Quando o sol surgiu, o avião que Glauco havia solicitado também pousou em solo francês. Ele e Paolo já acompanhavam a remoção de Laerte e dos outros feridos até o aeroporto. Sorrento os aguardava.
Ana, no entanto, sentia-se ansiosa. Paolo não lhe dissera nada sobre o que estava acontecendo, mas, hospedada em um quarto no mesmo corredor que eles, percebeu toda a movimentação. Seu futuro era incerto, e o medo a consumia.
Ela pensava também na garota que eles tentavam encontrar. Não sabia quem era, apenas que havia sido levada há pouco tempo para aquele lugar sombrio de onde todos estavam saindo. Ana, ao contrário, já carregava anos de sofrimento.
Era da Albânia. Ficou com os pais até os doze anos, quando uma mulher, que se apresentou como uma tia distante, a levou para Palermo. Da casa dela, foi entregue a um cassino, onde trabalhava na copa até os dezessete. Um dia, um cozinheiro tentou agarrá-la; na defesa, ela o feriu com uma faca. Como punição, o chefe do local a espancou e decidiu