A estrada depois da batalha parecia um campo de fantasmas.
O vento soprava baixo, arrastando cinzas e folhas, e cada passo soava como um eco do que tínhamos acabado de sobreviver.
O vale dos espíritos já não estava atrás de nós, estava dentro.
Parte dele ficara gravada sob a pele, junto das marcas que ainda brilhavam em prata e ouro.
Danilo caminhava à frente, o corpo cansado, os ombros tensos.
A cada tanto, olhava por sobre o ombro para se certificar de que eu ainda o seguia.
Havia algo em seu olhar que eu não sabia nomear: não era apenas culpa, nem alívio.
Era medo, o tipo de medo que nasce do amor.
A loba dentro de mim permanecia em silêncio.
O vínculo, não.
Ele pulsava.
Um fio invisível que ligava o coração dele ao meu, vibrando com a força de tudo o que não dizíamos.
Quando paramos à beira de um lago, o crepúsculo já havia tingido o céu com tons de violeta e cobre.
A água refletia a lua que começava a surgir, ainda tímida, mas presente.
O fogo da tarde se misturava ao brilho prat