Helena volta para sua cidade natal depois de muitos anos morando em outro estado. Viúva e milionária, ela acredita que podera enfim viver uma vida tranquila com sua família, mas logo nos primeiros dias, descobre que nunca esqueceu Jonas, seu primeiro amor. Ele, casado e com filhos, nunca esqueceu Helena e esta disposto a reconquista-la. Agora ela esta dividida entre sua moral e essa paixão que nem o tempo apagou. No meio dessa batalha interna, ela descobre que Jonas esconde muitos segredos e que Maísa, esposa dele, talvez seja mais perigosa do aparenta. Será que ela ira resistir a essa paixão? Quem sairá vitoriosa dessa batalha: Helena ou Maísa? Será que o coração de Jonas vale uma guerra?
Ler maisHelena parou o carro em um pequeno barzinho de beira de estrada para comprar água, já havia chegado em sua terra natal e esta ansiosa para chegar na casa de seu pai. Enquanto toma um gole de água na porta do bar, seus olhos captaram uma movimentação na casa em frente. Uma mulher estava saindo, elegante, e deu um beijo apaixonado de despedida em um homem.
A cena era tão naturalmente romântica que, por um instante, Helena se deixou levar pela imagem. Lembrou-se do jeito que seu falecido marido costumava abraçá-la, daquele amor simples e verdadeiro que agora parecia tão distante. As duas se encaram por alguns segundos enquanto a moça entra no carro e o coração de Helena apertou ao ver o carro se afastando. Sem querer, ela percebeu que ainda sentia uma pontada de ciúmes e nostalgia ao ver aquela moça ter o que um dia ela também teve. Ja na casa do seu pai, Helena abre a porta do carro, e Heitor e Júlia, seus irmãos gêmeos mais novos, correm em sua direção. - Lelê... Os dois gritam e, juntos, se jogam no colo de Helena. - Minhas pestinhas favoritas... Diz ela, beijando e abraçando os dois da melhor forma que consegue. - Minha filha... Seu pai diz, abrindo os braços enquanto espera por um abraço, que não demora a chegar. - Bênção, pai! - Deus te abençoe, minha primogênita! Seu pai sempre faz questão de lembrá-la de que ela é sua primeira filha. "Aquela que me ensinou o que é ser pai", como ele ama repetir e ela ama ouvir. - Onde está a Luíza? - Lá na cozinha, terminando aquela lasanha que você tanto gosta! - Lelê, o que você trouxe pra nós? Heitor pergunta enquanto tenta tirar uma mala superpesada do porta-malas recém-aberto. - Heitor, que feio isso... Seu Dito, como é chamado Benedito, pai de Helena, repreende Heitor, que larga a mala e faz beicinho, fingindo tristeza. - Só vou mostrar depois do almoço. Agora você pega essa, e você essa, e ajudam a mana a levar as coisas pro quarto dela. Helena entrega uma pequena mala para cada um, enquanto ela e o pai pegam as mais pesadas. Já no quarto, de banho tomado e tudo organizado, ela pega o celular para pôr para carregar e só então percebe que há uma mensagem. É Nasser, seu ex-cunhado. Desde que ficou viúva, ele não para de ligar e tentar se aproximar. Ela sabe quais são suas verdadeiras intenções e faz o possível para se manter afastada, mesmo que ele continue insistindo muito. Depois do almoço, todos se sentam na varanda da frente da casa para bater papo. Ela ainda tem muitos parentes para visitar, mas, por hoje, quer apenas descansar. Enquanto conversam, ela vê uma senhora conhecida entrando na casa em frente à sua. - Pai, aquela não é dona Ana? Mãe do Jonas? - É sim. Ela se mudou pra lá já faz alguns meses. Ela olha surpresa e feliz. - Eu já volto... Ela se levanta e vai até a senhora, que está tentando abrir o portão com apenas uma mão, já que a outra está cheia de sacolas. - Olá, dona Ana! Deixa eu ajudar a senhora com isso. - Helena! Que surpresa boa, minha filha! As duas se abraçam e logo entram na casa. - Então quer dizer que agora somos vizinhas? - Pois é, minha querida! Jonas comprou essa casa pra mim no ano passado, mas tinha tanta coisa pra arrumar que eu demorei a vir morar... Enquanto as duas conversam, uma mulher entra na casa. Ela é muito bonita, apesar de ser um pouco acima do peso. Seu corpo tem curvas bem definidas, e seus longos cabelos negros emolduram um rosto muito bonito, de pele clara e traços fortes. - Olá... Ela entra dizendo, mas logo para ao ver Helena, que a reconhece na hora. É a moça que viu mais cedo sainda da casa em frente ao bar. Maísa fica visivelmente tensa. Seu rosto fica levemente pálido, e assim que percebe que sua mão esta apertando com força a chave da casa, ela tenta relaxar, mas não para de encarar Helena nem por um segundo. - Oi, Maísa. Jonas está aí com você? Dona Ana pergunta. - Não, mas