A luz da lua ainda pulsava sobre a clareira, mas algo em mim tinha começado a silenciar.
Como se, depois da ascensão, viesse um vazio.
Um espaço onde a alma finalmente conseguia ouvir tudo o que sempre esteve escondido.
Danilo, ainda ajoelhado diante de mim, respirava com dificuldade.
O poder do Alfa original diminuía aos poucos, permitindo que sua forma humana voltasse.
A pele dele estava marcada por cortes, o peito arfava, e os olhos verdes me procuravam com um misto de adoração… e medo.
Medo do que eu me tornara.
Medo do que ele era diante de mim agora.
Medo… do que vinha a seguir.
A clareira estava silenciosa.
Todas as matilhas aguardavam.
Todas as cabeças inclinadas.
Mas eu não via mais ninguém.
Só via Danilo.
E via a pergunta que queimava em mim desde a guerra… desde o sacrifício… desde muito antes.
A rejeição.
A cicatriz que nunca fechou.
Agora, com o poder recém-despertado correndo pelas minhas veias, a verdade estava tão próxima da superfície que ardia.
Incômoda.
Inevitável.