove crianças e oito adultos para alimentar, era essencial garantir que nada faltasse.— Acho que acordar às sete da manhã foi bem produtivo. Já são dez horas e conseguimos decorar a casa e o quintal. — comentou Emilly.— Sim! — concordou Tony. — Draco me disse que eles já estão chegando e compraram tudo que estava na lista.— Ótimo! Então, vamos para a cozinha separar os utensílios e dividir as tarefas. — sugeriu Sofia.Pouco depois, os homens chegaram. Luca se aproximou de Sofia e lhe deu um beijo, ainda segurando as sacolas. Dwayne fez o mesmo com Emilly, enquanto Draco beijava Tony.— Pequena, vamos tomar um banho e pedir algumas pizzas para ficarmos com as crianças enquanto vocês estão aqui. Mas, se precisarem de ajuda, é só chamar. — disse Luca.— Obrigada, grandão, mas
Luca e Sofia finalmente pararam em casa após meses de viagens exaustivas. Sofia olhou para Luca com um olhar inquisitivo.— Então você está querendo tirar quinze dias para nós? Mas ainda temos cargas importantes para receber, e ainda tem aquele lunático que só negocia conosco. Como isso vai ficar?Luca sorriu, observando a mulher à sua frente. Era difícil acreditar que sua pequena havia se transformado nessa mafiosa profissional. Ele riu, chamando a atenção dela.— Qual é a graça? — Sofia questionou, cruzando os braços.— Estava aqui lembrando de quando você chegou... Frágil, parecendo uma boneca de tão linda e pequena. Dwayne sempre teve razão. Eu me apaixonei por você no instante em que a vi naquela gaiola. No fundo, eu sabia que não conseguiria fazer o que minha mente dizia para fazer.Sofia sorriu levemente e, após um instante de hesitação, disse:— Quer saber quando me apaixonei por você?— Você sempre disse que não sabia quando se apaixonou por mim.— Eu menti... Tinha medo do q
Dwayne retornou para a Itália sentindo o peso da ausência de Luca e Sofia. Ele gostaria que tudo fosse como antes, mas algumas decisões difíceis precisavam ser tomadas, mesmo que nem sempre fossem agradáveis.Ao chegar em casa, olhou ao redor e sentiu falta das crianças correndo pela sala, assim como da imagem de Sofia e Luca trocando beijos discretos pelos cantos. Suspirou fundo e seguiu para o escritório.Emilly entrou e fixou o olhar nele.— Pode falar, amor.— Você também está sentindo, né?— Vamos nos acostumar, e quando a saudade apertar, sempre podemos passar uns dias com eles.— Eu amo você... Agora, chefe, o que tem para mim?Ela ajeitou a postura, lançou um olhar frio e ergueu o queixo.— Temos uma parceria para fechar com Dmitri na Rússia e, depois, algumas negociações com fornecedores em algumas cidades.— E está esperando o quê?Dwayne afastou a cadeira até encostar na parede, bateu no colo com uma das mãos e, com a outra, chamou Emilly, que se aproximou com um sorriso se
Após sua vitória sobre Andrei Petrov, Dmitri levou Charlotte e Felipe para conhecer toda a Rússia, afinal, eles eram seus herdeiros. Felipe demonstrava traços marcantes de sua personalidade, o que encantava Dmitri.Charlotte e Dmitri foram juntos ao cartório e registraram uma nova certidão de nascimento para Felipe em Moscou. O menino estava radiante com seu novo sobrenome, Romanov. Como Charlotte e Dmitri haviam se casado, ela também passou a usar apenas o sobrenome dele, o que o deixava muito feliz.Luca visitou Dmitri acompanhado de Sofia para apresentá-la oficialmente como sua subchefe na máfia. Alguns dias depois, foi a vez de Dwayne, que chegou à Rússia para apresentar Emilly como sua subchefe na máfia italiana. Durante essa visita, estabeleceram uma parceria promissora, já que Dmitri nunca recusava bons negócios.Após semanas viajando pelo país, a família resolveu passar um tempo em casa. Charlotte adorou conhecer toda a Rússia e, durante uma conversa, mencionou o desejo de via
Draco observava que as coisas estavam indo muito bem. Dwayne havia voltado para a Itália com sua família, mas os dois ainda se falavam diariamente por chamadas de vídeo e ligações. Ele ajudava Luca a treinar Sofia, pois ser subchefe da máfia já não era uma tarefa fácil para um homem, e para uma mulher, o desafio era ainda maior.Contudo, Sofia o deixava extremamente orgulhoso. Seu jeito teimoso de resolver as coisas se encaixava perfeitamente no novo cargo, e ela parecia muito feliz.Tony havia pedido para que ele voltasse mais cedo para casa, mencionando que precisavam conversar. Draco esperava que não fosse nada difícil de resolver. Ao chegar, encontrou Tony na cozinha. Antes de se juntar a ele, foi até o quarto de Justin, deu um beijo no filho, que brincava animadamente, e depois passou pelo quarto de Ellie, que dormia serenamente, deixando-lhe um beijo carinhoso.Seguiu para o próprio quarto, tomou um banho e vestiu uma bermuda antes de retornar à cozinha. Agora limpo e perfumado,
Luca e Dwayne estavam no escritório conversando quando Luca teve uma ideia.— Dwayne, o que acha de uma festa para casais? Podemos sair um pouco com as meninas, mas sem ficar fora por muito tempo por causa das crianças.— Podemos começar na boate e terminar aqui na piscina, por exemplo. Vai ser bom aproveitar, já que Emilly, as crianças e eu voltaremos para a Itália, e só Deus sabe quando nos reuniremos novamente — respondeu Dwayne.— Isso é verdade... Sei que para nós dois será difícil. Afinal, é a primeira vez em anos que realmente moraremos em países diferentes. Isso me deixa triste, mas, ao mesmo tempo, feliz pelas nossas famílias e conquistas.— Quem diria que eu me tornaria chefe da máfia? Eu era seu subchefe e era feliz assim, mas hoje tenho minha própria organização para comandar. No entanto, a verdade é que era muito melhor quando trabalhávamos juntos. A vida segue caminhos diferentes, mas, apesar de tudo, seguimos rumos parecidos. Não se preocupe, irmão, quando eu estiver em
Último capítulo