Mundo de ficçãoIniciar sessãoSophia tem 18 anos, é virgem, caloura de Medicina na USP e acabou de chegar a São Paulo. O que ela não esperava era que uma simples oportunidade como hostess a colocaria dentro de um cabaré de luxo disfarçado, onde mulheres jovens são negociadas como investimentos. Em uma noite que muda tudo, Sophia é escolhida por Constantino Windergard, um herdeiro bilionário, jovem, frio e estrategista. Em vez de comprá-la para uma única noite, ele faz uma proposta absurda: um relacionamento exclusivo, com mesada, luxo, viagens e status — em troca de controle, submissão e um futuro já decidido. Agora vivendo em uma cobertura no Jardins, transformada em uma “Barbie” moldada para agradar, Sophia precisa lidar com o preço do conforto extremo: até onde vai sua liberdade? O amor pode nascer de um contrato? E quem ela se torna quando passa a viver para ser desejada? Entre poder, desejo, inocência e manipulação, Doce Tabu é um romance intenso sobre escolhas irreversíveis, fetiches do dinheiro e o perigo de confundir proteção com posse.
Ler maisDizem que São Paulo não é para amadores, mas infelizmente quando eu entrei nesse game eu era apenas uma mera iniciante.
Havia acabado de me mudar para estudar na USP. Tinha vindo do interior do Rio de Janeiro então tudo em São Paulo capital era novo pra mim. As pessoas, os lugares, as oportunidades.
Consegui uma quitinete por um preço interessante no bairro da Liberdade. Claro que pelo preço que eu estava pagando no aluguel eu sabia que tinha algo muito errado com aquele lugar, não poderia ser outra coisa se não isso.
Quando cheguei lá, pela primeira vez, eu não vi nada de errado. Era uma quitinete pequena e abafada sem ar condicionado, apenas um ventilador de chão desses maiorezinhos.
Ele tinha um vento potente, mas nos dias de verão do início do semestre ele pouco fazia efeito, tinha que viver tomando banho.
Ah e falando em banho o chuveiro não tinha água quente, apenas água fria, o que me fazia pensar que não me fazia tanto mal assim no verão, mas no inverno eu ia penar. Já estava me imaginando aquecendo um balde de água para tomar banho.
Além do banheiro e do calor, haviam outras coisas que me deixavam incomodada, como por exemplo o forno sempre parecer que ia explodir, entre outras coisas que tornavam aquele lugar insalubre.
Mas eu tentava pensar positivo, que em algum momento eu sairia dali.
Outra coisa engraçada daquele lugar é que no andar de baixo tinha uma sex shop. Inclusive a porta que ficava na frente da minha quitinete era do estoque, mas a entrada era separada, se dava por uma escadinha lateral.
O apartamento era da dona da sex shop, Senhorita Maria Lourdes, ela não era uma “senhorita” como vocês imaginam, era o tipo de pessoa que chamamos de “senhora” normalmente. Mas ela era loira platinada e com cabelo alisado, vários procedimentos no rosto, incluindo um monte de botox, lifting e preenchimento labial. Ela parecia uma boneca de plástico e usava sempre estampa de oncinha.
Naquela manhã quando eu a encontrei ela estava com uma legging de oncinha e uma camisetinha colada cor-de-rosa. Eu me perguntava como uma pessoa poderia esbanjar tanta cafonice.
Mas ela era uma pessoa extremamente solícita, calma, gentil e boa. Eu gostava dela apesar da breguice.
— Que bom que eu te encontrei, Sophia. — Eu estava saindo de casa e ela estava com a chave encaixada na porta do estoque. Não duvidaria se ela saísse dali com um dildo que mais parecesse uma tora.
Tem pessoas que não tem dó do próprio cu.
Seja com as situações da vida, ou literalmente não poupando o anus físico.
Cada um que lide com seus masoquismos diários afinal.
— Em que posso ser útil, senhorita Lourdes? — Eu segurei firme na minha mochila, eu só esperava que ela não me chamasse para levar pintos para dentro da loja com ela, eu morria de vergonha, afinal tinha um breve caminho da portinha frontal até a entrada discreta da sexshop. E ali no estoque as coisas não estavam com “embalagem discreta”.
