A lua estava inteira.
Suspensa no céu como um coração aberto, derramando sua luz sobre nós.
O lago refletia o brilho prateado, e o vento trazia o perfume úmido das folhas e da terra queimada.
Era como se o mundo nos observasse — silencioso, em expectativa.
Danilo continuava diante de mim, o rosto iluminado pelo luar.
O fogo em sua pele havia se apagado, mas a marca dourada ainda pulsava, viva.
A luz se movia sob sua pele como sangue quente, seguindo o mesmo ritmo do meu coração.
Eu sabia porque sentia.
O vínculo respirava conosco, entrelaçado, desperto.
— Rebecca… — a voz dele veio baixa, rouca, carregada de hesitação e desejo. — Se eu fizer isso, não haverá volta.
— E alguma vez houve?
Ele deu um passo à frente, lento, medido, como se o próprio ar fosse sagrado demais para atravessar de qualquer maneira.
Eu não recuei.
A loba dentro de mim estava de olhos abertos, calma, e pela primeira vez em muito tempo, ela não me dizia para fugir.
Danilo ergueu a mão e tocou meu rosto.
Os dedos e