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Capítulo três: Constantino

— Novata. -- Kimberly me chamou com um tom rude. Olhei para ela, como um soldado olhava para seu comandante. — Senhor Windergard quer conhecê-la.

Luana me olhou com pena. Como se eu tivesse indo para a forca.

E eu não fazia ideia.

Kimberly me puxou pelo ombro, me levando para algum lugar que eu não sabia qual era. Aos poucos nos aproximávamos de um grupo de homens. Todos mais velhos, exceto por um deles. Ele era loiro, jovem e bonito.

Torci para que fosse ele o tal senhor.

E era.

— Senhor, essa é nossa novata, Lilith. — Lilith até onde eu sabia era algum tipo de demônio sexual.

Porque me chamavam assim?

Eu era praticamente virgem. Não entendia muito de relações com homens .na verdade quase nada.

— Linda, Kim. Obrigado. — Então o homem me pegou pela cintura, me tirando do tumulto. Não sabia exatamente para onde ele estava me levando, mas eu sei que ele me levava para o estacionamento, porque pegamos o elevador.

Durante todo o trajeto ele não disse nada.

Até de fato chegarmos numa BMW que estava estacionada.

Achei que ele  dirigiria,  mas havia   um motorista no  banco da frente.

Senhor Windergard abriu  a porta pra mim. Entrei sem entender  nada, esperando que ele me explicasse  alguma coisa, porém passamos o  percurso em silencio, enquanto ele  admirava  a paisagem local  eu surtava  por dentro.

Claramente eu havia assisitido  Verdades Secretas e sabia do que se tratava, mas na novela eles explicavam pra Angel o que estava acontecendo, no meu caso parecia mais tráfico humano.

Não vou negar que ele era um belo de um homem, e jovem ainda por cima.

Esperava que ele fosse o cliente, não mais um aliciador.

Eu ficaria realmente frustrada em transar com um velho.

Naquele momento eu percebi que havia me entregue a ideia, afinal o que eu ia fazer? Me jogar do carro em movimento? Sem chance.

Nunca havia feito isso e pela velocidade parecia ser perigoso.

Poucos km dali, num hotel ainda mais de luxo onde ocorreu a festa, nós saímos do carro. Ele novamente abriu a porta do carro pra mim. Fomos andando pelo saguão até o elevador, tudo num silencio que acabava comigo.  Subimos para o décimo terceiro andar, lá ele me pegou pelo braço, como se fossemos um casal. Ali já me aliviei um pouco, sabia que amanha amanheceria com o rim.

Parecia um programa mesmo.

Foi quando me lembrei, num lapso quase que desastroso, eu ainda era virgem.

E com certeza essa era a pior forma de perder a virgindade, por mais bonito que Senhor Windergard fosse.

Olhando bem para ele, devia ter uns 25 anos, provavelmente herdeiro, cabelos loiros, lisos, que caiam sobre o rosto dando um ar jovial, ele tinha lábios bonitos, me perguntei por um mero segundo se poderia beijá-lo.

Já que naquele momento eu era claramente uma prostituta, virgem! Me perguntava tantas coisas.

Ele passou o cartão na porta do apartamento, entrou, tirou o casco, pôs num cabide e sentou-se numa poltrona grande, mas não como aquelas de vó, algo mais chique.

Tudo ali era muito fino.

— Prazer, meu nome é Constatino Windergad. — Eu ainda estava parada igual um poste na porta. — Entra, fica com medo não.

Minhas mãos estavam unidas na frente do corpo. Dei dois passos a frente e fechei a porta atrás de mim.

— Assim tá bom?

Ele riu.

— Achei que fosse mais solta pelo nome que escolheu.

— Na verdade, não tenho a mínima ideia do que está acontecendo. — Sua expressão foi de dúvida sincera.

— Bom, pra começar eu sou estudante da USP, moro em cima de uma sex shop, minha locatária me apresentou um tal de Emerson e era pra eu ser só hostess. Até me apresentarem você e agora estamos aqui.

Ele fez uma expressão de choque.

— Talvez seja porque eu tenha pedido uma menina de 18 anos, não deviam ter.

— Provavelmente.

— Mas você não sabe porque tá aqui? — Ele questionou com a sobrancelha arqueada.

— Tenho uma mínima ideia. — Ele acenou positivamente com a cabeça e se ajeitou na cadeira.

— Vamos lá, eu sou herdeiro de um grande império metalúrgico. — Essa foi minha vez de acenar com a cabeça enquanto ia em direção  a cama e sentava. Prestes a ouvir uma história. — Bom, eu invisto na startup do Emerson, mas ele não começou como um mago da tecnologia, ele começou como dono de uma “agência” — Ao dizer isso ele fez aspas com a mão — de modelos.

