Tamara é um jovem beta, que por nascer apenas alguns minutos depois de sua irmã, ela foi considerada uma maldita, eles diziam que parto de gêmeas não eram uma boa noticia, pois uma seria a morte da outra. Então desde muito jovem a única desejo do seu coração, era passar despercebidas por todos. Porém ela vira alvo de sua alcateia quando acontece uma tragédia no dia do seu aniversário de dezoito ano, ela descobriu que seu companheiro era o alfa da alcateia e namorado de sua irmã. Após cair em uma armadilha, ela foi levada a prisão de sua alcateiabe é a única suspeita da morte da sua irmã gêmea. O que ninguém sabe é que ali naquela noite, Tamara perdeu muito mais que sua irmã gêmea, ela também perdeu a vontade de viver. Jonathan é um jovem alfa que tinha sua vida traçada em cada detalhe. Ele estava esperando pelo despertar da loba de sua namorada, mas o que ele não esperava que no dia mais aguardado por ele, sua companheira não era sua namorada, mas sim sua irmã gêmea. Ele não aceitou o fato de que seu planejamento para um vida toda, tinha começado a dar errado. Jonathan se sentiu frustrado, ele não queria ver sua vida virar de cabeça para baixo, por um erro que foi cometido pela própria deusa Selene. Então pela primeira vez ele comete o pior erro de sua vida.
Ler maisNa minha alcateia e em muitas outras das quais já ouvimos falar, os lobos eram reconhecidos por sua classe. Existem aquelas mais respeitadas, que são os alfas e seus braços direitos; e há as que ninguém se importa, os ômegas. Eu nasci em uma família que se considerava o braço direito dos alfas. Cada membro da minha família era considerado importante na alcateia. Eu também era um dos membros importantes, até o fatídico dia em que perdi a minha irmã e fui culpada pela sua morte. Desde então, lembrar daquele dia não é fácil, não quando sua irmã também era sua melhor amiga e a mulher que o futuro alfa da alcateia mais amava.
— -—-—-—-—-—-—-—-—-—- Eu me chamo Tamara Marinho, faço parte de uma família de betas e, além de mim, meus pais tiveram mais dois filhos. Talita nasceu no mesmo dia e hora que eu; a diferença é de apenas uns 10 minutos. Éramos as únicas gêmeas da alcateia. Túlio, meu irmão mais velho, dizia para nós que, assim que nascemos, muitos dos velhos da alcateia se espantaram, dizendo que o nascimento de gêmeos na nossa raça de lobisomens não era normal. Meu irmão contou que os loucos pediram para que meu pai matasse uma de nós, pois uma sempre traria maldição para a outra. Agora, eu tinha certeza de que meu pai deveria ter ouvido aquele homem e ter acabado com a minha vida no dia do nascimento, pois talvez assim minha irmã ainda estaria viva e casada com o amor da sua vida. No dia do meu aniversário de dezoito anos (e o de Talita), fomos convidadas para uma festa na casa do Alfa Joel. Talita estava linda! Eu tinha certeza de que fui chamada para essa festa apenas porque era o mesmo dia dela; por mim, eu ficaria em casa. Todavia, meus pais nunca deixariam isso acontecer; afinal, eles sempre procuravam um motivo para me colocarem de castigo. Diariamente, eles reclamavam de qualquer coisa que eu fazia. Os únicos que me tratavam bem eram Talita e Túlio. Na verdade, meus pais não tinham um filho favorito, mas eu era a única que não via futuro em nada. Túlio era beta da alcateia e Talita namorava o novo alfa. E eu? Eu era apenas mais uma beta em nossa família. Então, eu me tornei a menos favorita dos meus pais, por assim dizer. Minha mãe comprou um vestido lindo para Talita, e para mim ela comprou um... digamos... “normal”. A desculpa que ela deu foi que aquela noite seria importante para minha irmã, pois ela conheceria sua loba e seu companheiro. E eu? Como eu ficava naquela equação? Tinha que fazer o que eles mandavam, mesmo que isso me machucasse, pois ver minha irmã tão feliz com o garoto de quem eu era apaixonada desde muito novinha me rasgava por dentro. Jonathan, o novo alfa da alcateia e namorado da minha irmã, foi o meu primeiro amor. O que me doía era ver que ele sempre me tratou de forma diferente da que tratava minha irmã. Mas eu engolia toda a tristeza, fingia que não enxergava a felicidade deles e da minha família por eles estarem juntos. Jonathan e Talita já estavam fazendo planos, resolvendo se casar logo depois que fossem revelados como companheiros um do outro. Porém, nem tudo está sob nosso