ele vem em seguida... - Ah, tá bom então... Essa é Helena. Helena, essa é Maísa, esposa do Jonas. - Prazer, Maísa. Tudo bem? Helena estende a mão, e Maísa a aceita, dando um longo e firme aperto de mão sem tirar os olhos dos olhos de Helena. - Bênção, mãe. Como estão as coisas por aqui? Jonas entra na sala e fala enquanto larga as chaves do carro sobre a estante que fica ao lado da porta de entrada. Ele então olha para frente e vê Helena. O silêncio se espalha pela casa, deixando o clima tenso e carregado. - Helena..? Jonas sussurra. - Pois é, filho... Que surpresa boa, não é? Dona Ana fala com um largo sorriso no rosto, o que quebra o encanto, fazendo Jonas olhar em volta e ver Maísa lhe encarando. - Realmente, uma bela surpresa... Maísa diz, ainda encarando Jonas. - É... pois é... Bem-vinda novamente, Helena. Veio pra ficar? Ele não queria perguntar de forma tão rápida, mas, sem perceber, a pergunta já havia sido feita. - Sim... É possível que sim. Meus negócios em São Paulo e Santa Catarina já acabaram, é provável que eu não precise mais voltar. - Que bom, que bom... É... Mãe, a senhora está precisando de alguma coisa? - Não, meu filho, não preciso, não. Mas fica, vamos almoçar. Sei que vocês saíram agora da hípica, devem estar com fome... - Estamos com um pouco de pressa. Hoje é o último dia de aula das crianças, e minha mãe foi buscá-los pra nós. Devem estar nos esperando. Maísa fala, e Dona Ana fica visivelmente incomodada. - Estão mesmo com pressa, meu filho? Ela pergunta encarando Maísa. Jonas encara Helena por alguns segundos e então sorri. - Não muita... Creio que dá pra ficar mais um pouquinho... Dona Ana sorri. - Eu vou indo, Dona Ana. Mas não se preocupe, moramos uma de frente pra outra agora. Vou vir tomar chimarrão com a senhora sempre que puder. Helena fala, dá um abraço em Ana e vai em direção à porta. - Mas, filha, fica pra comer com a gente. - Dona Ana, esse pedido é tentador. Estou com muita saudade da tua comida, mas hoje eu já almocei, então fica pra próxima. - Tá bom então, minha querida. Eu vou cobrar, hein!? - Pois pode cobrar. Foi um prazer te conhecer, Maísa... E Jonas... Sua esposa é linda. - Obrigado, Helena. Até a próxima! Helena só consegue respirar aliviada quando chega em casa. Ela se atira no sofá e fica pensativa. - O que foi, filha? - Então, pai... Ficou um clima tenso quando Jonas e a mulher dele chegaram... - Porque, filha? - É que mais cedo, quando estava entrando na cidade... Eu vi a mulher do Jonas com outro homem... Aos beijos... - Bom... Sobre isso... Dito começa a falar, mas se cala. - Sobre isso o quê, pai..? - Bom... É que todo mundo sabe que ela tem um amante... - Como assim? Todo mundo? O Jonas..? Ele sabe disso? - Claro que não. Ele tem seus defeitos, mas é um homem íntegro, jamais aceitaria isso. - Então porque ninguém conta? - Filha... As coisas mudaram por aqui desde que a familia dessa mulher chegou na cidade. Eles são perigosos, por favor não se meta nesse assunto. Helena engole em seco. Poucas pessoas que ela conhece são mais corajosos que seu pai e se essa situação esta deixando ele temeroso, é porque o assunto é mais sério do que ela imagina.Helena e Alana caminham pelas ruas movimentadas. Helena está visivelmente alegre por causa das bebidas, não está totalmente bêbada, mas também não está em seu juízo normal. Já Alana parou no segundo copo de cerveja, quando viu que Helena iria beber mais do que geralmente bebe.As duas conversam alegremente. A noite já começa a chegar e então Helena reclama, dizendo estar com fome. Elas param em uma pequena lanchonete e pedem dois mistos-quentes e um suco natural.- E então, como está se sentindo agora? Alana pergunta, enquanto esperam os lanches.- Estou mais tranquila.- Que bom. Quer me contar o que aconteceu? Ou prefere outra hora?Helena suspira; talvez seja melhor falar sobre tudo, em vez de guardar para si.- Luíza queria comprar minha casa!Alana arregala os olhos.- Como ela sabe que você quer vender?- Vicente comentou com Dito depois da briga que tive com ele. Vicente não tem culpa, ele só tentou resolver as coisas entre eu e papai, e Luíza se aproveitou disso...Helena af