— Você tem quantos anos mesmo? — Ela questionou com um sorriso no rosto, eu tinha dito minha idade para ela no meu primeiro dia no apartamento, mas acho que não tinha guardado o suficiente, sua cabeça provavelmente estava ocupada com outras coisas, principalmente com o Derby que ela iria fumar daqui a pelo menos 5 minutos, assim que ela terminasse de sair ali.
— 18. — Respondi, estava levemente ofendida dela não se lembrar da minha idade.
— Ah ótimo, é essa idade que o Emerson está procurando. — Levantei uma das sobrancelhas em interrogação. Não tinha entendido. Quem é Emerson? O que ele estava procurando? Porque ele queria uma garota de 18 anos?
— Oi? — Geralmente eu era mais educada, mas aquela situação me pegou de vez. Eu realmente não consegui expressar a mim mesma de outra forma, que não demonstrando aquela surpresa daquela forma.
Lourdes fez como se não fosse nada com a mão, como se não fosse nada demais, mas para mim era bem estranho. Principalmente porque eu sabia que ela mexia com essas coisas de sexualidade.
Será que ela estava me cafetinando para um velho de 60 anos barrigudo e calvo e eu não estava sabendo?
Eu era caloura da faculdade, mas era virgem, confesso que imaginar isso me deixou nervosa porque eu tinha um total de zero experiência na cama, e queria perder minha virgindade por livre e espontânea vontade com alguém que eu confiasse e sentisse atração, no mínimo.
Houveram poucas oportunidades na vida de eu perder a virgindade, isso porque eu passei o ensino médio inteiro completamente obcecada num menino da minha sala que não dava a minima para mim.
Acabou que ele foi morar no Rio Grande do Sul e eu nunca mais vi o querido, ou melhor, desquerido.
— Emerson é meu amigo empresário, minha filha. Ele está procurando moças novas para vestir as roupas da marca dele para a recepção de um coquetel de investidores. — Ela disse, explicando a situação e eu vendo que não era tão ruim assim. — E menina do céu, você é linda, daria uma excelente hostess. — Se eu tivesse a pele um pouco mais clara eu teria enrubescido. Mas como eu tinha crescido na Região dos Lagos, meu corpo estava sempre bronzeado e por isso eu não fiquei vermelha.
Mas era um convite e tanto.
Por isso que dizem que São Paulo era a cidade das oportunidades. Eu havia chegado há pelo menos duas semanas e já estava sendo convidada para um jantar de investidores.
— Ah tudo bem, a senhora tem meu contato, pode passar pra ele. — Sorri, ela acenou com a cabeça e então eu desci. Estava morrendo de fome e naquela tarde não haveria aula.
Ia comer Yakissoba num restaurante perto dali, eu não costumava a ser muito fã de comida japonesa, mas tinha um fraco enorme por yakissoba, principalmente o de carne.
Fui descendo a rua, rumo ao restaurante, sendo acompanhada pelos olhos atentos das luminárias japonesas acima de mim. Eu não ligava muito para a cultura japonesa até chegar naquele local.
Naquele meio do dia eu tinha esquecido de colocar meu celular no silencioso, quando ele começou a tocar no meu bolso. Eu havia propositalmente colocado um toque bem alto e irritante, porque eu costumava a colocar para tocar quando tinha algo muito importante para ouvir.
Naquela manhã por exemplo eu estava aguardando notícias do meu avô que estava internado, mas ninguém ligou;
Quando o telefone começou a tocar, aquele som irritante e escandaloso, eu já estava próxima ao restaurante. Parei no meio do caminho, olhei para a primeira loja que vi na frente e entrei para me proteger de qualquer ladrãozinho.
Entrei e vi que na tela do telefone não havia exatamente um nome, mas um número com DDD de São Paulo que eu não conhecia, ali eu já sabia que não eram noticias do meu avô.
— Sophia? — A voz do outro lado do telefone era masculina e grave.