— Ah então eu faço parte de um cabaré de luxo?

— Isso.

— Por que não me avisaram? — Ah Lourdes ia ouvir MUITO amanhã.

— Medo de você não topar e acreditarem que quando me vissem por eu ser jovem, mudasse de ideia. — Fazia sentido. Mas era loucura.

— Constantino, eu sou virgem. —  A expressão dele foi de surpresa.

— Nunca pagou nem um sexo oral? — Neguei com a cabeça.

— Passei para Medicina na USP, de primeira,  você acha mesmo que eu era do tipo saidinha?

Ele fez uma expressão mexendo a cabeça para os lados, como se tivesse concordando.

— Ok, faz sentido. Nunca nem namorou então?

Neguei novamente com a cabeça.

— Caramba... — Ele passou um tempo pensando, eu ainda estava em posição tímida, contida. Pensando em mil e uma consequências do que eu havia acabado de dizer. Ele passava o dedo sobre o queixo, pensando e me olhando fixamente a ponto de me deixar ainda mais sem graça.

Depois de mais ou menos dois minutos falou:

— Tá, vamos fazer o seguinte, está com fome? — Acenei positivamente com a com a cabeça, ainda totalmente sem graça. — Vou pedir uma pizza no restaurante do hotel, a gente come, se conhece, e no final te faço uma proposta.

— Fechado. — Confesso que aqui meu estômago falou mais alto.

***

A pizza estava deliciosa, era uma marguerita. Ele disse que era a favorita dele, ainda mais naquele hotel. Realmente, desde que eu me mudei pra São Paulo a pizza de lá era diferenciada, mas colocar Ketchup era uma grandissíssima ofensa, o que pra mim que vim do Rio era algo meio estranho.

Constantino me contou sobre sua história, e principalmente porque tinha nome de idoso. Ele era Constantino III, naquele momento percebi que colocar “neto” no sobrenome do filho era coisa de pobre.

A família dele era rica há décadas, exceto pela família da mãe. A mãe era secretária do pai na sede administrativa da rede de metalúrgicas.

O pai se apaixonou e o resto era história, inclusive por pouco não rompeu com a família, aliás o nome dele  foi um acordo de paz entre o pai e o avô. E ele era filho único, aquele era o 6º casamento do pai, as outras esposas eram burguesas.

— Sua vez. — Nesse momento estávamos deitados na cama, vestidos, bem a vontade, ele ter contado sua história me acalmou um pouco, mas fiquei chocada que era startup da Faria Lima, não uma marca de roupas que estava dando a festa.

— Bem, minha vida não é tão interessante quanto a sua. Sou filha de petroleiro, nasci e cresci em Rio das Ostras, Minha mãe é enfermeira de um hospital municipal, estudei em boas escolas porque a Petrobrás pagava meus estudos, além disso meu pai era gerente lá. Nunca namorei porque o cara que eu era interessada, preferia fazer bullying comigo e eu era meio obcecada nele, o que facilitava.

Nesse momento ele me parou com a mão.

— Espera aí, você sofria bullying? Linda desse jeito?

Fiquei completamente sem graça.

— Ah nem tanto... Não exagere.

— Por favor, Lilith.

— Sério. — Ele se atreveu a passar a mão no meu rosto. E o pior, eu gostei. — Quantos anos você tem afinal?

— 26.

— Uau. — Ele riu.

— Novinho para que tem um patrimônio de dois bilhões né? — Nessa hora eu fiquei em choque. Minha expressão deixou isso muito, muito, muito, claro.

— Já viu a última Forbes under 30? — Neguei com a cabeça, ele pegou o celular, claramente o último iphone do ano versão pro max. Deu um g****e e virou a tela pra mim.

Lá estava a cara da Forbes, sentado ao lado de outros bilionários, inclusive ele estava em segundo lugar.

— Nossa, mas metalúrgica dá tanto dinheiro assim? — Ele negou com a cabeça.

— Investimentos certeiros em startups, no mercado imobiliário, dentre outras coisas. E eu sou herdeiro né, tem a minha parte da metalúrgica que só soma.

— Nunca estive com um bilionário.

Ele riu alto. Provavelmente o mais próximo de ser rica que eu seria era sendo médica, chorando aí eu receberia uns 50 mil por mês, ele recebia milhões por semana. E digo mais, ele estava acostumado com playboys como ele.

— Agora que nos conhecemos, pode me dizer seu nome?

— O de verdade?

— Sim.

— Só depois da proposta.

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