Helena e Alana estavam na piscina quando toca o celular de Helena. Ela pega uma toalha e vai até o celular, acreditando ser Íris ou Vicente, mas quando olha para a tela, vê o nome de Luíza, sua madrasta.Ela olha confusa para o celular, nem sabia que Luíza tinha seu número. Indecisa sobre atender ou não, ela decide apenas ignorar e voltar para a piscina.- Quem era?Alana pergunta, confusa com a atitude de Helena.- Ninguém importante!- Fala logo, quem era?Alana insiste e joga água em Helena, que solta um gritinho e retribui a brincadeira.- Era Luíza!Alana levanta uma sobrancelha, surpresa com a resposta.- Nossa, o que será que ela queria?Alana pergunta, olhando para o celular em cima da mesa.- Não sei e não me interessa saber!- Mas e se for alguma coisa com seus irmãos?Alana fala, preocupada, fazendo Helena olhar para o celular, arrependida de não ter atendido.- Se for... outra pessoa vai ligar...Ela diz, tentando convencer a si mesma de que não é nada grave, mas assim que
Alana e Helena estavam na cozinha tomando o café da manhã quando Vicente chegou. Dok havia ido embora bem cedo, pois tinha muitas coisas para fazer. Helena ficou na cama até tarde e só levantou quando Alana bateu na porta. Vicente já havia avisado que iria visitá-las junto com Íris, pois ainda tinham que decidir para onde iriam e se iriam antes ou depois do Natal. Quando Vicente e Íris chegaram, sentaram para comer junto com elas e começaram a dar ideias. - Que tal São Francisco do Sul, em Santa Catarina? Ouvi dizer que tem praias belíssimas lá. Íris fala empolgada, mas Helena faz uma careta, demonstrando não ter gostado da ideia. - Ai, mana, já fui lá. Realmente as praias são encantadoras, mas, nessa época do ano, vai estar insuportável de tanta gente. Além disso, vai ser quase impossível conseguir vaga em hotel assim, em cima da hora. – Estende esse comentário para todas as praias famosas de Santa Catarina e do Brasil todo. – Precisamos pensar em um lugar menos conhecido. T
Helena acordou um pouco sonolenta. Olhou em volta e percebeu que estava no quarto de Dok, que dormia profundamente ao seu lado.Preocupada com seus irmãos e prima, pegou o celular e viu que já eram quase onze da manhã. Deu um pulo da cama, vestiu-se rapidamente e saiu do quarto enquanto fazia um coque no cabelo bagunçado.Ao chegar na sala, viu todos dormindo profundamente em colchões espalhados pelo ambiente. Ela balançou Íris de leve e, quando ela acordou, fez sinal para que ficasse em silêncio.Assim, acordaram Vicente e Alana. Todos pegaram suas coisas e foram para fora da casa.- Meu Deus... o que eu fiz? Léo vai me matar...Alana ficou desesperada ao perceber que tinha muitas mensagens e ligações de seu marido.- Calma, prima. Você só bebeu um pouco demais, não tinha condições de ir embora daquele jeito... Disse Vicente, tentando acalmá-la.- Tá de brincadeira? Fui a uma festa sem meu marido, enchi a cara e ainda... eu traí ele!Todos ficaram surpresos.- Como assim, Alana?
Helena sai do banho sentindo o cheiro bom do café recém-passado por Vicente e, quando chega à cozinha, ele está sentado, mexendo no celular. Ela pensa em fazer uma piada, apenas para aliviar a tensão do momento, mas um barulho de carro interrompe seus pensamentos. - Ah não, de novo não... Quem será dessa vez? Ela pergunta, sentindo medo pelo que pode acontecer, mas fica confusa quando vê Vicente sorrindo. - Acho que dessa visita você vai gostar. Espera aqui! Vicente fala e sai correndo da cozinha. Logo, Helena ouve a voz de Íris e Alana, o que a faz respirar aliviada e abrir um sorriso. Íris e Alana correm até Helena, dando um abraço forte nela e permanecendo em silêncio por alguns minutos. Quando se separam, percebem que Helena está chorando. - Aaah não, se soubesse que você ia ficar triste com nossa visita a ponto de chorar, eu nem tinha vindo! Íris reclama e faz biquinho, fazendo todos rirem. Helena limpa as lágrimas e sorri para a irmã. - Nunca mais repita isso. Vocês são a
Dois dias haviam se passado desde a última vez que Helena viu Norma e Marina. Alana tinha ficado com ela até o dia anterior, mas precisou voltar para casa, pois seu marido havia chegado de viagem. Agora, sozinha em casa, ela aproveitou para repassar a lista de lugares em que queria morar. Faltavam poucos dias para o Natal, a cidade continuava em festa, mas ela não conseguia ver alegria em nada. Distraída com os planos para a mudança, ela se assusta quando toca a campainha. Ela olha pela câmera e vê Vicente e Dito parados na porta. - Pai, mano... Que surpresa! Ela tenta sorrir enquanto abraça seu pai, mas ele percebe o quanto ela está tensa. - Está tudo bem, filha? Dito pergunta, mesmo sabendo a resposta. - Não, pai. O senhor sabe que as coisas não estão fáceis pra mim... - Tenha calma, o tempo sempre resolve tudo! Vicente fala, enquanto se senta ao lado de seu pai. - Não nesse caso... No meu caso, só a distância mesmo. Vicente encara Helena. - Então é verdade,
Último capítulo