Arco 2 – Diana, a Irmã Perdida (Cap. 7–12)
Na mesa do café da manhã, os talheres sempre batiam mais alto quando era Ayla quem falava. Não importava se dizia pouco ou quase nada. Bastava a respiração dela existir para que a mãe franzisse a testa, o pai lançasse um olhar de censura ou os silêncios da casa ficassem mais tensos.
Diana, do outro lado da mesa, aprendia cedo a se encolher na cadeira. O pão francês era sempre o mesmo, vindo da padaria na esquina da Rua das Laranjeiras. O cheiro chegava ainda quente, casca crocante, miolo fofo, e ela se lembrava de morder devagar só para ter a sensação de presença. Ninguém reparava se ela comia ou não. Reparavam em Ayla. Sempre em Ayla.
“Não corte o pão assim, Ayla, parece malcriada.”
“Olhe nos olhos quando respondo, menina.”
“Você nunca vai se adaptar nessa casa?”
Diana observava tudo em silêncio, a faca passando manteiga no pão com calma demais, como se fosse disfarce. O engraçado era que, mesmo sendo a rejeitada, Ayla tinha atenção. Mesmo