controle, não é mesmo? Às vezes, a Deusa Selene tira nossas vidas do eixo para nos mostrar quem é que manda. Ao chegarmos à casa do Alfa Joel, fomos recebidos com todos cantando parabéns para mim e minha irmã; porém, os olhos de muitos estavam voltados para Talita. Eu já não me importava mais com nada daquilo. Estava começando a imaginar que não fazia parte daquele mundo, daquela família e muito menos daquela alcateia. — Tente sorrir um pouco, maninha. — Túlio me abraçou. — Sei que está um porre para você, mas tente aproveitar; essa festa também é para você. — Me sinto uma intrusa no meio de vocês. — Minha irmã se afastou de mim quando Jonathan segurou sua mão. — Sei que é difícil ver os dois juntos, mas pense pelo lado positivo: talvez à meia-noite você possa encontrar teu companheiro e não vai nem lembrar de alguém. — Túlio era o único que tinha conhecimento sobre meus sentimentos pelo seu melhor amigo. — Meu maior sonho seria que Deus me revelasse, através da minha loba, que esse lugar não é para nós. — Meu irmão me abraçou, pedindo para eu nunca mais repetir aquelas falas, pois ele não saberia viver sem mim. Meus pais chamaram Túlio para conversar com o alfa Joel, me deixando mais uma vez sozinha. Procurei entre as pessoas por Eliot, o gama da alcateia, mas ele deveria estar em alguma missão. Lembro que um dia ele me disse que, se eu não o visse em alguma festa, era porque naquele dia ele estava estraçalhando algum traidor. Como não encontrei ninguém para conversar, resolvi ir até o quintal da casa do alfa, que ficava perto da floresta, e só me dei conta de que tinha caminhado muito quando me vi entre muitas árvores; eu adentrei a floresta sem nem perceber. A escuridão me assustou, então voltei o mais rápido possível para o jardim do alfa. Sentei-me em um banco e fiquei de costas para o lugar da festa. Comecei a sentir um cheiro amadeirado, com um toque cítrico. Senti uma mão em meu ombro e ouvi uma voz que transmitiu ondas elétricas a todo o meu corpo. — Companheira. — Gelei, pois eu conhecia aquela voz; meu corpo também sentiu nossa ligação, mas o que ele falou a seguir me despedaçou. — Eu sabia que era você, meu amor; sabia que você era minha companheira. Vem, Talita, vamos contar a todos. — Engoli em seco o que estava se formando em minha garganta e, por fim, falei. — Cabelo igual, rosto igual e até o corpo tem a mesma medida. — Ainda sentada, eu virei o rosto para ele e disse: — Mas errou o vestido. — Ele rosnou, se afastou de mim, limpando a mão em suas roupas como se meu corpo estivesse cheio de lepra. Vi a minha irmã se aproximando de nós dois, e ali, naquele momento, eu percebi que realmente o vestido dela era muito mais bonito que o meu.Cinco anos em que estávamos vivendo tudo na mais santa paz. Nossa alcateia já tinha vivido muitos ataques no passado, e foi pensando em proteger as pessoas que amávamos que Ian e eu tomamos a decisão de unificar nossas alcateias. Não haveria um líder maior, pois cada uma continuaria cuidando dos seus. Só que, no momento em que precisássemos da ajuda um do outro, a assistência seria fornecida sem nem pensar duas vezes. A união dos nossos povos foi para manter Tamara e Ravenna mais unidas, pois, com a mudança de Ravenna para a alcateia de Ian, as meninas que ficaram mostraram tristeza por não terem mais a amiga ruiva entre elas. Quando os homens se uniam, nós as chamávamos pela cor dos cabelos. Tamara era a castanha, Rosana era a preta, Ravenna a ruiva e Elisabeth era a loira. Colocamos esses apelidos, pois achávamos incrível que, no grupo de quatro mulheres, não havia nenhum cabelo da mesma cor ou até mesmo o mesmo modelo de cabelo. Tamara tinha o cabelo liso com as pontas onduladas. R
Eu estava em cima de um palco, mesmo com os olhos em lágrimas, conseguia rir, pois nas cadeiras da frente estavam as pessoas que lutaram junto comigo para que aquele dia pudesse se realizar. Cada um me ajudou da forma que pôde. Jonathan continuou sendo um ótimo marido. Sim, nós nos casamos um mês depois do seu pedido; foi uma cerimônia pequena. Eu sempre quis me casar em uma cerimônia íntima, onde estivessem apenas as nossas famílias e, mesmo contra a vontade, minha sogra aceitou e conseguiu deixar tudo maravilhosamente lindo. Foi um dia muito emocionante, em que eu e meu companheiro nos tornamos um, de acordo com a lei da nossa alcateia. No mesmo dia do casamento, houve a coroação de Jonathan e a minha, nos tornando alfa e lua da alcateia da Lua Vermelha. A primeira mudança que Jonathan fez como alfa coroado foi unir nossa alcateia com a de Ian. Os dois conversaram muito sobre isso; eles conversaram com seus pais e os quatro decidiram unir as alcateias.Falando em Ian, ele também cas
