Levou a taça aos lábios e bebeu o vinho de um só gole, o líquido queimando na garganta. Seus olhos, porém, não desgrudavam da porta da cozinha, como se ela pudesse se abrir de repente.
Imaginava Amália voltando com os olhos marejados, dizendo algo que lembrasse o quanto ele estava errado, mas, entre lágrimas, ela sorriria quando ele tocasse seu rosto. Então, com ternura, se inclinaria para sentir o calor dele outra vez.
Era apenas um devaneio. A porta não se abriu. E Glauco, sozinho, provava o gosto amargo da espera e, de certa forma, do abandono.
O prato foi entregue, como ela dissera, apenas um. Ele provou, com um sorriso amargo; estava perfeito, como tudo nela. Levando o garfo à boca, mantinha os olhos fixos na porta de onde ela havia entrado.
Seu celular vibrou no bolso interno do terno. Ele o tirou, olhando para a tela: era o chefe de polícia de Nice. Glauco não estava com o anfitrião, mas enviou uma mensagem informando que ele estava em Malta.
Glauco fez um sinal para o maitre,