A casa não parecia mais a mesma desde que trouxeram o bebê. O silêncio confortável de antes havia sido substituído por um ciclo estranho de choros, passos apressados, portas se abrindo de madrugada e vozes sussurradas tentando não acordar Emma. Até o ar parecia outro, impregnado de leite morno, pomada para assaduras e aquele cheiro indefinível de recém-nascido, uma mistura de talco e suor doce que se entranhava nas roupas e nos cabelos.
Ayla estava exausta. O corpo ainda doía do parto, cada músculo parecia reclamar quando ela se levantava da cama. Os pontos queimavam, a cabeça latejava por noites mal dormidas, e a sensação constante de cansaço parecia pesar mais que o próprio bebê no colo. Mas quando olhava para o pequeno, deitado no berço novo que Juan montara no quarto deles, sentia uma estranha força correr pelo peito, algo que a obrigava a seguir, mesmo quando tudo parecia desabar.
Juan fazia o possível, mas não escondia o cansaço. Chegava no quarto de camiseta amarrotada, olhos v