A luz da lua continuava descendo sobre nós, como se o próprio céu tivesse se inclinado para tocar Danilo. O feixe branco envolvia o corpo dele e atravessava o meu, como se eu fosse um canal vivo, um fio, um recipiente da magia antiga capaz de devolver vida onde só havia silêncio.
Eu tremia.
Não de medo.
Mas de algo maior — algo que atravessava minha carne, minha alma, minha luz.
Eu sentia.
A lua não estava salvando Danilo diretamente.
Ela estava salvando Danilo através de mim.
A prata na minha pele cintilava.
A luz roxa explodia sob a carne.
Minha alma queimava como se estivesse sendo aberta e costurada ao mesmo tempo.
A vida dele voltava… porque a minha estava sendo dada em troca.
Era um milagre que custava caro.
Mas eu não hesitei nem por um segundo.
Segurei o rosto de Danilo com a