A lua estava pálida depois do eclipse, mas não fraca.
Pálida como uma lâmina recém-afiada.
Pálida como um olho atento, abrindo-se lentamente sobre um mundo rachado pela guerra.
Eu mal tinha tempo de respirar depois da derrota do último sacerdote.
Meu corpo ainda tremia.
O sangue ainda secava na minha pele.
Minha alma… ainda carregava o peso do sacrifício.
Danilo, exausto, parcialmente humano outra vez, se apoiava em mim, os olhos verdes ainda ardendo com o brilho do Alfa original.
Mas ele não era o foco daquela noite.
A lua era.
E a lua… me queria.
A primeira luz caiu como um feixe suave, atravessando as nuvens.
Depois outro.
E outro.
Até que toda a clareira, o altar, as pedras, as árvores partidas, se encheu de um brilho prateado que parecia respirar.
As matilhas chegaram aos poucos.
Feridas.
Sujas de sangue.
Quebradas.
Mas vivas.
Elas se aproximaram em silêncio, formando um círculo ao nosso redor.
Ninguém ousou falar.
Ninguém ousou se mexer.
Até Danilo ficou imóvel, sentindo a energ