O tapa ainda queimava no rosto.
Não era pela dor física — o corpo de um alfa se acostuma a cortes e feridas com o tempo. Era pela lembrança que ele carregava. O som seco, o olhar dela cheio de raiva e mágoa, a forma como o nome “Rebecca” saiu da minha boca e voltou em forma de silêncio.
Ela me odiava. E eu não podia culpá-la por isso.
Fiquei ali, parado na rua, enquanto as poucas pessoas que viram a cena se dispersavam. O vento frio da noite passou entre nós, levando o cheiro dela. O mesmo perfume que um dia me enlouqueceu, agora era só lembrança misturada a arrependimento.
Quando consegui respirar de novo, ela já estava de costas, se afastando.
— Rebecca!
A voz saiu mais alta do que eu queria. Ela parou por um segundo, o corpo tenso, mas não se virou. Corri atrás dela, o coração disparado, ignorando a dor no ombro e a febre que ainda voltava em ondas.
— Espera — pedi, quando finalmente a alcancei. — Por favor.
Ela se virou devagar. O olhar dela era gelo. Nenhuma compaixão, nenhuma sa