O dia foi uma correria só. Após chegar à casa da alcateia, eu não saí do meu quarto até a hora da festa. Minha sogra não mentiu quando disse que eu teria um dia de princesa e que eu não precisaria fazer nada, nem mesmo me levantar para beber um copo de água, e ela realmente cumpriu o que prometeu. Passei a tarde com minha tia, minha amiga, minha cunhada e Ravenna. Nos arrumamos juntas, e elas me ajudaram a cuidar de Maitê, se bem que minha menina quase não dá trabalho; ela é uma bebezinha maravilhosa, só reclama quando está suja ou quando está com fome. Fiquei feliz em ver minha tia se dando bem no nosso meio, se bem que, tendo Rosana em uma sala, era impossível uma pessoa não se sentir bem. Minha amiga conseguia transformar qualquer ambiente; eu via como as pessoas ao meu redor eram apaixonadas por ela. Ravenna conseguiu conquistar o coração da minha tia. Elas conversavam muito; minha tia disse que, se Ravenna não fosse a mulher de Ian, ela adoraria tê-la como nora.— Que Ian não te
Eu estava nos últimos degraus da escada, esperando minha mulher sair do quarto. Era a noite do seu aniversário. Minha mãe tinha convidado muitas pessoas, pois a casa e todo o jardim estavam lotados. Eu não tinha visto mais a Tamara após a nossa corrida na floresta; parecia que era até o dia do nosso casamento, quando eu não podia ver a noiva. Eu já estava começando a ficar ansioso, pois fazia meses que não ficávamos tão longe um do outro. Minha bonequinha estava em meus braços, babando toda a manga da minha camisa social. Ela balbuciava algumas palavras que só outro bebê poderia entender.— Alfa? — A avó de Tamara tocou em meus ombros.— Já pedi para a senhora me chamar pelo nome; afinal, eu também me tornei seu neto.— É costume, meu filho, porém eu prometo que tentarei lhe chamar pelo nome, assim como chamei meus netos.— Muito bem. — Sua mão continuou no lado esquerdo do meu ombro. — Como posso lhe ajudar?— Vim pegar minha bisneta. — Ela olhou para cima do meu ombro. — Eu cuidarei
Após a crise de choro que Tamara teve na madrugada do seu aniversário, pensei que ela iria passar o dia deprimida. Entretanto, eu nunca a vi tão feliz. Minha companheira fez tudo para ter um dia bom. Ela acordou e foi até a casa em que seu pai estava morando, pois ele nos convidou para tomarmos café com ele e com a tia de Tamara. Ele já estava vivendo com ela; porém, preferiu mudar de casa e comprou tudo novo. Ele disse que não queria que a má energia da minha sogra passasse para o novo relacionamento dele. Não poderia julgar a sua decisão; minha sogra realmente tinha uma energia muito ruim. Na verdade, cada pedaço do corpo dela emanava energias ruins. Após o café na casa do pai dela, chamei Tamara para corrermos um pouco na floresta, pois, desde que nossa filha nasceu, não tínhamos tido tempo para correr por nossas terras. Deixamos nossa pequena bonequinha com a tia de Tamara e fomos deixar nossos lobos correrem livres.— Amor, você já ouviu falar sobre lobos gêmeos? — Tamara pergunt
Na madrugada do meu aniversário, eu acordei sentindo meu peito pesado, como se a floresta estivesse me chamando. Levantei da minha cama, olhei para o lado e vi Jonathan dormindo. Caminhei até o quarto de Maitê; ela também estava dormindo pesadamente. Dentro de mim, estava havendo uma grande luta, em que meu coração pedia que eu fosse até a floresta sozinha, e do outro lado, minha razão pedia que eu acordasse meu companheiro. Eu não deveria ir sozinha, já que a última vez que fiz isso foi no dia em que minha irmã se sacrificou pulando na frente de um lobo para me proteger. Decidi obedecer ao meu coração; eu já tinha ouvido muito a minha razão, então, naquele momento, decidi agir com a emoção. Eu não era mais uma lobinha indefesa; eu tinha me tornado uma mulher, uma Luna e uma mãe. Saí de casa tentando ser a mais silenciosa possível; não queria que Jonathan acordasse, senão ele não me deixaria ir até a floresta sozinha, mas eu precisava ir até lá sem ele.Quanto mais passos eu dava, mai
Último capítulo