O mundo estava desfocado.
Ou talvez fosse eu que não conseguia mais distinguir o que era céu, o que era terra, o que era sangue — e o que era Danilo morrendo nos meus braços.
O beta traidor, ainda tentando se levantar após ser arremessado pela minha explosão de luz roxa, cambaleou entre folhas quebradas e pedras. A lâmina amaldiçoada ainda coberta com o sangue de Danilo tremia na mão dele.
Eu não olhei para ele.
Eu não precisava.
A luz dentro de mim viu antes mesmo de eu decidir.
Um estalo no ar.
Um clarão violeta.
E o corpo do traidor simplesmente… desapareceu.
Dissolveu-se em pó.
Num segundo.
Sem grito.
Sem glória.
Sem cerimônia.
Ele estava morto.
Mas eu nem percebi.
Porque Danilo estava morrendo.
A luz roxa que antes explodia dele agora mal vibrava — uma brasa sufocada.
A pele dele estava fria demais.
O sangue quente escorria depressa demais.
Cada batida do coração piorava a hemorragia.
E a lâmina…
a lâmina tinha atingido perto demais.
Perto demais do coração.
Um Alfa n