— Sim, quem fala? — Enquanto isso eu ia entrando pela loja, era uma daquelas lojas de rock que vendiam ítens trevosos e camisas de banda, na minha adolescencia talvez eu ainda me interessasse por isso, mas naquele momento da vida não era o foco.
— Aqui é o Emerson, Lourdes me passou seu número. — Acenei positivamente com a cabeça, estava tão presa nos meus proprios pensamentos que havia esquecido da conversa que tinha tido com minha locatária há poucos minutos.
— Sim, pode falar. — Parei então na frente de uma camisa do Deftones e fiquei olhando. Tinha um gato preto enorme e estava me encarando com olhos ariscos.
— Hoje a noite vamos fazer um evento na Avenida Paulista e precisamos de uma moça para ajudar na recepção dos convidados. Será às 19h, será que você consegue chegar umas 17:30h para a equipe te arrumar?
— Sim, claro. Pode me passar o endereço por favor? — Nesse meio tempo peguei o fone sem fio numa habilidade que eu não costumava a ter. — Só um minuto. — Apoiei meu celular numa prateleira perto de mim e coloquei os fones, ouvindo dentro do ouvido ele se conectar ao celular e os barulhos do fundo da chamada aparecerem diretamente na minha audição.
Do outro lado da linha Emerson passou o endereço e eu anotei no bloco de notas, assim que ele terminou eu coloquei um lembrete para tocar uma hora e meia antes na agenda, para eu conseguir chegar lá a tempo.
Eu acho que eu só precisaria ir de banho tomado, já que ele disse que equipe ia me arrumar.
Saí da loja colocando o celular na barra da calça e fui comer meu yakissoba com uma sensação gostosa de ansiedade na barriga.
Constantino acordou num solavanco, assustado, provavelmente teve um pesadelo.— Eu não deveria estar aqui. — Ele respondeu, ainda levemente assustado ao perceber que estava no meu mais novo apartamento.— Porque? — Não pude deixar de ficar curiosa.— Você fica aqui. Eu fico na minha casa, simples assim. — Aparentemente haviam regras dentro do nosso relacionamento que eu não sabia.— Nosso relacionamento tem regras? — Ele suspirou, pelo visto tinha e ele se perdeu no vinho e não me contou.— Algumas, vou pedir pra minha secretária te passar. — Aquilo me deixou um pouco em choque, mas apenas acenei positivamente com a cabeça.— Eu aguardo.— Depois me mande seu e-mail por mensagem para que eu possa enviar. — Acenei de novo. O arquétipo era bem submisso, e ele só se revelava quando Constantino estava por perto. Eu não conseguia entender muito bem essa “magia”.— Ok. — Me levantei assim que ele se levantou correndo, vestindo suas roupas e com bastante pressa. Seus cabelos lisíssimos esta
Conversamos tanto, mesmo no meu papel, consegui mostrar um pouco de vulnerabilidade, bem pouco. Já Constantino era fraco pra bebida. Ah ele não viveu um ensino médio de classe média, eu bebia vodka com ice, era uma loucura.Isso me fez criar certa resistência.Já ele, ele é outra história.— Sabe, Sophia. Eu não tenho muita experiencia com mulheres também. — A voz dele estava grogue, ele claramente não estava em seus melhores momentos, mas ao invés de leva-lo para cama ou pro chuveiro, eu cedi a curiosidade, e fiquei ali ouvindo ele.— Ah você também é virgem? — Perguntei, afinal se ele estava bêbado de vinho, eu estava de curiosidade, quanto mais merda ele falava, e olha que ele falou bastante antes de chegar nesse assunto, mais eu me divertia. Mas ali eu não era a Sophia de dois dias atrás, eu estava sob o arquétipo.— Não! — Ele hesitou, com medo de ter me ofendido provavelmente. — Quer dizer, de mulher comum sim, de puta não.Ali eu vi a verdadeira face de Constantino. Ele tinha d
— Oi amor. — Não sei o que me deu, naquele momento parecia que eu tinha entrado de vez no personagem.— Oi linda. Gostou das mudanças? — Dei de ombros, por um momento esquecendo que ele não me via. Entâo simplesmente respondi:— Adorei, mas tudo muito novo. — Ele riu, achei sexy por algum motivo, talvez o tom.— Relaxa, com o tempo acostuma. — Suspirei alto, ele ouviu tenho certeza, mas não disse mais nada, Constantino era um típico estrategista, frio, calculista. Parecia sequer ter sentimentos. Afinal quando as pessoas namoram elas tem sentimentos um pelo outro, meio que já se conhecem, estão apaixonadas, mas não havia nada disso, ele me conheceu ontem e simplesmente decidiu que eu seria dele. Para inclusive me moldar a forma dele.— Vamos nos ver? Achei que queria ver meu novo visual.— Sim, vou aí em dez minutos, vou levar um vinho. Qual você gosta? — Eu bebia muito pouco, inclusive nunca tive curiosidade com vinho. Não sabia como responder essa pergunta, mas não queria soar burra.
