Ponto de vista de Máximo Bianchi
O som dos nossos passos ecoava pelos corredores como um anúncio de guerra — ou de trégua. Ainda não sabia qual das duas opções me esmagava mais por dentro. Eu seguia à frente, com Aron e Enrico ao meu lado. Serena vinha atrás, silenciosa, com Lucas no colo. A expressão dela era uma mistura de alívio e preocupação. Meu peito ardia com essa incerteza que me corroía.
Atravessamos o corredor até o salão reservado. Dois soldados de Héctor abriram as portas duplas e, por um segundo, o mundo pareceu parar.
Héctor Valverde estava ali. De pé. Sozinho.
Atrás dele, as cortinas pesadas balançavam suavemente com o vento que entrava por uma grande janela. O homem parecia mais velho do que eu imaginava, embora fosse apenas alguns anos mais velho que eu. As olheiras fundas, os ombros levemente curvados, o rosto marcado por cicatrizes que o tempo não teve vontade de apagar. Mas havia uma firmeza nos olhos dele. A mesma firmeza de um homem que já viu o inferno… e sobrev