O tempo parou.
Eu não ouvia mais o som das vozes da rua, nem o farfalhar das folhas, nem a respiração apressada dos poucos humanos que passavam por perto. Tudo que restava era ele — parado a poucos passos de mim, como uma lembrança viva que eu passara meses tentando enterrar.
Danilo.
O nome ecoou na minha cabeça e pareceu que o chão se moveu. Aquele rosto… o mesmo que me assombrava nos sonhos, o mesmo que eu tentava esquecer todas as noites, agora estava ali, real, sólido, ofegante, coberto de suor e sangue seco.
Meu corpo reagiu antes que eu quisesse. O coração disparou, as mãos tremeram, o lobo dentro de mim rugiu alto, reconhecendo-o antes mesmo que minha mente aceitasse o que via.
Ele deu um passo à frente.
— Rebecca.
Minha garganta secou. Eu podia sentir a força do vínculo vibrando no ar, o mesmo fio invisível que tentei cortar, puxando com violência.
— Não fala meu nome — sussurrei, mas saiu mais fraco do que eu gostaria.
Os olhos dele me percorreram como se tentassem se convenc