Ponto de Vista de Máximo Bianchi
Chamei Serena para o escritório. Ela já sabia exatamente do que se tratava. Seu olhar dizia tudo. Por mais que tentasse se manter firme, seus dedos apertavam minha mão com uma força que só eu percebia.
Logo Enrico entrou, acompanhado de Paolo, do meu pai e do meu tio Erich. Mas foi impossível não reparar nos dois envelopes nas mãos de Enrico. Dois. E, detalhe: com logomarcas diferentes no verso. Aquilo já me dizia que ele tinha ido além do necessário — e, puta merda, como eu valorizava isso.
Bianca estava sentada no canto, com Rocco no colo. Assim que viu os envelopes, ficou pálida. Suor frio. Mãos trêmulas. Ela tentava manter a pose, ajeitando os cabelos, cruzando as pernas, fingindo uma segurança que simplesmente não existia. E, claro, nenhum de nós deixou isso passar despercebido.
Enrico, sempre meticuloso, foi direto:
— “Tenho aqui dois resultados. Fiz questão de enviar para dois laboratórios diferentes. Inclusive…” — ele ergueu os envelopes.