— Negócio fechado, quer ir no salão amanhã? — Parecia que ele havia lido minha mente.— Sim. — Ser submissa nunca esteve nos meus planos, mas quem negaria um dia no salão?— Pode ficar lá enquanto fazemos sua mudança, a partir de hoje você só se preocupa com sua beleza e suas provas na faculdade.Acenei positivamente.— Sua virgindade fica pra depois que criarmos confiança, quero que seja um momento especial pra você. Vou chamar o motorista pra te levar embora.Realmente, recostada num lavatório de salão não se dá pra pensar em muita coisa. Não escolhi meu novo visual, isso foi escolha de Constantino, tudo ele como sempre.Eu percebi logo de cara que ele queria a sua própria Barbie, por isso talvez alguém tão jovem como eu. Dizem que quanto mais jovem, mais manipulável, mas talvez esse não fosse meu caso. Confesso que sou inocente, mas também sei ser sonsa quando tenho noção do que está acontecendo.E eu tinha uma pequena noção da arapuca que armaram pra mim.Eu tinha a teoria que Lou
— Ok. É o seguinte, eu vou dar uma quantia gorda de dinheiro pro Emerson, porque não quero você na agencia dele. — Aquilo me fez levantar a sobrancelha. — Quero você sendo minha. Só minha. — Aquelas palavras me pegaram um pouco, não imaginava ouvir aquilo de ninguém tão cedo.— Tá maluco?— Escuta até o final.— Ok. —Ele me convenceu com tão pouco. Acho que achei ele legal.— Já ouviu falar em relacionamento sugar?— Já ouvi falar em esposa troféu.— Tipo isso, só que não vamos casar ainda. Vamos namorar, pode ser?— Te conheci hoje. — Foi tudo que eu consegui dizer, afinal eram assim que namoros funcionavam né? Conhecia, ficava só depois namorava.— Esquece isso. Você é meu investimento. Vi potencial grande, quero investir pesado. Mas pra isso precisamos namorar. — Eu estava completamente confusa, mas resolvi ouvir até o final.— Tá, e o que você vai fazer com esse tal investimento.Me senti uma participante do Shark tank.— Vamos ter um relacionamento totalmente normal aos olhos co
— Novata. -- Kimberly me chamou com um tom rude. Olhei para ela, como um soldado olhava para seu comandante. — Senhor Windergard quer conhecê-la.Luana me olhou com pena. Como se eu tivesse indo para a forca.E eu não fazia ideia.Kimberly me puxou pelo ombro, me levando para algum lugar que eu não sabia qual era. Aos poucos nos aproximávamos de um grupo de homens. Todos mais velhos, exceto por um deles. Ele era loiro, jovem e bonito.Torci para que fosse ele o tal senhor.E era.— Senhor, essa é nossa novata, Lilith. — Lilith até onde eu sabia era algum tipo de demônio sexual.Porque me chamavam assim?Eu era praticamente virgem. Não entendia muito de relações com homens .na verdade quase nada.— Linda, Kim. Obrigado. — Então o homem me pegou pela cintura, me tirando do tumulto. Não sabia exatamente para onde ele estava me levando, mas eu sei que ele me levava para o estacionamento, porque pegamos o elevador.Durante todo o trajeto ele não disse nada.Até de fato chegarmos numa BMW q
Último capítulo